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Crise na Rússia: Grupo Wagner e os impactos no mercado global

Crise na Rússia: Grupo Wagner e os impactos no mercado global

(Tempo de leitura: 3 minutos)

Um grupo mercenário liderado por um oligarca e, até então, amigo e braço direito de Vladimir Putin foi responsável pela ameaça mais grave de poder ao presidente e seu governo em 24 anos. Apesar da tensa situação ter sido resolvida com “panos quentes” de ambos os lados, a sensação é que Putin sai enfraquecido desse embate.

No último mês, o líder do Grupo Wagner, organização paramilitar com fortes ligações ao governo russo, Yevgeny Prigozhin, acusou o Ministério de Defesa russo de atacar um acampamento e matar integrantes do grupo. O Kremlin prontamente negou qualquer envolvimento e acusou o líder de motim armado. Os mercenários marcharam em direção à cidade de Rostov e rapidamente a dominaram, mas o objetivo era Moscou, chegando a 200 km da capital.

Os dois lados firmaram um acordo e a organização paramilitar recuou suas tropas para, segundo Prigozhin, “não derramar sangue russo”. Putin chegou a dizer que a rebelião foi uma “facada nas costas”.

O impacto para o mercado

A expectativa era como essa tentativa de golpe refletiria no mercado financeiro. Neste sentido, é importante destacar que não houve nenhum impacto nem mudanças relevantes a curto prazo no cenário. No entanto, como descreveu Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, a rebelião revelou fragilidades no governo russo.

Isso é resultado de um momento de muita imprevisibilidade vivido pela Rússia. A exportação de petróleo é uma das principais atividades do país e, apesar das sanções impostas após a invasão na Ucrânia, achou em parceiros uma saída para vender seus barris da commodity. 

Desde o desempenho abaixo do esperado na guerra, a Rússia vem externando fissuras e inseguranças internas. O país enfrenta diversas sanções do Ocidente e no conflito contra a Ucrânia vê o seu exército com enormes dificuldades de conquistar território. Agora, essa rebelião ressalta ainda mais a imagem abalada do Kremlin.

Em meio a esse cenário, a grande questão é se o “motim” do Grupo Wagner ficou por isso mesmo ou se terão outros movimentos. Caso essa história tenha mais capítulos e afete a capacidade da Rússia de exportar petróleo, países parceiros, com destaque para a China, poderão passar a olhar outras alternativas, levando a um possível aumento na demanda por petróleo e consequente variação nos preços.

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(Tempo de leitura: 5 minutos)

Havia muita expectativa sobre qual seria o comportamento da economia chinesa após a reabertura econômica com o fim das restrições impostas durante a pandemia de coronavírus. A expectativa era que houvesse um boom de crescimento do gigante asiático, contudo, apesar da recuperação estar ocorrendo, o ritmo não supre as expectativas de antes.

Importantes indicadores apresentaram uma queda significativa que impacta diretamente na percepção de crescimento. Dados recentes do PIB, setor imobiliário, produção industrial, vendas no varejo, exportações e importações mostraram uma desaceleração e ficaram abaixo das previsões. Especificamente sobre o setor imobiliário, ele foi o principal impulsionador da economia chinesa por muito tempo, hoje representa quase 20% do PIB do país, mas se tornou uma grande preocupação.

A inflação ao produtor e ao consumidor seguem em patamares historicamente baixos. A primeira, em junho, caiu 5,4% em relação ao mesmo mês em 2022. Já a inflação ao consumidor, caiu 0,2% em junho em relação a maio e ficou estável (0,0%) na comparação com junho de 2022. Esses dados mostram uma recuperação que caminha muito lentamente, com a população cautelosa nos gastos, impactando diretamente no movimento de recuperação pós-pandemia.

Empurrãozinho do governo

Observando a necessidade de garantir caminhos para que a economia reaqueça, o governo adotou algumas medidas para estimular o consumo. No último mês, a política monetária foi alterada para estimular o consumo, reduzindo as taxas de juros, como de longo prazo, que influencia diretamente o financiamento imobiliário. Esse movimento deve permitir que as obras iniciadas que estavam paralisadas possam ser concluídas. 

A redução nas taxas de juros é a primeira realizada pelo Banco do Povo (Banco Central da China) desde agosto de 2022. Apesar dos recentes estímulos, o mercado ainda espera que novas medidas sejam anunciadas para fortalecer o processo de recuperação dos chineses.

Essa expectativa ficou ainda mais latente após a divulgação do PIB chinês do segundo semestre vir abaixo do esperado, ressaltando a recuperação econômica aquém do projetado por lá. O Produto Interno Bruto da China cresceu 6,3% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação à média de crescimento do PIB global de 3%, esperado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), os dados chineses estão bem acima. Contudo, a expectativa para o crescimento chinês era maior, dito que, há um ano, a economia do país passava por uma dura política de Covid zero que colocou inúmeras cidades em lockdowns. Neste sentido, a base de comparação era baixa, o que elevou as expectativas. Enquanto isso, a China segue crescendo, contudo em um ritmo de recuperação abaixo do esperado.

Em relação ao primeiro trimestre, a alta foi de apenas 0,8% – contra 2,2% na comparação entre 1T23 e 4T22.

Nos últimos dias, o Politburo (comitê formado pelas mais poderosas lideranças do Partido Comunista Chinês) foi marcado pelo anúncio de estímulos para a economia, apesar das autoridades não terem entrado em muitos detalhes. A agência de notícias estatal Xinhua publicou um resumo dizendo que o governo quer estimular os gastos com consumo, combater o desemprego e apoiar o fragilizado setor imobiliário.

Enviando currículos…

Outro ponto preocupante é a alta taxa de desemprego para jovens entre 16 e 24 anos, que chegou a 20,8% em maio, a maior já registrada no país. Resumidamente, está ocorrendo um aumento na base de jovens educados e o mercado de trabalho não está acompanhando o ritmo de crescimento e oferecendo vagas condizentes em termos de salários e qualificação profissional.

O governo tem tentado fazer com que as empresas contratem mais profissionais qualificados e que os recém-formados aceitem trabalhos braçais e procurem oportunidades no interior. Entretanto, essa solução não tem brilhado aos olhos dos jovens. E essa situação tende a piorar ainda mais nos próximos meses, com a expectativa de que quase 12 milhões de estudantes devem se graduar na faculdade. Mais um problema que o governo de Xi Jinping tem para resolver.

China x Ocidente

Como se pode ver, não são poucas as atenuantes que afetam a economia chinesa. Uma das principais é a guerra comercial com os americanos. Acusações de espionagem, disputas geopolíticas, restrições no setor de tecnologia e outras questões econômicas. A “Guerra dos Chips”, os semicondutores, é a principal expoente dessas tensões, principalmente com o avanço da inteligência artificial.

Sabendo dos interesses chineses, os Estados Unidos, a Holanda e o Japão se uniram para restringir o acesso da China a suas tecnologias. O mercado de chips, de extrema importância no ponto de vista econômico, tecnológico e militar, movimenta mais de US$ 500 bilhões por ano com a expectativa de dobrar esse número até o fim da década.

O posicionamento chinês em relação a Taiwan também é outro empecilho na direção de um melhor relacionamento com o Ocidente. As constantes ameaças de invasão e reinvindicação do território vizinho, assim como a neutralidade na guerra da Ucrânia, são atenuantes que dificultam a colaboração econômica global.

O sentimento ainda é de otimismo

No último mês, durante a cúpula do Fórum Econômico Mundial, Li Qiang, primeiro-ministro chinês, demonstrou confiança quanto ao crescimento chinês.

O ministro demonstrou otimismo com o PIB, ainda mostrando confiança com um crescimento anual de 5%. As falas de Qiang foram recebidas com a esperança de que o governo pode anunciar mais medidas de estímulos para impulsionar a recuperação econômica do país, que vieram durante o Politburo. Mesmo com poucos detalhes e informações de como serão essas medidas, o posicionamento do governo chinês com o intuito de impulsionar a economia é bem recebido.

A China é a segunda maior economia do mundo, representando aproximadamente 15% do cenário mundial. Os próximos meses darão respostas de como a economia reagirá e como o mercado receberá um avanço mais pujante ou mais dados fracos e seus impactos na economia global. Seguimos monitorando o mercado chinês e realizando movimentos táticos que interpretamos como apropriados para os objetivos dos nossos clientes.

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(Tempo de leitura: 4 minutos)

O mercado imobiliário tem evoluído ao longo dos anos, abrindo novas oportunidades para investidores que desejam explorar esse setor literalmente sólido e também lucrativo. O avanço da tecnologia e a digitalização desempenharam um papel crucial nessa transformação, simplificando processos, ampliando o acesso à informação e gerando novas formas de negócios.

Dados estatísticos comprovam a preferência e confiança contínua dos investidores em imóveis como uma opção rentável. Segundo a Wealth-X, cerca de 30% do patrimônio líquido das famílias ultra high net worth é investido em imóveis. Além disso, o Banco Mundial revela que os preços dos imóveis residenciais têm apresentado crescimento constante, com uma taxa média de valorização anual entre 3% e 5% em diversos mercados globais. Esses números confirmam a capacidade dos imóveis de gerar valor e retornos atrativos a longo prazo, destacando o potencial desse setor tradicional.

Na Portofino, oferecemos uma área especializada para atender às diversas necessidades dos nossos clientes em relação aos seus ativos imobiliários. Do planejamento estratégico do portfólio familiar à assessoria na tomada de decisões, nosso objetivo principal é otimizar o desempenho e o retorno, sem intermediários nem conflitos de interesse.

Conheça nossos principais serviços:

  1. Análise do portfólio existente: famílias com uma extensa lista de propriedades enfrentam desafios significativos na gestão desses ativos. Nós auxiliamos na identificação de oportunidades de aquisição ou venda, apoiamos na negociação de contratos e acompanhamos o desempenho financeiro dos imóveis, garantindo o melhor para o patrimônio familiar.
  2. Análises de investimentos imobiliários: conte com nossos profissionais especializados para uma análise minuciosa, alinhada aos seus objetivos e das oportunidades de investimento no setor imobiliário. Avaliamos fatores como localização, potencial de valorização, demanda de mercado, riscos e retornos esperados.
  3. Estruturação de veículos de investimento: nossa equipe imobiliária auxilia na criação de fundos imobiliários, parcerias ou estruturas de investimento personalizadas que atendam às necessidades e objetivos dos clientes.
  4. Planejamento sucessório de imóveis: trabalhamos em conjunto com especialistas em planejamento sucessório para garantir uma transferência eficiente e estruturada de imóveis entre gerações. Elaboramos estratégias que consideram aspectos legais, fiscais e tributários, preservando a continuidade do patrimônio imobiliário.
  5. Consultoria em estratégias fiscais e tributárias: oferecemos consultoria especializada em questões fiscais e tributárias relacionadas a investimentos imobiliários. Identificamos estratégias para otimização fiscal, avaliamos implicações fiscais de diferentes estruturas de investimento e acompanhamos mudanças na legislação tributária que possam afetar seus investimentos.

Esses são apenas alguns dos serviços oferecidos pela nossa área imobiliária. Adaptamos nossas soluções às necessidades e objetivos específicos de cada cliente, fornecendo orientação especializada e suporte personalizado. Aqui, você encontrará um parceiro confiável para maximizar o potencial dos seus investimentos imobiliários, com total transparência, sem intermediários e conflitos de interesses. Para proteger e ampliar o seu patrimônio, de forma sustentável e multigeracional.

Clique aqui para conhecer mais sobre a nossa área de Real Estate e as soluções que oferecemos.

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Portofino Real Estate – Explorando oportunidades exclusivas de investimentos imobiliários internacionais.

Portofino Real Estate – Explorando oportunidades exclusivas de investimentos imobiliários internacionais.

(Tempo de leitura: 3 mins)

O nosso sócio, Lucas Reis, um dos responsáveis pela área de Real Estate, recentemente esteve em Miami, a convite da Leste Group, dando sequência na iniciativa de diligenciar e identificar novas oportunidades de investimentos fora do Brasil. Durante a visita, conheceu e avaliou diversos projetos internacionais, entre eles o Sunny Isles St. Regis Residences, localizado em Sunny Isles Beach, área nobre no condado Miami.

Sobre o projeto: Sunny Isles St. Regis Residences

O projeto está sendo desenvolvido pela Château e Fortune, incorporadores com profunda experiência no mercado local e importantes realizações num passado recente. Um projeto similar, entregue anteriormente, em 2020, o Sunny Isles Ritz Residences, teve uma média de vendas de aproximadamente US$2.000 por pé quadrado (1 metro quadrado equivale a 10,76 pés quadrados). Além do Sunny Isles Ritz Residences, a Château e a Fortune, realizaram muitos projetos em Miami, e possuem fortes relações locais, além de uma ampla experiência em desenvolvimento.

Dado o sucesso dos empreendimentos anteriores, a parceria das incorporadoras lança agora o Sunny Isles St Regis Residences, avaliado em 2 bilhões de dólares, projetado pelo renomado escritório de arquitetura Arquitectonica.

Com torres residenciais ultra luxuosas de frente para a praia e uma vista privilegiada do Oceano Atlântico, o empreendimento oferece uma ampla gama de comodidades luxuosas, incluindo beach club, restaurantes, bares, spa, academia, suíte para convidados, espaço para crianças e centro de negócios.

A construção está programada para iniciar no segundo semestre deste ano, com previsão de conclusão total em um período de 5 a 7 anos.

Confira abaixo as fotos reais do local, tiradas por drones, refletindo a vista da cobertura:

Clique aqui para ver o material completo do empreendimento.

O mercado de Miami

O mercado imobiliário em Miami há muito tempo tem sido influenciado pelos fluxos de capital latino-americanos, além das flutuações cambiais. Nos últimos anos, observou-se uma mudança estrutural neste cenário, com a migração de americanos de outras partes do país, influenciados pelos benefícios fiscais disponíveis no estado da Flórida, melhores níveis de qualidade de vida e temperaturas mais agradáveis. Esse movimento vem resultando em uma valorização dos preços dos projetos imobiliários da região.

“Estamos em contato constante com diversos parceiros no Brasil e no mundo, analisando novos projetos para identificar as melhores oportunidades para nossos clientes, seguindo os padrões e propósito Portofino, ou seja, sem intermediação ou qualquer conflito de interesse, bem como, investimentos onde o risco condiz com o retorno. Essa iniciativa é ampla e não se resume somente ao mercado de Miami”, explica Lucas Reis.

Aqui, na Portofino Multi Family Office, fornecemos uma visão holística e estratégica para otimizar o patrimônio dos nossos clientes. Entendemos que o patrimônio vai além dos ativos financeiros líquidos e compreende também, resumidamente, propriedades imobiliárias, suas empresas e participações societárias em negócios.

Dado isso, seja para investir ou estruturar soluções no setor imobiliário, através da nossa vertical de Real Estate oferecemos expertise em investimentos imobiliários, realizando análises detalhadas, due diligence minuciosa, construção de fundos exclusivos e gestão ativa desses ativos.

Nossa equipe está preparada para identificar oportunidades imobiliárias no Brasil e no exterior, seja em propriedades residenciais, comerciais ou industriais, buscando o máximo retorno para nossos clientes.

Para saber mais sobre os nossos serviços, fale com seu Executivo de Relacionamento.

Retrospectiva Q1 2023 – Inflação ficou para trás?

Retrospectiva Q1 2023 – Inflação ficou para trás?

(Tempo de leitura: 7 mins)

Por Mário Kepler, sócio e Portfolio Manager – Portofino Multi Family Office.

Iniciamos o ano de 2023 com a continuação da batalha dos Bancos Centrais ao redor do mundo contra a inflação. Alguns indicadores mostravam certa estabilidade, embora em níveis elevados, o que manteve o mercado bastante atento aos dados. O discurso dos Bancos Centrais era firme, até mais do que o dos operadores do mercado, sugerindo uma manutenção das taxas por um período mais longo.

Estados Unidos

Em fevereiro, após dados muito positivos da economia americana, superando as projeções, o mercado começou a questionar se o nível de juros atual era realmente suficiente para reduzir a inflação. Isso resultou em uma importante piora do cenário e em uma maior indefinição em relação às futuras medidas do Banco Central Americano em relação às taxas de juros. No entanto, após o anúncio da falência de alguns bancos regionais, o FED enfrentou uma crise de liquidez. O próprio aumento das taxas de juros provocou retiradas de dinheiro dos bancos regionais. Como resultado, o mercado começou a reduzir suas expectativas em relação às taxas de juros novamente. O quadrimestre foi caracterizado por muita volatilidade, poucas respostas e ainda muitas dúvidas, seja em relação à duração dos juros mais altos, seja em relação ao tamanho da recessão global iminente.

Antes disso, um dos períodos com a maior inflação nos Estados Unidos foi durante a década de 1970, especialmente entre os anos de 1973 e 1982. Essa época ficou conhecida como a “década da inflação” ou “estagflação”. Durante esse período, os Estados Unidos enfrentaram um aumento acentuado e persistente nos níveis de preços, resultando em uma alta inflação. 

Vários fatores contribuíram para a alta inflação nessa época. Alguns dos principais foram os choques do petróleo, com os aumentos significativos nos preços do petróleo e a crise do petróleo de 1973, que resultou em uma escassez do produto e um aumento nos custos de produção. Além disso, houve um aumento nos salários e nas expectativas de inflação, que se tornaram autossustentáveis e alimentaram o ciclo inflacionário.

Durante esse período, a taxa de inflação nos Estados Unidos atingiu níveis muito altos, chegando a picos anuais de dois dígitos. Em 1980, por exemplo, a inflação anual chegou a mais de 13,5%. O Federal Reserve, o banco central dos EUA, adotou uma série de medidas para combater a inflação, incluindo o aumento das taxas de juros e a adoção de políticas monetárias restritivas.

Foi apenas na década de 1980, com as políticas adotadas pelo então presidente Ronald Reagan e o presidente do Federal Reserve, Paul Volcker, que a inflação começou a diminuir e a economia se recuperou. Desde então, os Estados Unidos vinha conseguindo manter um controle relativamente estável sobre a inflação.

Brasil

No cenário doméstico, uma economia ainda frágil e suscetível a sofrer com os impactos das economias do primeiro mundo, houve muito ruído, mas pouca mudança na prática. Podemos dizer que saímos na frente no combate à inflação, se nos compararmos com outros países de economias mais fortes, mas tudo permaneceu o mesmo por aqui, com uma leve melhora na inflação e as taxas de juros mantendo-se estáveis.

A discussão sobre um possível aumento adicional ocorreu durante o primeiro quadrimestre do ano, mas não se concretizou, assim como a proposta de manter as taxas em 13,75% para todo o ano de 2023, que também foi discutida. No entanto, as projeções atuais apontam para um início de redução das taxas a partir do segundo semestre, chegando a cerca de 12% de taxa Selic no final do ano.

O maior período de inflação registrado na economia brasileira ocorreu durante a década de 1980 e início da década de 1990, em um período conhecido como “hiperinflação”. Nesse período, o Brasil enfrentou taxas de inflação extremamente altas, com aumentos de preços que ocorriam diariamente.

A hiperinflação no Brasil teve início nos anos 1980, mas se intensificou na década de 1990. O país passou por diferentes planos econômicos e tentativas de estabilização, mas nenhum deles conseguiu resolver de forma efetiva o problema inflacionário.

O ápice da hiperinflação brasileira ocorreu no período entre 1989 e 1994. Em 1993, por exemplo, a inflação anual atingiu uma taxa de aproximadamente 2.477%, ou seja, os preços dos bens e serviços aumentavam mais de 20 vezes ao mês.

Somente em 1994, com a implantação do Plano Real, o Brasil conseguiu controlar a inflação e estabilizar sua economia. O Plano Real introduziu uma nova moeda, o Real, e adotou medidas de combate à inflação, como a âncora cambial e a política de metas de inflação. Desde então, o país tem mantido a inflação sob controle, embora com variações ao longo dos anos.

Voltando para dias mais atuais, a divulgação do arcabouço fiscal foi o tema principal (e esperado) do cenário local, gerando uma mistura de sensações. Por um lado, ter algum tipo de regra acalma o mercado; por outro lado, a proposta ficou longe de ser brilhante ou animadora. Como um alento, o Congresso surpreendeu e endureceu a proposta final, o que foi um ponto positivo. Os ativos brasileiros foram influenciados pelo ambiente global desafiador, mas depois da percepção de um Congresso mais atuante como mediador e superada a briga entre o presidente e o Banco Central, houve uma leve melhora, ratificando a tese de que o Brasil sempre vive próximo do precipício, mas nunca cai.

Essa história continua…

Clique aqui para ler a carta Causa e Efeito do nosso CIO, Eduardo Castro, com suas visões estratégicas.

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(Tempo de leitura: 3 mins)

A gestão de portfólios e a diversificação de ativos são estratégias fundamentais para investidores que buscam resultados consistentes ao longo do tempo. Inspirado no conceito fundamentalista e nas ideias de Ray Dalio, é possível construir uma carteira bem estruturada capaz de enfrentar diferentes cenários econômicos e obter retornos sólidos.

O conceito fundamentalista baseia-se na análise criteriosa das empresas, avaliando seus fundamentos financeiros, perspectivas de crescimento e posicionamento no mercado. Essa abordagem enfatiza a importância de entender o valor intrínseco dos ativos em que se investe a fim de identificar oportunidades de longo prazo.

Uma carteira bem estruturada deve ser diversificada, ou seja, composta por diferentes classes de ativos, setores e regiões geográficas (considerando mercados local e internacional). A diversificação é essencial para mitigar o risco e evitar concentração excessiva em um único investimento. Ao distribuir os recursos em diferentes tipos de ativos, como ações, títulos de renda fixa, imobiliário e commodities, o investidor reduz a exposição a eventos específicos que podem afetar negativamente um setor ou empresa em particular.

Além disso, dentro de cada classe de ativos, é importante selecionar cuidadosamente os investimentos individuais. A análise fundamentalista auxilia na identificação de empresas sólidas, com vantagens competitivas duradouras e boas perspectivas de crescimento. Ray Dalio ressalta a importância de construir uma carteira equilibrada, onde cada ativo desempenhe um papel específico e contribua para o objetivo geral do portfólio.

A gestão de portfólio também é fundamental para o sucesso a longo prazo. Isso envolve monitorar regularmente os investimentos, reavaliar as premissas e realizar ajustes quando necessário. É importante estar atento aos eventos econômicos, políticos e sociais que possam afetar os mercados financeiros e reavaliar a alocação de ativos com base nessas informações.

Veja na imagem abaixo como um dos nossos perfis (Perfil 3 – Moderado) mantém um resultado médio constante, enquanto os demais ativos ano a ano sofrem com as mudanças de cenário.

Ao adotar uma abordagem fundamentalista para a diversificação de ativos e a gestão de portfólios, nos preparamos melhor para enfrentar diferentes cenários econômicos. Uma carteira bem estruturada é capaz de resistir a volatilidades de curto prazo e capturar oportunidades de longo prazo. Somado ao conhecimento, paciência e disciplina, estas são algumas características-chave para enfrentar qualquer cenário econômico com confiança e alcançar bons resultados ao longo do tempo.

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