Os Estados Unidos encontram-se numa posição delicada no cenário internacional, tendo que equilibrar os laços estreitos com Israel e as divergências partidárias. O atual embate entre Israel e Hamas não é apenas uma questão externa para os EUA, ele ressoa fortemente dentro das fronteiras americanas.
Uma pesquisa do Pew Research Center de junho de 2023 revelou uma clara divisão partidária: 72% dos republicanos apoiam Israel no conflito, em contraste com apenas 36% dos democratas. Esta polarização tornou-se visível nas ruas, com manifestações e sentimentos anti-israelenses crescendo em certos setores, enquanto outros defendem fervorosamente o direito de Israel à defesa.
É inegável que o cenário é complexo. Enquanto o Hamas é rotulado como um grupo terrorista com intenções claras contra Israel, as ações defensivas de Israel também são alvo de críticas, consideradas por alguns como desproporcionais.
Desafios internos e o palco político
Paralelamente a essas questões internacionais, os EUA enfrentam significativos desafios domésticos. A política de imigração, especialmente em relação à fronteira com o México, tornou-se um ponto crítico. O término da Título 42, inicialmente implementada para combater a propagação da Covid-19, culminou em um aumento da migração, pressionando cidades como Nova York.
Além disso, em uma reviravolta política sem precedentes, a Câmara dos Deputados derrubou seu presidente, Kevin McCarthy. Esta mudança pode ter implicações sérias para a política externa dos EUA, especialmente em relação à assistência prestada à Ucrânia em seu conflito com a Rússia que fez o presidente Joe Biden convocar, na última terça-feira (3), seus aliados ocidentais para assegurar-lhes que os Estados Unidos permanecerão firmes em apoio à Ucrânia, depois que os republicanos linha-dura bloquearam o financiamento da ajuda americana aos esforços de guerra de Kiev. Washington tem se esforçado para tranquilizar aliados após um acordo de última hora no Congresso dos EUA no sábado (30), para evitar a paralisação do governo, que não continha nenhuma nova ajuda para a Ucrânia devastada pela guerra. Após as conversas da última terça-feira, os aliados correram para mostrar uma frente unida com Biden, cujo país é de longe o maior provedor de ajuda à Ucrânia em sua luta contra a invasão russa.
Biden e o compromisso com Israel
O presidente Joe Biden também tem sido claro em sua posição sobre o conflito. Em comunicados recentes, reiterou o direito de Israel de se defender e alertou contra qualquer interferência externa que busque tirar proveito da situação. A relação entre os EUA e Israel é fundamental para a estabilidade no Oriente Médio, e Biden enfatizou o compromisso “inabalável” de seu governo com a segurança israelense.
No entanto, o conflito também trouxe à tona as tensões subjacentes entre os EUA, Irã e Arábia Saudita. O apoio iraniano a grupos como o Hamas ressalta a complexidade das alianças e animosidades na região.
Impactos financeiros na economia americana
O conflito no Oriente Médio tem repercussões imediatas nos preços do petróleo, commodity vital para a economia global. Com o Oriente Médio sendo um dos principais produtores de petróleo, qualquer instabilidade na região pode resultar em flutuações de preços. Para os EUA, isso se traduz em preços mais altos nas bombas, o que pode desencadear pressões inflacionárias internamente.
Além disso, muitas empresas americanas têm investimentos significativos na região. As incertezas podem levar a retiradas de investimentos ou a hesitações em novos empreendimentos, impactando empregos e a economia.
Reverberações globais
Globalmente, o aumento dos preços do petróleo pode desacelerar a recuperação econômica, especialmente para países dependentes de importações. Nações que já enfrentam desafios econômicos podem se ver ainda mais pressionadas, levando a possíveis crises de dívida ou instabilidades fiscais.
Os mercados financeiros globais, que são altamente sensíveis a incertezas, também reagem a tais conflitos. A volatilidade pode afetar fundos de pensão, investimentos e a confiança do consumidor e do investidor em todo o mundo.
Navegando em águas turbulentas
Em meio a esses desafios econômicos, os EUA enfrentam uma série de questões domésticas, desde a política de imigração até mudanças políticas sem precedentes, como a derrubada do presidente da Câmara dos Deputados. A administração Biden, ao mesmo tempo em que reitera seu compromisso com a segurança de Israel, também precisa lidar com essas questões internas e suas implicações econômicas.
Conclusão
Os desafios enfrentados pelos Estados Unidos no cenário global são multidimensionais. A interdependência das economias modernas significa que conflitos geopolíticos, como o atual entre Israel e Hamas, não apenas testam alianças políticas, mas também têm implicações econômicas profundas. Para navegar com sucesso por esse cenário complexo, é necessário um equilíbrio cuidadoso entre diplomacia, segurança e estratégia econômica.
Neste delicado jogo de xadrez geopolítico, os Estados Unidos devem encontrar um equilíbrio entre suas alianças estratégicas, os desafios internos e a necessidade de uma política externa coerente e justa. A situação em Israel é apenas um dos muitos desafios que os EUA enfrentam, refletindo a intrincada teia de relações internacionais do século XXI.
Adriano Cantreva, responsável pelas operações internacionais, é sócio Portofino MFO e acumula três décadas de experiência no mercado financeiro. É formado em Engenharia Industrial pela Escola Politécnica da USP, possui mestrado em Estudos Internacionais/Globais pela Universidade da Pensilvânia – Instituto Lauder e MBA em Administração de Empresas pela Wharton School.
Quem nunca viu ofertas de produtos com retornos a 100% do CDI ou CDI + 2%, por exemplo? Quem nunca olhou para o retorno do seu portfólio e julgou resultados como bons ou ruins com base na comparação com o CDI do período? O fato é que o investidor brasileiro está completamente habituado a utilizar esse indicador para medir a performance das mais diversas classes de ativos. O tema deste artigo é apresentar a visão americana de análise e como alguns fatores históricos e culturais ainda influenciam essa maneira de pensar.
A sigla CDI significa Certificado de Depósito Interbancário, que é basicamente a taxa utilizada pelos bancos quando emprestam dinheiro entre si. Esse índice segue a Selic, a taxa básica de juros do Brasil, usada pelo Banco Central para controle da política monetária. Esse número é constantemente utilizado por analistas como “taxa livre de risco” ou “taxa de desconto” para medir o custo de oportunidade ou o valor de uma empresa ou projeto. Em outros artigos já entramos em pontos específicos de finanças, mas quis destacar este para dar fundamento ao conceito histórico a seguir.
Como podem observar no gráfico abaixo, desde 1999, quando o Banco Central passou a divulgar a meta para taxa Selic para fins de política monetária, a média histórica da taxa de juros do Brasil foi de 12,35% a.a., enquanto a americana ficou na casa dos 1,8% a.a., com mais de 10 anos somados entre 0-1%.
Dito isso, o dinheiro rendendo a taxa de juros nos Estados Unidos, historicamente, nunca foi um fator relevante de retorno para o investidor e, por sua vez, não é utilizado pelos gestores de ativos como um medidor universal de comparação.
Para os norte-americanos, a abordagem é mais segmentada e adaptada às características de cada tipo de investimento. Eles estão habituados a tomar mais risco – ou a maior variação de mercado – e, para isso, precisam de um medidor mais preciso. É o famoso comparar “banana com banana”, “tomate com tomate”.
Por exemplo, o índice S&P 500 é amplamente utilizado para acompanhar o desempenho das ações de grandes empresas listadas nas bolsas dos EUA e o MSCI World para uma carteira com ativos globais. Para títulos do governo, o índice de referência pode ser o Treasury Bond (T-Bond) de 10 anos. Para uma carteira de renda fixa corporativa, usa-se o índice US Aggregate Bonds como uma proxy de performance de crédito das empresas, e por assim vai. Essa abordagem oferece uma visão mais granular das variações de preços e rentabilidades, permitindo uma análise mais precisa do desempenho de cada investimento em relação ao seu respectivo benchmark.
No Brasil, esses índices também existem, são exemplos o IMA-B para uma composição de títulos do governo em IPCA (proxy para juros real), o IFIX para fundos imobiliários, o IHFA para fundos multimercados, o Ibovespa para ações e outros, mas ainda não são difundidos e utilizados com o mesmo propósito que no resto do mundo.
Importante destacar que essa diferença não deve ser interpretada como uma superioridade de um sistema sobre o outro, mas é a vida como ela é. Cada abordagem tem suas vantagens e desvantagens, e a escolha do índice de referência depende das características individuais do investidor, seus objetivos e perfil de risco. Enquanto o uso generalizado do CDI no Brasil pode simplificar a comparação, ele também pode obscurecer nuances importantes entre diferentes tipos de investimento. Por outro lado, a segmentação dos benchmarks nos Estados Unidos pode fornecer uma visão mais aprofundada, mas também pode ser complexa e demandar um entendimento mais detalhado por parte dos investidores.
Em conclusão, há diversas maneiras de medir o desempenho de uma carteira de investimentos, o importante é estar alinhado com o perfil do investidor e os objetivos de longo prazo. Como Multi Family Office, gerimos uma variedade de ativos e diferentes estratégias de investimentos, buscando através de inúmeras análises e diversos indicadores construir a melhor estratégia para “surfarmos” dentro de qualquer cenário, ou seja, conseguir o melhor resultado com o menor risco possível envolvido.
Fernando Godoy cursou Administração de Empresas na FGV com foco em Gestão Estratégica, atuou por 2 anos em empresa de capital aberto e possui 7 anos de experiência no mercado financeiro, com ênfase em investimentos internacionais. Está no time da Portofino MFO há 5 anos, 3 deles como sócio.
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Resumo geral
Fundos fechados
Ficarão sujeitos a uma nova regra geral de “come-cotas” semestral, a partir de 1º de janeiro de 2024. Para fundos de longo prazo, alíquota de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) de 15%. Fim do diferimento fiscal.
Tributação do estoque
Os rendimentos acumulados (“estoque”) nos fundos serão tributados no primeiro come-cotas, em maio de 2024.
Regra geral
IRRF de 15% para os fundos de longo prazo será recolhido à vista em 31/05/2024. Além da regra geral, o texto da MP traz 02 alternativas ao contribuinte sobre como pagar o imposto:
Alternativa 1 (parcelamento em 24x)
IRRF de 15% sobre o estoque total, parcelado em 24 vezes. Parcelas mensais e consecutivas, atualizadas pela Selic. Primeira parcela em 31/05/2024.
Alternativa 2 (Alíquota reduzida e 05 pagamentos)
10% sobre o estoque, com recolhimento antecipado, conforme o período de apuração dos rendimentos. Para o estoque acumulado até 30/06/2023, 04 pagamentos mensais e consecutivos, sem atualização pela Selic, sendo o primeiro em 29/12/2023, até março de 2024. Para os rendimentos auferidos entre julho e dezembro de 2023, o estoque será tributado em 10% junto ao primeiro come-cotas em 31/05/2024.
Recursos para pagamento do imposto sobre o “estoque”
Pela redação atual da MP, os recursos para pagamento do imposto devem ser providos pelo cotista (dinheiro “fora do fundo”), mas o administrador também pode dispensar esse novo aporte. O texto não detalha esse ponto, mas a equipe técnica do governo indicou que o objetivo é facilitar o pagamento do imposto, com dinheiro “dentro” ou “fora” da carteira do fundo, conforme a necessidade de cada caso.
Cotas gravadas com usufruto econômico
A tributação de IRRF será sobre o beneficiário dos rendimentos, mesmo que este não seja cotista do fundo.
Exceções à nova regra geral, permanecem sem come-cotas
Em resumo, fundos que possuem leis específicas. Fundos de Investimento Imobiliário (FII), Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), Fundo de Investimento em Participações Infraestrutura (FIP-IE), Fundo de Investimento em Participações na Produção Econômica Intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FIP – PD&I), Fundos de Infraestrutura (conforme a Lei nº 12.431/2011), Fundos de Investimento em Índices de Mercado Renda Fixa (ETFs Renda Fixa), Fundos destinados exclusivamente a investidores não residentes, que possuem no mínimo 98% de títulos públicos (Fundo INRs – Títulos Públicos) e Fundos destinados exclusivamente a investidores não residentes, nos termos da Lei nº 12.973/2014 (Fundos INRs).
Exceções condicionadas à nova regra de come-cotas
Fundos de Ações (FIAs), Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) e Fundos de Investimento em Índices de Mercado (ETFs, com exceção dos ETFs de Renda Fixa), permanecem sem come-cotas desde que sejam qualificados como “entidade de investimento” (em resumo, fundos com gestão profissional, decisões de investimento e desinvestimento discricionárias e em conformidade com a regulamentação a ser estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional). Os FIAs, FIPs e ETFs acima referidos que não se enquadrem nessa qualificação de “entidade de investimento” terão come-cotas semestral sobre a renda realizada na carteira do fundo.
Regra de enquadramento dos FIAs
Mantida a regra de enquadramento de, no mínimo, 67% da carteira em ativos de renda variável. No entanto, o texto da MP prevê que esse percentual poderá ser alterado pelo Poder Executivo.
Reorganizações societárias em fundos
Reorganizações de fundos sujeitos à nova regra geral de “come-cotas” passam a ser tributadas a partir de 1º de janeiro de 2024 (fusão, cisão, incorporação ou transformação).
Fundos de Investimento em Direitos Creditórios
Não são mencionados expressamente no texto da MP. Por consequência, ficam sujeitos à nova regra de come-cotas semestral.
Isenção de IR na distribuição de rendimentos FII e Fiagro
O texto da MP altera o número mínimo de cotistas necessário para isenção de IR para 500 cotistas (hoje o mínimo é 50). Os demais requisitos da isenção de IR nos FIIs e Fiagros permanecem os mesmos.
Tramitação
Não fornecemos opiniões jurídicas, sendo que esse material não constitui aconselhamento legal de qualquer natureza. Este material é de propriedade da Portofino Gestão de Recursos Ltda. e tem caráter confidencial.
Material baseado no texto da MP nº 1.184/2023 publicado em 28 de agosto de 2023.
Bancos centrais implementam ferramentas distintas para cumprir seus mandatos de inflação e estabilidade financeira.
Por Mariam Dayoub, CFA charterholder e mestre em Administração Pública pela Universidade Columbia
Após um período prolongado de taxa de juros baixas mundo afora, ainda que com algum atraso por terem inicialmente caracterizado o surto inflacionário corrente como “transitório”, os bancos centrais reagiram às taxas de inflação mais altas das últimas quatro décadas com uma elevação forte e rápida dos juros.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, subiu a taxa de juros em quase cinco pontos percentuais desde março de 2022, na campanha de aperto monetário mais intensa desde a década de 1980. Porém, a inflação, dados os impactos variáveis e cumulativos da política monetária, permanece elevada e distante da meta de 2%.
Sempre que o Fed embarcou em um ciclo de aperto monetário, houve episódios de estresse ou crises no mercado financeiro subsequentemente. Geralmente, o maior impacto ocorre em entidades alavancadas. Alguns exemplos são: a crise de dívida externa da América Latina (1982), o estouro da bolha da internet (2000) e a crise do subprime (2007).
Desta vez, após fortes quedas nos preços das ações de crescimento e altas nas taxas de juros de mercado em 2022, tremores foram sentidos no sistema bancário americano. Em março de 2023, ocorreram a segunda, a terceira e a quarta maiores falências bancárias da história dos EUA, concomitantes ao colapso de um grande banco suíço.
Os problemas nesses bancos regionais americanos não ocorreram por perdas nas concessões de crédito, mas por má gestão de risco e fragilidades em seus modelos de negócio. Ademais, hoje, a tecnologia permite que correntistas saquem seus depósitos de instituições financeiras com um toque nos aplicativos, o que aumenta exponencialmente a velocidade de corridas bancárias. Nos casos desses bancos, isso foi potencializado por publicações em redes sociais. Ficou claro que a revolução tecnológica e digital transformou o mercado bancário global.
O pilar que sustenta o setor bancário é a confiança. Quando abalada, seus impactos são sentidos por toda a economia. Dadas as cicatrizes deixadas pela crise financeira global de 2008 a 2009, os reguladores do sistema financeiro, que falharam na supervisão dos bancos que quebraram em 2023, agiram rapidamente para impedir que esses eventos se tornassem sistêmicos. Nos EUA, além da janela de redesconto, o Fed criou um programa para prover liquidez aos bancos, aceitando títulos públicos no valor de face como colateral. Com essas medidas, os saques de depósitos por correntistas do sistema bancário e o uso desses programas disponibilizados pelo Fed se estabilizaram.
O episódio de 2023 evidenciou a separação de instrumentos utilizados pelos bancos centrais para o cumprimento de seus objetivos de controle de inflação, via taxa de juros, e de estabilidade financeira, via implementação de medidas macroprudenciais. Essa separação é válida enquanto crises financeiras ou bancárias não se transmitem para a economia de forma mais intensa.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) seguiu os pares globais. Em sua comunicação recente, o Copom avaliou que “a melhor contribuição da política monetária segue sendo no combate a pressões inflacionárias e na suavização de flutuações econômicas” e ressaltou a separação de instrumentos entre os dois objetivos.
Historicamente, estresses no sistema financeiro levaram a apertos de crédito nas economias. Neste episódio contemporâneo, todavia, o pano de fundo é relativamente saudável. No agregado, tanto as famílias quanto as empresas estão com balanços mais robustos, o que limita o impacto do choque. Contudo, ele será transmitido nos trimestres à frente, com a restrição de crédito impactando a atividade, equivalente a um aperto adicional da política monetária.
Membros do Fed têm indicado que, isso posto, o banco central encerrará seu ciclo de aperto monetário com uma taxa de juros aquém do esperado antes do choque bancário, porém com manutenção de taxas de juros elevadas por um período prolongado. Esse modus operandi segue o Copom, que antecipou o ciclo de aperto monetário comparado aos pares e mantém uma postura paciente neste segundo estágio do processo de desinflação, que requer moderação da atividade para atuação dos canais de transmissão da política monetária.
Tanto lá quanto cá, para antecipar o ciclo de afrouxamento da política monetária, o impacto dos choques transmitidos pelo sistema bancário terá de ser mais profundo do que o esperado pelas autoridades monetárias, levando a uma desinflação mais intensa, simultânea ao aumento da taxa de desemprego.
Diante dos múltiplos desafios, os bancos centrais indicam que seguirão atuando com paciência e serenidade para garantir que, nos próximos anos, a inflação retorne para níveis próximos às metas, em um ambiente com expectativas ancoradas e com reformas em prol da estabilidade financeira.
Somos parceiros da Esfera BR, uma iniciativa independente e apartidária que fomenta o pensamento e o diálogo sobre o Brasil, um think tank que reúne empresários, empreendedores e a classe produtiva. Todas as opiniões aqui apresentadas são dos participantes do evento. O nosso posicionamento nesta iniciativa é o de ouvir todos os lados, neutro e não partidário.
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No cenário de negócios, muitas empresas demandam capital para financiar o crescimento, expandir operações ou desenvolver iniciativas estratégicas. Tradicionalmente, empresários recorrem à dívida como primeira fonte de financiamento. Com o amadurecimento do mercado de capitais brasileiro, os fundos de investimento em equity (Private Equity) mostram-se como uma alternativa com vantagens e oportunidades importantes. Nosso objetivo é explorar melhor o conceito de captação com fundos de investimento como uma alternativa à captação de crédito de forma geral.
Os Fundos de Private Equity alocam capital em empresas privadas de diferentes perfis, inclusive empresas familiares. Diferente do crédito, que envolve o repagamento do capital levantado em um prazo específico e com juros, o investimento de equity leva, em contrapartida, ao capital investido, uma participação societária na companhia. O capital desse fundo vem de investidores privados ou institucionais para investimento em negócios sólidos e com boas perspectivas de crescimento.
Vantagens do levantamento de capital através de Fundos de Private Equity:
Não aumenta a alavancagem da companhia: os fundos fornecem acesso a capital livre de garantias e pagamento de juros. Isso pode ser benéfico em cenários, como o atual, de redução no volume de concessão de crédito por parte dos bancos e alta da taxa de juros.
Visão de longo prazo: diferentemente dos bancos, que focam, principalmente, no recebimento de juros e no repagamento do capital, os fundos têm tipicamente uma visão mais de longo prazo. Isso significa que estão mais comprometidos com o crescimento e o sucesso do negócio e, muitas vezes, trabalham em conjunto com o empresário para destravar valor e maximizar o retorno.
Flexibilidade: a estrutura dos investimentos dos fundos pode ser customizada conforme as necessidades do empresário. O capital pode ser usado em diferentes frentes do negócio, como, por exemplo, abertura de uma nova unidade produtiva, internacionalização, aquisições, ampliação da estrutura comercial e, eventualmente, até aporte de capital no “bolso” dos sócios para diluição de risco da pessoa física.
Suporte operacional e de governança: os fundos geralmente trazem experiência operacional e de acompanhamento de negócios. Isso vai além de aspectos financeiros, como orçamento e KPIs. Eles também apoiam na estratégia de crescimento do negócio, na estruturação de governança corporativa e no networking.
Atualmente, no mercado brasileiro, existem diversos perfis de Fundos de Private Equity, nacionais e internacionais, incluindo fundos com experiências setoriais específicas (agronegócio, indústria, tecnologia, varejo, etc.). Somente em 2022, esses fundos investiram mais de R$15 bilhões em empresas brasileiras. Ao se associar a um fundo, o empresário pode obter diversos benefícios, visando maximizar a geração de valor futura. Como exemplo, a maioria das empresas que realizaram abertura de capital nos últimos 10 anos tinha um fundo de investimento como sócio, que apoiou a companhia, dentre outras coisas, no processo de crescimento e governança.
No entanto, por se tratar de uma estrutura muitas vezes complexa, pontos importantes devem ser considerados, como diluição acionária, estratégia de saída, acordo de acionistas e, principalmente, alinhamento de interesses entre as partes. De forma geral, este tipo de investimento pode ser um importante catalisador para acelerar o crescimento de empresas.
Aqui, na Portofino Multi Family Office, temos conhecimento, experiência e diferentes estratégias para apoiar empresários a encontrar a melhor maneira de captar recursos para seus negócios, de acordo com o momento e os objetivos dos sócios e da empresa. Nossa equipe especializada está preparada para oferecer soluções personalizadas, orientação financeira e acompanhamento para ajudar os empresários a aproveitar as vantagens do Private Equity e outras alternativas de financiamento, sem nenhum conflito de interesses.
Entre em contato conosco para discutir suas necessidades específicas e saber como podemos ajudá-lo a impulsionar o crescimento de sua empresa.
Luiz Guimarães é sócio Portofino MFO M&A (Fusões e Aquisições) e possui 12 anos de experiência na área, formado em Administração e Ciências Contábeis pelo IBMEC, com extensão em Private Equity e Venture Capital pela IE Business School – Madrid.
Um grupo mercenário liderado por um oligarca e, até então, amigo e braço direito de Vladimir Putin foi responsável pela ameaça mais grave de poder ao presidente e seu governo em 24 anos. Apesar da tensa situação ter sido resolvida com “panos quentes” de ambos os lados, a sensação é que Putin sai enfraquecido desse embate.
No último mês, o líder do Grupo Wagner, organização paramilitar com fortes ligações ao governo russo, Yevgeny Prigozhin, acusou o Ministério de Defesa russo de atacar um acampamento e matar integrantes do grupo. O Kremlin prontamente negou qualquer envolvimento e acusou o líder de motim armado. Os mercenários marcharam em direção à cidade de Rostov e rapidamente a dominaram, mas o objetivo era Moscou, chegando a 200 km da capital.
Os dois lados firmaram um acordo e a organização paramilitar recuou suas tropas para, segundo Prigozhin, “não derramar sangue russo”. Putin chegou a dizer que a rebelião foi uma “facada nas costas”.
O impacto para o mercado
A expectativa era como essa tentativa de golpe refletiria no mercado financeiro. Neste sentido, é importante destacar que não houve nenhum impacto nem mudanças relevantes a curto prazo no cenário. No entanto, como descreveu Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, a rebelião revelou fragilidades no governo russo.
Isso é resultado de um momento de muita imprevisibilidade vivido pela Rússia. A exportação de petróleo é uma das principais atividades do país e, apesar das sanções impostas após a invasão na Ucrânia, achou em parceiros uma saída para vender seus barris da commodity.
Desde o desempenho abaixo do esperado na guerra, a Rússia vem externando fissuras e inseguranças internas. O país enfrenta diversas sanções do Ocidente e no conflito contra a Ucrânia vê o seu exército com enormes dificuldades de conquistar território. Agora, essa rebelião ressalta ainda mais a imagem abalada do Kremlin.
Em meio a esse cenário, a grande questão é se o “motim” do Grupo Wagner ficou por isso mesmo ou se terão outros movimentos. Caso essa história tenha mais capítulos e afete a capacidade da Rússia de exportar petróleo, países parceiros, com destaque para a China, poderão passar a olhar outras alternativas, levando a um possível aumento na demanda por petróleo e consequente variação nos preços.
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