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Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 3

Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 3

Tempo de leitura: 3 minutos

Família Portofino,

Chegou ao fim, nesta quinta-feira (7), o Bradesco BBI 8th Brazil Investment Forum, evento promovido pelo Bradesco Private Bank. Com somente um painel no dia, o fórum terminou com a participação de Paulo Guedes, Ministro da Economia do Brasil.

Para saber como foi o primeiro e o segundo dia, respectivamente, clique aqui ou acesse o link.

Sessão Especial com Paulo Guedes, Ministro da Economia do Brasil

“Vamos surpreender novamente esse ano”, foi assim que Guedes iniciou seu discurso no evento. Para justificar essa afirmação, o ministro comentou que o Brasil está à frente do resto do mundo. “Fomos a única grande economia do mundo que conseguiu zerar o déficit e ao mesmo tempo fazer a política monetária já em posição de combate à inflação. Em qualquer momento a inflação pode começar a ceder”, falou Guedes.

Seguindo nos tópicos de inflação e crescimento, o chefe da pasta destacou que o nosso país tem uma dinâmica de crescimento já contratada, ressaltando que reformas importantes foram feitas, mas passaram despercebidas por terem sido feitas “no calor do momento da Covid-19”. No discurso, para validar sua visão da melhora do ambiente econômico, o economista citou que dois bancos revisaram a expectativa do PIB para cima.

Confira: Wealth Management: Saiba tudo como funciona esse serviço e qual o momento correto para contratar

Questionado sobre a agenda prioritária para 2022 e 2023, ele comentou que irão fazer reforma até o último dia desse mandato e a partir do primeiro do ano que vem. Sobre 2023, o ministro explicou que além de acelerar as privatizações, reduzir impostos, desburocratizar o ambiente de negócios e reforço das questões sociais, a prioridade é a Reforma Tributária. Nas palavras dele, “já estamos atrasados”, portanto, a expectativa dele é que as reformas acelerem.

Nos últimos assuntos abordados, Guedes analisou que com o cenário de guerra, os países europeus virão procurar soluções energéticas e alimentar no Brasil, fazendo com que petroleiras e empresas de energia venham para o país.

Por fim, o ministro da Economia reiterou o aumento do corte da alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de 25% para 33%, além de poder fazer uma nova redução de 10% nas tarifas de importação. 

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Este conteúdo é produzido pela PORTOFINO MULTI FAMILY OFFICE e a nossa posição não é partidária.
As opiniões expressas aqui são dos palestrantes e convidados do evento.

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Podemos gerenciar os seus investimentos em qualquer instituição financeira custodiante no Brasil e no exterior, consolidando as suas posições e cuidando para que a seleção dos ativos utilizados em suas carteiras não tenham nenhuma intermediação, com relatórios mensais integrados para lhe fornecer uma visão global do seu patrimônio.

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Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 3

Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 2

Tempo de leitura: 12 minutos.

Família Portofino,

O Bradesco BBI 8th Brazil Investment Forum, evento promovido pelo Bradesco Private Bank, chegou, nesta quarta-feira (6), ao segundo dia de painéis. O evento foi repleto de grandes personalidades do cenário econômico e político, que discutiram diversos assuntos de importância para o dia a dia do investidor. 

Clique aqui para saber como foi o primeiro dia.

Mesa redonda: O que esperar dos investimentos em Private Equity e Venture Capital em 2022?

O pontapé inicial do segundo dia teve em pauta os mercados de Private Equity e Venture Capital em 2022. Além de discutirem suas experiências e expectativas, Rafael Padilha, Head de Private Equity, Luiz Ribeiro, Diretor Executivo e Co-Head do escritório da General Atlantic no Brasil, e Joaquim Lima, Sócio na Riverwood Capital, também comentaram sobre os riscos e cuidados nesses mercados.

No caso do investidor-gestor, para Padilha, é importante estar atento ao que está acontecendo no cenário macroeconômico, focar no micro e analisar de forma “detalhista” o time da empresa que está investindo. Do ponto de vista do investidor, o economista disse que a principal preocupação tem que ser o timing, ter muito claro em mente que é um investimento a longo prazo e escolher um gestor com track record de sucesso.

Ribeiro concordou com as colocações de Padilha e acrescentou que o investidor tem que ter clareza do tipo de investimento, setor e exposição que ele está investindo. Ou seja, ter certeza que o investimento faz sentido ao perfil de risco.

Sessão Especial com Nick Beighton, ex-CEO da ASOS

Na sequência, Nick Beighton, ex-CEO da ASOS, loja britânica de roupas e artigos de beleza destinada a jovens adultos, falou sobre as mudanças do varejo e a implementação cada vez maior do e-commerce.

Beighton comentou sobre os desafios em mudar para o mobile. Nas palavras dele, a empresa teve que ter bons engenheiros de tecnologia e precisaram pensar em diferentes abordagens. “A experiência mobile é muito melhor que a desktop”, disse o ex-CEO. Ele explicou que o desktop é para adquirir clientes, enquanto no mobile é possível criar conexões com os clientes. 

“Os aplicativos se tornaram uma conexão melhor para os nossos clientes. Portanto, aperfeiçoamos o nosso user experience. Trabalhamos com inteligência artificial também para fazer com que o cliente prestasse mais atenção no aplicativo e ficasse mais engajado”, contou Nick.

O executivo ainda falou sobre conteúdo e como ele é importante para atrair os clientes. Ele ressaltou que quanto mais o consumidor estiver engajado com o software, melhor será a experiência. Ademais, com a inteligência artificial ele conseguiu diminuir a quantidade de cliques que os usuários precisavam dar para realizar suas ações e, segundo ele, “os clientes amam isso”. No campo de conteúdo, ele precisa ser inspirador e engajador, principalmente quando trata-se do mercado de moda.

Bancos digitais: A rentabilização de clientes como desafio

O terceiro painel do segundo dia de evento abordou um tema alvo de muitas questões e discussões, tanto de investidores quanto de clientes. Jean Sigrist, Presidente do Conselho de Administração do Neon, João Vitor Menin, CEO do Banco Inter, e Renato Ejnisman, CEO do Next, debateram sobre as inovações e os desafios do mercado de bancos digitais.

Dentre os assuntos discutidos pelos convidados, podemos destacar a análise sobre a questão da relação entre preço/serviço. Menin disse que o Inter sempre aposta em ter uma gama de serviços bem completos, mas ponderou que investem muito na questão de preço. Ele complementou dizendo que alinha experiência e preço, porém cada cliente pode ter um olhar diferente, então “tem que ser bom nos dois”.

Para Ejnisman, com o tempo a experiência vai ser mais relevante. Nas palavras dele, o passar do tempo vai mostrar que entender o cliente e se antecipar às suas expectativas vai ser mais importante. Ele também abordou a questão da monetização, a qual disse acreditar que não será um mercado de winner takes all. 

Sessão Especial com Charles Gave – Sócio fundador da Gavekal Research

A sessão especial com Charles Gave teve uma apresentação do convidado, no qual ele falou sobre os principais fatores econômicos dos últimos 25 anos. Além disso, também comentou a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Na questão da inflação, ele afirmou que estamos entrando num mundo inflacionário e a inflação ainda vai subir mais. Por fim, disse que na construção de um portfólio, ao se considerar a inflação, é importante olhar a aceleração e não o nível.

A abertura do mercado “livre” de energia elétrica no Brasil – Desafios e oportunidades para distribuidoras, geradoras, comercializadoras e consumidores

Na parte da tarde, Elisa Bastos, Diretora da Aneel, e Ricardo Lisboa, Presidente da Abraceel, foram os responsáveis por compor o painel que teve como tema o mercado de energia elétrica no Brasil.

Lisboa fez questão de pontuar que toda e qualquer mudança estrutural traz medo. De um lado, ele comentou que esse receio atrasou a abertura, mas, por outro lado, ajudou a trazer soluções para problemas e riscos. “Estou bastante otimista e acho que é uma virada importante para o país”, afirmou. Ricardo contou que no futuro as pessoas teriam que saber de quem contratar energia.

Em geral, a opinião é de que o mercado livre aumentaria a competição e poderia melhorar a qualidade de atendimento do consumidor.

Saiba mais: Ativos alternativos: Entenda em que consiste esse investimento, benefícios, exemplos e como investir

Sessão Especial com Ricardo Reis, especialista em Política Monetária e professor de Economia na London School of Economics

Ricardo Reis realizou uma análise sobre os desafios da política monetária em 2022 e para os próximos anos. Logo no início de sua fala, o professor fez questão de deixar claro: “A inflação pode, de fato, subir de forma consistente. Estamos com um problema grave”.

Para explicar essa afirmação, ele traçou um panorama desde o começo da pandemia, explicando que o período trouxe enormes mudanças e desafios para a economia global, tais como: dispersão das fortunas das empresas, trabalho a distância, transição climática, digitalização, entre outros. Reis definiu essas questões como desafios de longo prazo, mas disse que são poucos comentados porque há um problema mais urgente. 

Além disso, ele explicou que há 12 meses tivemos a rápida recuperação da economia e a consequente alta da inflação. Neste cenário, os bancos centrais mantiveram um nível histórico expansionista ao invés de mudar a rota para conter a inflação.

Dessa forma, o professor concluiu que há grandes desafios estruturais para os bancos centrais, que todo o foco está na inflação depois dos erros dos últimos 12 meses e pressão da dívida pública. No caso da inflação, Reis opinou que “baixá-la sem causar uma recessão seria um feito extraordinário”.

Assimetria regulatória no sistema bancário

Isaac Sidney, CEO da Febraban, Bruno Balduccini, Parceiro na Pinheiro Neto Advogados, e Rubens Sardenberg, Diretor de Assuntos Econômicos, Regulamentação e Riscos da Febraban, foram os selecionados para debaterem sobre o sistema bancário no evento.

Os convidados discutiram sobre o sistema bancário e as novas regulações do Banco Central. Ademais, falaram sobre o crescimento das fintechs e as questões que elas trazem para o BC lidar. Sobre as fintechs, Balduccini foi categórico ao dizer que “se alguém das fintechs falar que não esperava as mudanças regulatórias estará mentindo”.

Outro tema abordado foram as criptomoedas, com Isaac Sidney pontuando que é um tema que merece atenção.

Sessão Especial com Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e Planejamento do governo de São Paulo, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central

O penúltimo painel do dia contou com Henrique Meirelles como convidado para falar sobre o atual cenário econômico e político. 

Em sua primeira fala, Meirelles fez uma rápida análise sobre as últimas décadas. Ele comentou que no período de 2000-2010 o Brasil cresceu bastante, com média de 4% mesmo com as crises. Já nos anos de 2011-2020, segundo o secretário, foi de altos e baixos, com um governo Dilma de muita interferência e gastos exagerados, movimentos que geraram muita desconfiança na economia. 

Meirelles também comentou sobre o teto de gastos. Ele disse que é normal que todos queiram disputar o orçamento para suas regiões e estados, mas o problema, nesse caso, é a necessidade de haver um limite, uma âncora que permita uma gerência inteligente. Para ele, é preciso voltar a respeitar o teto até 2026 e, a partir desse momento, definir um novo critério.

Outro assunto abordado diz respeito à autonomia do Banco Central e a importância disso. O ex-ministro explicou que a decisão de dar autonomia à instituição é fundamental, pois proporciona condições de fazer a política adequada. Meirelles complementou dizendo que é importante que o próximo governo faça política fiscal para dar âncora na economia e na inflação, ajudando o BC.

Por fim, o ex-presidente do BC foi questionado sobre a polêmica do preço dos combustíveis. Em relação aos combustíveis, ele falou que não pode haver intervencionismo na Petrobras. “Se for isso, é melhor deixar como está”, afirmou Meirelles. Ele foi objetivo ao dizer qual a solução: “Competição”. “Divide a Petrobras em 3, 4 companhias, privatiza e o mercado determina o valor de competição. Não criar monopólio privado, mas dividir a companhia”, disse.

Desafios e oportunidades para os bancos incumbentes

Para finalizar a quarta-feira do fórum, o evento recebeu três CEO de grandes bancos do Brasil. Fausto de Andrade Ribeiro, CEO do Banco do Brasil, Octavio de Lazari, CEO do Bradesco, e Milton Maluhy, CEO do Itaú, comentaram sobre tudo da participação dos bancos digitais no mercado.

Lazari comentou que enxerga essas instituições como concorrentes em nichos específicos, mas, de forma geral, não, a não ser algumas que já atingiram um certo patamar. Do ponto de vista dos investidores, o CEO destacou que eles já começam a olhar as coisas de uma forma diferente, principalmente com o novo momento da taxa de juros.

Maluhy concordou com a colocação do executivo do Bradesco, e acrescentou que são a favor da competição e concorrência dentro das regulamentações. Ele ainda disse que a questão do preço (anuidade, isenção de taxas) foi uma boa porta de entrada para esses novos players. O CEO do Itaú também mencionou a taxa de juros, explicando que no cenário oposto ao atual, de baixa taxa de juros, tem mais espaço para capital de risco.

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Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 1

Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 1

Tempo de leitura: 11 minutos.

Família Portofino,

Nesta terça-feira (5), aconteceu o primeiro dia do Bradesco BBI 8th Brazil Investment Forum, evento organizado pelo Bradesco Private Bank. O dia contou com diversos painéis sobre diferentes assuntos que estão em destaque no cenário econômico e político atual. Para falar sobre esses assuntos, nomes nacionais e internacionais do mercado, como Affonso Pastore, Luis Stuhlberger, Gustavo Montezano, William Dudley, entre outros, marcaram presença no evento.

Confira um resumo dos painéis desta terça-feira.

Desafios econômicos pós-eleições no Brasil

O primeiro painel contou com a presença de Affonso Pastore, ex-Presidente do Banco Central, Nelson Barbosa, ex-Ministro da Economia e ex-Ministro do Planejamento, e Gustavo Franco, Managing Partner da Rio Bravo Investimentos e ex-Presidente do Banco Central, discutiram suas visões sobre o que esperar para a economia brasileira após as tão aguardadas eleições presidenciais de 2022.

Os especialistas, além de falarem sobre os prognósticos e desafios pós-eleições, relembraram o período de pandemia, quando a taxa Selic bateu 2% ao ano, para contextualizar o momento de inflação vivido atualmente. Para Pastore, por exemplo, ele teme que a inflação não diminua o tanto quanto se espera. 

Além disso, eles também comentaram sobre a importância de se ter uma política fiscal que estimule o crescimento. “O próximo governo vai ter que desarmar uma bomba fiscal”, disse Barbosa.

Na parte final do debate, os economistas comentaram sobre a Petrobras e a privatização das estatais durante o último governo. A alta dos combustíveis também esteve em pauta, a qual os profissionais falaram sobre possibilidades para o tema.

As melhores ideias de investimentos para 2022

Na sequência do evento, foi a vez de Luis Stuhlberger, sócio fundador e gestor de carteira da Verde Asset, Carlos Woelz, sócio fundador e gestor de carteira da Kapitalo Investimentos, e Daniela Costa-Bulthuis, gestora de carteira na Robeco, analisarem o que o cenário econômico atual e quais, na visão deles, são as melhores ideias de investimentos.

Stuhlberger traçou um panorama desde o início da pandemia de coronavírus e destacou o período a partir de julho de 2021, dizendo que o “Brasil voltou ao inferno” e que “foi um período insano”. Ele relembrou que a crise dos precatórios, somada a todo o temor acerca do teto de gastos, fez a Bolsa de Valores sofrer uma grande queda no segundo semestre de 2021.

O gestor analisou que o Brasil está em um momento que vai se beneficiar muito das circunstâncias externas. Stuhlberger ainda ressaltou que acha que é a primeira vez que ele vê, apesar da alta de juros nos Estados Unidos, o Brasil sendo beneficiado nesse cenário. Ele também disse que acredita em um mundo mais inflacionista depois da crise de Covid-19 e da guerra entre Rússia e Ucrânia. 

Costa-Bulthuis abordou as opções que o investidor de mercados emergentes tem. Ela listou que na China há o risco de interferência nas empresas e a crise no setor imobiliário e de construção, a Europa Central está vivendo um momento muito arriscado devido à guerra , o Oriente Médio não apresenta tantas opções e a África do Sul tem a questão do desemprego.

Neste sentido, ela explicou que a América Latina tem mercados diversificados e com moedas líquidas. Ou seja, para a gestora, esse mercado voltou a ser o centro e o polo a se investir nos mercados emergentes em 2022. Contudo, ela fez questão de ressaltar os riscos de crises políticas, não só no Brasil.

Falando sobre o Brasil, Costa-Bulthuis explicou que o Banco Central do Brasil se antecipou aos outros em relação ao aumento da alta de taxas de juros. Ademais, o fator valuation, de acordo com a fala da gestora, com os preços dos ativos muito descontados também é um fator favorável aos investimentos no Brasil. Em outras palavras, ativos baratos, moeda com tendência de valorização, falta de opções e a conjuntura favoreceram a entrada de investimentos estrangeiros.

No fim do painel, a gestora comentou que os setores de commodities, os bancos e as empresas pagadoras de dividendos são investimentos que ela vê com bons olhos, além de dizer que não é a hora de voltar para growth.

O que é necessário para atrair investimentos em infraestrutura para 2023-26?

Ainda na parte da manhã do evento, Antônio Carlos Sepulveda, CEO da Santos Brasil, Bruno Serapião, Sócio Senior na Pátria Investimentos, e Marco Cauduro, CEO da CCR, discutiram sobre o setor de infraestrutura.

Sepulveda comentou que a área tem espaço para melhorar, principalmente na parte de regulação. Nas palavras do CEO, o Brasil é hiper regulado com um sistema que peca pelo excesso de regulação.

Em relação ao tema ambiental, Sepulveda explicou que há um anseio de países e pessoas sobre o tema. Ele falou que é um ponto indissociável a todos os projetos e que o licenciamento ambiental no nosso país não é diferente de nenhum outro.

Em suma, os três convidados falaram sobre investimentos, contratos e disponibilidade de capital atualmente.

Saiba mais: Conheça os Fundos de Investimento Exclusivos: Veja como funcionam e para quem são indicados

Sessão Especial: William Dudley, ex-Vice Chairman do Federal Open Market Committee e ex-Presidente do Fed de NY

William Dudley analisou o cenário econômico nos Estados Unidos e a participação do Federal Reserve. De acordo com ele, o Fed teve talvez quatro grandes erros.

O primeiro seria a nova política monetária adotada. “Estamos em uma situação que a política monetária precisa estar mais rígida”, disse o economista. O segundo erro é que o banco central americano estava muito preocupado em reduzir a compra de ativos. Terceiro erro foi a avaliação do mercado de trabalho. Dudley comentou que o Fed não considerou que a pandemia resultaria em um mercado mais rígido. O quarto, e último, erro foi considerar a inflação transitória. Ele afirmou que está “bem confiante” que a política monetária vai ser apertada nos próximos meses.

Em relação à guerra na Ucrânia, Dudley pensa que os Estados Unidos estão em um lugar melhor do que os outros países. Sobre o valor das commodities, ele comentou que depende muito do que acontecer no mundo e de quanto a guerra vai pressionar os preços. 

BNDES e a Nova Economia: Os pilares do desenvolvimento sustentável 

Nos painéis da parte da tarde, Gustavo Montezano, CEO do BNDES, e Marcelo Serfaty, Presidente do Conselho do Conselho de Administração do BNDES, iniciaram os trabalhos comentando o papel do banco.

Serfaty disse que o Brasil tem a capacidade de atrair muito capital e de se reinserir nas cadeias globais. “O BNDES pode ter papel importante na reinserção do setor privado nas cadeias globais. Vejo na guerra hoje uma oportunidade para o Brasil”, afirmou o presidente do conselho.

Já Montezano explicou que o BNDES tem um papel chave. Na opinião dele, o banco tem que atuar de forma multidimensional para descentralizar a economia, quanto mais a economia ser descentralizada mais sustentável e inovadora ela será. 

Foco em ESG: Desafios e oportunidades para produtores de commodities na era verde

Andrew Lichter, Vice-presidente de Estratégia e Desenvolvimento Corporativo da Mobius Risk Group, e Vinicius Nonino, Diretor de Novos Negócios na Suzano, foram os responsáveis por falar sobre a agenda ESG.

Lichter disse que ele não sabe o que os governos vão fazer sobre regulamentações, mas imagina que devem haver alguns padrões de relatórios globais.

Por outro lado, Nonino afirmou que a Suzano quer ser referência em sustentabilidade a partir das iniciativas que os colocam em direção à agenda ESG. Ele também comentou que o Brasil precisa aprovar as leis do setor. Para ele, “é muito desafiador”, pois é necessário ver com uma perspectiva local de interesses políticos. “Enquanto olharmos com esses olhos será difícil avançar”, finalizou.

O renascimento das juniors E&Ps no Brasil

O penúltimo painel do dia teve a presença de Décio Oddone, CEO da Enauta e ex-Diretor da Agência Nacional do Petróleo, e Ricardo Savini, CEO da 3R Petroleum.

Oddone comentou sobre a onda de vendas dos ativos da Petrobras e disse acreditar que vamos ter um mercado secundário desses ativos da estatal.

Savini explicou que o momento das empresas juniores e majors são diferentes. Falando sobre a 3R, ele falou que estão em um momento quase embrionário e, por isso, é difícil falar sobre pagamento de dividendos. “É o momento de pagar a Petrobras pela compra dos ativos. É prematuro discutir sobre dividendos”, falou o CEO.

Eleições 2022: Visão de consultores políticos e instituto de pesquisa

Para finalizar o primeiro dia de evento, o último painel, com duração de 1h30, recebeu Chris Garman, Diretor-Executivo para as Américas da Eurásia Group, Fernando Abrucio, Consultor Político, Luciano Dias, Consultor Político e Sócio da CAC, e Márcia Cavallari, CEO da IPEC.

Os analistas falaram sobre o que esperam para as eleições deste ano e como os candidatos devem se comportar durante a corrida eleitoral. Garman destacou que há dois candidatos, Lula e Bolsonaro, “com credenciais ante sistemas muito fortes”. 

Ademais, para Abrucio, essas eleições não serão como as de 2018. Isso pois naquela época o tópico era corrupção, mas, atualmente, o tema mais forte é o bem-estar da população. O consultor ponderou que a principal característica dessa eleição é o plebiscito sobre o bolsonarismo. “O grande ponto é olhar para o governo Bolsonaro, avaliar e votar”, comentou.

Por fim, Cavallari disse que, no decorrer da corrida eleitoral, Lula pode perder quantidade de votos porque pode resgatar o que já aconteceu em outros mandatos. Bolsonaro, contudo, tem chance de crescer. “É comum vermos os governantes melhorarem ao longo da campanha”, finalizou.

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Fundos fiduciários: como funcionam, tipos e vantagens

Fundos fiduciários: como funcionam, tipos e vantagens

A maneira mais fácil e segura de fazer a transferência de patrimônio é por fundo fiduciário.

Sejam ações de empresas, propriedades em herança ou dinheiro vivo, o processo é facilitado pois, estando em um fundo, estarão sendo gerenciados por um administrador, que pode ser empresa ou pessoa.

Esse gestor deve garantir que o acordo de transferência previamente feito seja cumprido à rigor, sem a incidência de tributos exorbitantes.

Os tipos mais comuns de fundos fiduciários são 2, o que o concedente tem controle dos bens em vida, e o segundo modelo em que o fundo não pode ser alterado, uma vez que foi criado.

Venha entender melhor como funciona na prática esses fundos e quais as vantagens de investir em um.

Boa leitura.

O que é administração fiduciária?

Fiduciária vem de fidúcia, que é basicamente um sinônimo da palavra confiança, o que faz muito sentido, já que trata-se de uma administração de bens baseada na confiança do concedente no gestor escolhido.

Como já dissemos, existem dois tipos de fundos fiduciários, e a escolha de cada um que vai determinar como será essa administração e também como o beneficiário irá receber.

fundo fiduciário administração o que é

Afinal, o que é um fundo fiduciário?

Em poucas palavras, é uma alternativa para um planejamento patrimonial com prerrogativa legal, que tem por objetivo assegurar a manutenção dos bens de uma empresa ou pessoa física, até a transferência para um terceiro.

Consiste em pegar os ativos e colocá-los sob a gerência de um administrador neutro, enquanto esses bens ainda não podem ser passados a um herdeiro previamente definido.

Esses fundos podem ser compostos por vários ativos, como propriedades, ações, dinheiro em espécie e até uma empresa em si, e esses bens podem ser combinados entre si, ou serem mais de um sem problemas.

fundo fiduciário como funciona

Como funciona um fundo fiduciário?

Para estabelecer uma relação de fundo fiduciário, é formado um tripé, contendo a figura do concedente, que é quem disponibiliza os ativos.

Depois temos o beneficiário, que é a pessoa, ou grupo de pessoas que irá receber esses bens no futuro.

Por fim, temos o administrador, que é a empresa ou pessoa que irá cuidar desses ativos e garantir que a transferência para o beneficiário seja feita após o falecimento do concedente.

Esse gestor não pode ser o beneficiário, mas em muitos casos pode ser alguém ligado a ele, como um parente ou advogado da família em caso de transferência de herança, por exemplo.

Geralmente são feitas duas modalidades de fundos, os de confiança revogável e os de confiança irrevogável. Veremos mais sobre cada um deles a seguir.

fundo fiduciário fundo de confiança

Fundo de confiança revogável

Como o nome já entrega, essa modalidade permite que o concedente tenha total controle sobre o processo enquanto ainda estiver vivo e plenamente capaz.

A principal vantagem desse tipo de fundo, é permitir que o beneficiário receba os ativos após a morte do concedente, sem a necessidade de fazer um inventário, o que agiliza muito a partilha de bens.

Desse modo, o concedente pode fazer ajustes e alterações nos termos do fundo em vida, tendo pleno controle das ações, podendo até, como diz o nome, revogar esse acordo quando convir.

Porém, em caso do concedente estar vivo, mas com alguma incapacidade legal, o controle fica a cargo do administrador do fundo fiduciário.

Fundo de confiança irrevogável

Nesse caso, uma vez redigido e assinado o acordo, nada mais poderá ser alterado, nem pelo concedente e nem pelo beneficiário.

Essa modalidade é muito utilizada para a transferência de herança, seja para descendentes ou familiares específicos, e é uma forma legal e eficiente de proteger os ativos de eventuais tentativas de interferência externa.

fundo fiduciário tipos

Quais são os tipos de fundos fiduciários?

Além das duas modalidades citadas acima, feitas por pessoas físicas, há outros tipos de fundos fiduciários que são utilizados pelos governos dos países.

Cada deles possuem características específicas, tem suas vantagens e desvantagens.

Conheça os principais.

De custódia

Trata-se de um fundo em caráter temporário, onde um órgão do governo pode manter os ativos sob custódia, mas sem gerenciá-los diretamente, até que se resolva a situação de transferência para o beneficiário.

O fundo pode ficar em custódia por vários motivos, mas o objetivo principal é que as partes interessadas não sejam lesadas, até que algum imbróglio legal se resolva.

Na custódia, o fundo pode até ser aplicado, mas cabe ao administrador ter todo o montante quando chegar o momento de repassar ao beneficiário.

O governo não gerencia diretamente o dinheiro do fundo, porém pode usar para deduzir impostos e outros tipos de pagamentos que ficaram pendentes por parte do concedente falecido.

De investimento

Fundos fiduciários de investimento são aqueles em que o governo gerencia e patrocina, visando utilizar os ativos do fundo para seus próprios fins.

São usados também para que o governo de um determinado país invista recursos recebidos de outra nação. Dessa forma, pode fazer o dinheiro render para aplicar na economia.

De Pensão

Basicamente são fundos que vão assegurar recursos que beneficiarão um trabalhador no futuro.

Tem como fiador o governo, que vai garantir que haja ativos suficientes no fundo para contemplar o empregado em caso de necessidade, que pode ser acidente ou até falecimento.

O governo em si não se beneficia do fundo, apenas é o garantidor dele, e deve assegurar que os recursos ali contidos estarão intactos até que o dono por direito precise acioná-los e recebê-los.

É o fundo que cresce mais rápido para os governos e é gerido pelos Estados em sua maioria.

De propósito privado

Por fim, esse é um tipo de fundo fiduciário que pode ser utilizado tanto por governos quanto por contribuintes, e como o nome diz, tem objetivo específico e privado.

Para os governos, os fundos citados acima só podem ser utilizados para aqueles devidos fins definidos previamente, e geralmente são apenas os mantenedores deles, sem participação ativa.

No caso do fundo de propósito privado, o governo pode utilizá-lo para fazer investimentos que resultarão em lucros que serão devolvidos à sociedade, em forma de infraestrutura, crédito para empresas, etc…

Tem dois tipos de fundos de propósito privado, o gastável e o não gastável, sendo o primeiro, liberado para que os ganhos sejam aplicados pelo governo.

Já no segundo tipo, deve ser mantido intacto o tempo todo até chegar um momento ou quantia previamente estipulados, onde então, o fundo pode ser usado para atender um determinado fim estabelecido no início.

Até porque, em geral, os governos precisam prestar contas de seus gastos.

fundo fiduciário vantagens

Entenda as vantagens do fundo fiduciário

Sem sombra de dúvidas a principal vantagem de um fundo fiduciário é poder proteger seu patrimônio de tributações abusivas, principalmente após o falecimento.

Quando se faz um fundo desses, o contribuinte passa a pagar um único imposto e posteriormente passa seus ativos para o beneficiário com muito mais liquidez.

Em casos de herança, a maior vantagem do fundo fiduciário é permitir a distribuição dos bens em caso de morte sem a necessidade de um inventário, tornando o processo bem mais ágil.

Para o concedente é uma garantia de deixar um patrimônio conservado e para o beneficiário é uma forma de receber a partilha dos bens mais rápido do que pelas vias convencionais.

Quais são as características de fundos fiduciários?

As características dos fundos fiduciários são importantes para definir como os interesses dos investidores serão protegidos de forma geral.

Cada tipo de atributo vai desempenhar um diferente papel, por isso é fundamental conhecê-los mais a fundo.

Dever de cuidar

Cabe ao administrador o dever de garantir a gestão do fundo com total transparência, permitindo inclusive que o concedente investigue as decisões tomadas.

Isso serve para que essas decisões não coloquem em risco o fundo, até porque, é o seu patrimônio que está em jogo.

Agir de Boa Fé

O gestor do fundo fiduciário deve sempre agir em prol dos interesses do concedente e também do beneficiário.

Ou seja, suas decisões devem buscar a valorização do fundo e a mitigação dos riscos, para garantir que os ativos fiquem seguros até o momento da transferência para o beneficiário.

Lealdade

Buscar um administrador que seja idôneo é o primeiro passo, pois mesmo que o gestor não possa ativamente usar o seu patrimônio para fins pessoais, é preciso ter a certeza de que não estará sujeito a nenhum tipo de fraude financeira ou fiscal.

Essa lealdade é a característica fundamental para um fundo fiduciário, afinal, tudo se baseia na confiança, por isso a escolha do administrador tem que ser feita com muita cautela por parte do concedente.

Busque sempre empresas ou profissionais sérios, com certificação financeira e que tenham credibilidade comprovada.

Como constituir um fundo fiduciário?

O primeiro passo para constituir um fundo fiduciário é entender qual tipo está mais alinhado com suas necessidades e objetivos.

Em seguida, vale entender como são as leis do seu estado com relação a abertura desse tipo de fundo, pois cada federação atua de um jeito diferente sobre o assunto, inclusive com alíquotas tributárias maiores ou menores dependendo da unidade federativa.

Tudo isso feito, vem a etapa importantíssima que é buscar um administrador confiável para gerir os ativos desse fundo.

Além disso, nessa etapa é fundamental decidir quais os bens que irão compor o seu fundo fiduciário, pensando sempre na manutenção do patrimônio, mas também em ter ativos fora do fundo para operar com liquidez no dia a dia.

É interessante também que o concedente já estabeleça no contrato do fundo quais serão os beneficiários e quais bens cada um irá receber para facilitar a partilha no futuro.

Também tem a opção de passar a herança toda de uma vez, ou estipular o pagamento de partes ao longo do tempo, tendo assim uma forma gradual de transferir o patrimônio.

Essa é uma maneira de garantir que o beneficiário tenha uma fonte de renda contínua por um período de tempo, podendo assim se organizar para fazer a gestão do benefício recebido da forma que melhor o convir.

O último passo é formalizar isso tudo em contrato, com um advogado acompanhando ou mesmo uma empresa especializada em gestão de patrimônio e de fundos como a Portofino, para ter um processo eficiente.

Vale ressaltar que a gestão do seu patrimônio deve ser feita desde sempre, não só para garantir uma transferência eficiente e com poucos tributos, mas também para fazer com que seus ativos se valorizem com o tempo.

Para isso, ferramentas de gestão financeira como a Wealth Planner são imprescindíveis para proteger e valorizar o seu patrimônio. 

Conclusão

Os fundos fiduciários são mais uma forma eficiente e legal para fazer a blindagem do seu patrimônio, sendo também uma opção para valorizar seus ativos ao longo do tempo e transferi-los com segurança aos beneficiários.

Essa modalidade é bastante semelhante aos trusts funds que já falamos por aqui, e vão servir para que a transição dos seus bens seja feita de forma agilizada e com menos incidência de tributos possível.

Portanto, vamos recapitular os passos para constituir um fundo fiduciário e suas vantagens:

Escolher um administrador confiável, seja pessoa ou empresa, é o primeiro passo para uma gestão eficiente do seu patrimônio. 

Depois, estabelecer quem serão seus beneficiários, quais bens irão receber e quais as condições do pagamento.

Por fim, documentar todo esse processo com auxílio jurídico de um advogado ou empresa especializada, para garantir que o fundo estará seguro e seus ativos serão valorizados até o momento da transferência ao beneficiário.

Dessa forma, você fica mais tranquilo quanto a proteção do seus bens, sabendo que deixará um legado positivo, que irá beneficiar seus familiares.

Enquanto isso, tenha uma gestão financeira profissional para cuidar dos seus ativos em vida, e conte com quem entende do assunto e pode oferecer ferramentas modernas para cuidar do seu patrimônio.

Conheça as soluções da Portofino Multi Family Office e saiba como nossos mais de 40 especialistas em gestão financeira vão cuidar dos seus ativos com transparência, ética e responsabilidade.

Causa e Efeito | 05.03.2022

Causa e Efeito | 05.03.2022


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Tempo do áudio e leitura: 5 mins

Olá Família Portofino,

Completadas duas semanas do início da invasão russa ao território ucraniano, duas questões nos surpreendem no desenrolar deste conflito. De um lado, a resposta do ocidente veio, como era de se esperar, com um rol de sanções econômicas. Nenhuma novidade até aqui. Entretanto, sua abrangência e intensidade certamente foram muito além do que os mercados inicialmente previam.

Putin, outros políticos, funcionários do Estado e oligarcas russos tiveram seus ativos fora do país congelados, impedidos de movimentação. Medidas foram tomadas para impossibilitar o uso das reservas internacionais russas por parte do seu banco central. Bancos russos foram retirados do sistema internacional de pagamentos (SWIFT), o que, na prática, significou impedi-los de liquidar operações financeiras fora da Rússia. Contratos comerciais com diversas empresas russas foram cancelados e diversas empresas internacionais anunciaram a interrupção de suas operações dentro do seu território. Ativos russos vêm sendo retirados dos principais índices de mercado, aumentando o isolamento do mercado russo do resto do mundo financeiro.

O estrangulamento imposto à sua economia através dessa série de medidas, empurra a economia russa para uma crise econômica como a vivenciada pelo país em 1998.

A outra surpresa veio da escalada bélica da invasão. A tolerância ao risco do presidente Putin vem surpreendendo até o mais pessimista dos analistas políticos. Alvos civis não têm sido preservados e até mesmo a maior planta nuclear da Europa, localizada ao sudeste da Ucrânia, foi atacada. Estivemos perto de um acidente de proporções muito superiores ao que presenciamos em Chernobyl. Esse ataque foi o gatilho para uma realização mais expressiva dos mercados nesta sexta-feira.

Se, por um lado, nos surpreendemos por assistir, em pleno século XXI, uma tradicional e violenta ofensiva das forças militares russas ao território ucraniano, por outro, também chama atenção a contraofensiva econômico-financeira, sem precedentes na história, com capacidade de dizimar a Rússia sem que nenhum tiro seja disparado.

Saiba mais: Já ouviu falar em trust fund? Entenda o que é e seus benefícios

Como previsto, o impacto sobre o preço das commodities tem sido brutal. O aumento de preços observado nesta semana só encontra semelhança aos piores momentos da crise do petróleo dos anos 70. Encurtando a estória, esse violento choque de oferta em seguida ao já anteriormente provocado pela pandemia, agrava o problema inflacionário e terá incontestável impacto sobre o crescimento mundial. É ainda cedo para afirmar, mas tudo caminha para impactos de intensidade distintas a depender da região.

Sem sombra de dúvida, a relevância do gás natural na matriz energética da Europa e sua enorme dependência do fornecimento russo, elevam o risco de estagflação para a região.

Os Estados Unidos também serão afetados pela elevação geral de preços, mas não o suficiente para ameaçar sua economia com uma recessão. Isto nos parece verdade até pelos sinais dados pelo banco central americano de que, a despeito da guerra, o plano de voo continua a ser de se iniciar o aumento dos juros agora na reunião do próximo dia 16. A China, por ser menos impactada no tocante à pressão de preços durante a pandemia e por ainda possuir espaço fiscal para continuar estimulando o crescimento da sua economia, também deverá ter impactos limitados consequentes do conflito.

O Brasil e o demais países emergentes exportadores de matérias-primas também tendem a serem impactados em menor grau. Seremos beneficiados pela melhora dos nossos termos de troca apesar de também termos agravado nosso problema com a pressão inflacionária advinda principalmente de combustíveis e preços de alimentos. O câmbio vem ajudando, mas certamente nosso banco central deixará aberta a porta para estender o ciclo de aumento da Selic além do consenso anterior à guerra, ao redor de 12,5%.

Tudo isso nos deixa ainda mais convictos quanto à manutenção da nossa estratégia. Continuamos a privilegiar as estratégias pós-fixadas, principalmente as de crédito privado indexadas ao CDI, mas também ao IPCA. Apesar do recente aumento do prêmio na curva de juros, acreditamos ser pouco prudente aumentar o risco prefixado das nossas carteiras. Quanto à renda variável doméstica, a combinação de preços altos, maior exposição do nosso mercado ao setor de commodities com juros altos e ainda crescentes, faz com que o nosso mercado continue a ser beneficiado pelo fluxo dos investidores estrangeiros.


Pessoas do mundo todo pedem o fim da guerra

Manteremos nossa postura mais conservadora até que tenhamos maior visibilidade das consequências econômicas dessa crise. Por outro lado, ainda céticos com a probabilidade e muitíssimos preocupados com a recente escalada dos ataques, continuamos torcendo para um pronto cessar-fogo e um espaço para negociações diplomáticas no sentido de se evitar um impacto ainda maior sobre vidas humanas.

Eduardo Castro

Eduardo Castro é CIO (Chief Investment Officer) na Portofino Multi Family Office.

 ”Causa e Efeito” é um conteúdo exclusivo Portofino MFO que traz uma visão técnica sobre o que aconteceu no mundo, na semana e seus reflexos nos mercados financeiros globais.

Causa e Efeito | 26.02.2022

Causa e Efeito | 26.02.2022

Tempo de leitura: 4 mins.

Família Portofino,

Antes de falar sobre os mercados, vou pedir para que salve este número na agenda do seu telefone:

(11) 91024-4484

A partir de hoje, será através deste número que enviaremos diretamente para o seu celular as cartas “Causa e Efeito”, “Ação e Reação” e muitos outros conteúdos. Neste serviço de “WhatsApp Corporativo”, não solicitaremos informações sobre suas movimentações ou contas, ele servirá unicamente para entregar conteúdos informativos produzidos especialmente para você. Todas as demais solicitações continuarão a ser atendidas por seu Executivo de Relacionamento.

Os reflexos desta guerra injustificável.

Na última quinta-feira, na nossa carta Ação e Reação, analisamos os potenciais impactos à economia mundial e aos mercados financeiros com a invasão russa ao território ucraniano. Passado um dia de conflito militar aberto, com as tropas russas e ucranianas se enfrentando pelo controle da capital Kiev. O que aprendemos até agora? Com qual cenário base trabalhamos? E como toda essa crise afeta as nossas carteiras?

Quanto mais durar o conflito, maiores serão as chances de que a elevação dos preços das commodities pressione ainda mais a inflação mundial. Esta nova pressão sobre os preços de bens e serviços forçará os bancos centrais a acelerarem o processo de elevação dos juros, comprometendo ainda mais o crescimento mundial. Rússia e Ucrânia são produtores e exportadores relevantes de várias commodities, em especial as de energia, petróleo e gás natural, as matérias-primas de fertilizantes, macronutrientes potássicos, fosfatados e nitrogenados e vários metais estratégicos para a indústria como o níquel, o paládio e o alumínio.

Leia mais: Você sabe o que são Distressed Assets? Entenda sobre como funciona esse mercado e seus benefícios

Colocando de lado, se é que possível, as consequências brutais de um conflito dessa magnitude e seu impacto nefasto sobre vidas humanas, o que importa aos mercados, agora, não é que o que diretamente acontecerá com a Rússia e a Ucrânia. A dúvida está na incerteza quanto à possibilidade de o conflito militar migrar para uma guerra econômica declarada.  De um lado estão as principais economias ocidentais impondo sanções econômico-financeiras à Rússia e do outro, a própria Rússia tacitamente ameaçando responder a estas sanções interrompendo o fornecimento de gás natural e petróleo principalmente aos países europeus bem como o fornecimento de outras commodities estratégicas.

A nossa percepção é de que o teor das sanções, pelo menos por enquanto, não induzirão a Rússia a puxar mais este gatilho, agora de uma guerra econômica aberta. Por isso o apreçamento dos mercados passou a considerar como provável o cenário onde provavelmente a Rússia terá sucesso em alterar o atual regime político ucraniano na direção de garantir seu poder de influência na região em simultâneo, em que neutraliza o risco de crescente expansão da OTAN em países fronteiriços.

Os preços dos ativos demonstram o crescente consenso na direção do nosso cenário base. Esta crise deverá ficar circunscrita à região, sem se observar sua escalada tanto do ponto de vista geográfico quanto econômico. A bolsa brasileira já retornou para os níveis observados anteriormente ao início da invasão, nossa moeda, entretanto, não devolveu o ajuste recente o que nos parece compreensível dado às seis semanas consecutivas de valorização do real e a necessidade de se manter certa cautela às vésperas do feriado do carnaval. Do lado internacional, o S&P500 reforça nossa percepção de que se entende como menos provável um contágio maior das economias dado que o índice subiu mais de 6% das suas mínimas recentes, retornando para os níveis observados no fim da semana passada.

O cenário alternativo, apesar de hoje menos provável, nos impõe a manutenção de postura mais conservadora, postura esta que já vínhamos adotando mesmo antes do surgimento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. O processo de normalização das economias com as retiradas de estímulos e aumento de juros por parte dos bancos centrais, já nos fez adotar anteriormente uma postura mais conservadora em todos nossos portfólios. A ênfase em posições pós-fixadas com bom carregamento, na classe de fundos multimercados, em exposição mais conservadora em renda variável associadas a um posicionamento neutro em ativos prefixados e de juros reais, vem garantindo maior estabilidade nos resultados do ano. Nossas carteiras, em sua maioria, vêm mantendo rentabilidades alinhadas com o CDI do período, não tendo sido impactadas de maneira relevante pela volatilidade recente.

Mantemos nossa prudência e torcemos para que essa guerra injustificável se encerre o mais rápido possível preservando vidas e retornando a paz e tranquilidade às famílias ucranianas.

Eduardo Castro

Eduardo Castro é CIO (Chief Investment Officer) na Portofino Multi Family Office.

 ”Causa e Efeito” é um conteúdo exclusivo Portofino MFO que traz uma visão técnica sobre o que aconteceu no mundo, na semana e seus reflexos nos mercados financeiros globais.