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Quem seriam os ‘craques’ nos campos dos investimentos?

Quem seriam os ‘craques’ nos campos dos investimentos?

(Tempo de leitura: 4 minutos)

Como bons brasileiros amantes do futebol, decidimos criar uma seleção de futebol se os ativos financeiros fossem jogadores. Isso não reflete a opinião da Portofino, apenas uma maneira descontraída de comparar os riscos do mercado com as posições em campo. 

Formação tática: 4-2-3-1

#1. Goleiro (Treasuries): é a segurança e estabilidade do time, é o jogador mais antigo e ídolo da  torcida. 

#2. Lateral Direito (Bonds Emerging Market): habilidade de ser agressivo e seguro em  diferentes períodos, semelhante a um lateral direito versátil. 

#3. (=C=) Zagueiro Central (Bonds Investment Grade): líder e capitão da equipe, proporciona confiabilidade e tem habilidade para “sair jogando”, da mesma maneira que as empresas de  grau de investimento oferecem uma taxa de retorno maior que títulos do governo. 

#4. Zagueiro Central (Bonds High Yield): jovem talentoso da base, comparável a bonds de alto rendimento. Tem a confiança do técnico, da torcida e do elenco, mas às vezes dá uma “escorregada”.

#6. Lateral Esquerdo (Preferreds): meio-termo entre renda fixa e ações, semelhante a um  lateral com habilidades ofensivas e defensivas. 

#5. Volante Defensivo (Private Credit): marcam bem e procuram garantir segurança para a  defesa, assim como ativos de crédito privado que exigem garantias para estruturá-los. 

#8. Segundo Volante (Real Estate): àquele que dita o ritmo do time, no termo de futebol  conhecido como “box-to-box”, reflete o importante papel do mercado imobiliário para a  economia. 

#11. Ponta Direita (US Equity): rápidos, eficazes e voláteis, assim como ações nos EUA que  buscam retornos de longo prazo. Americanos de vez em quando os usam como poupança,  assim como pode marcar o lateral adversário dentro das quatro linhas. 

#7. Ponta Esquerda (Global Equity): é o jogador mais ágil do time, podem estar em boa ou má  fase, mas sempre há esperanças. Àquele jogador que vai cortar para o meio e chutar para o  gol, assim como um gestor irá aumentar a sua exposição quando mais confiante em uma tese. 

#10. Meio Campo (Secondaries Private Equity/Credit): é aquele que sempre está posicionado  para servir os companheiros, é versátil, o garçom. No mercado, todo mundo quer vender para  ele e seus investidores esperam retornos mesmo em cenários conturbados, no campo o time sempre o procura e espera que faça magia com a bola nos pés. 

#9. Centroavante (Venture Capital): é aquele jogador que só precisa de uma bola para decidir o  jogo, assim como fundos de VC que, quando acertam um investimento, compensam outras  perdas. 

Técnico (Asset Allocation): organiza a estratégia do time, assim como o asset allocation  determina a alocação de ativos no portfólio. Pode mudar de time a depender do jogo. 

Banco de reservas (Commodities, Hedge Funds, Fundos de Tendência, Derivativos, Caixa e outros):  recursos e estratégias adicionais que podem ser empregados conforme necessário.

Essa escalação é uma abordagem criativa para entender as diferentes classes de ativos e suas características. Lembre-se de que, assim como no mercado financeiro, a performance dessas  “posições” pode variar ao longo do tempo, e a alocação ideal dependerá dos objetivos e perfil de risco de cada indivíduo.

Fernando Godoy cursou Administração de Empresas na FGV com foco em Gestão Estratégica, atuou por 2 anos em empresa de capital aberto e possui 7 anos de experiência no mercado financeiro, com ênfase em investimentos internacionais. Está no time da Portofino MFO há 5 anos, 3 deles como sócio.

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Dicionário do mercado financeiro global

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Em um mundo cada vez mais globalizado, os mercados financeiros assumem papel central na economia e no dia a dia das pessoas. Esses mercados são ricos em terminologias, conceitos e jargões que, muitas vezes, podem parecer um idioma à parte para aqueles que não estão intimamente familiarizados com o setor.

Como vocês sabem, o nosso propósito aqui na Portofino Multi Family Office é “proteger e ampliar o patrimônio de pessoas, famílias e empresas de forma sustentável e multigeracional”, apoiando nossos clientes na tomada de decisões e em todos os dilemas enfrentados nos mercados financeiros globais.

Os termos financeiros, quando não compreendidos, podem ser barreiras à participação efetiva dos indivíduos, dificultando decisões informadas e criando obstáculos à educação financeira. Este dicionário busca, portanto, ser mais do que uma mera coletânea de definições; é uma ferramenta para ampliar o entendimento e a acessibilidade ao complexo mundo financeiro.

Nós o convidamos a mergulhar neste universo, a explorar cada termo e a desvendar os mistérios da linguagem do mercado financeiro. Em um mundo em constante mudança, a educação e o entendimento são os faróis que iluminam nosso caminho.

Que este dicionário seja um apoio em sua jornada de descoberta e aprendizado e, ao mesmo tempo, tenha a certeza de que estamos aqui para apoiar e cuidar de tudo que for mais importante para você.

Ativos e termos relacionados

Stock: ação de uma empresa.

Equity: participação acionária de uma empresa.

Small-Cap, Mid-Cap, Large-Cap: as ações são frequentemente categorizadas pelo tamanho da capitalização de mercado da empresa.

Fixed Income: Renda Fixa. Inclui títulos de dívida emitidos por governos e empresas, como títulos do tesouro, títulos corporativos e municipais.

Bond: título de renda fixa de um governo ou empresa.

Treasury Bonds: títulos de dívida emitidos pelo governo federal.

Corporate Bonds: títulos emitidos por empresas privadas ou públicas.

Municipal Bonds: emissões de dívida por governos locais.

Cash and Equivalents: ativos líquidos de baixo risco, como dinheiro em caixa, depósitos bancários e títulos do mercado monetário.

Rating: agências de classificação de risco como Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s atribuem notas para a solvência de empresas e países que variam de D (mais arriscado) a AAA (menos arriscado). 

High Grade: empresas com baixa classificação de risco. Em sua maioria AA ou AAA.

Investment Grade: empresas classificadas com “grau de investimento”. Em sua maioria de BBB- a AAA.

High Yield: empresas com classificação média de risco, geralmente entre B- e BB+. Investidor espera retornos mais elevados para esses títulos. 

Fallen Angels: termo utilizado para empresas que eram classificadas como investment grade, mas hoje estão enquadradas no universo de high yields.

Preferreds: títulos de renda fixa com características de renda variável. Eles ocupam uma posição intermediária de subordinação entre as ações ordinárias (common stock) e os títulos de dívida tradicionais (bonds). Equivalentes as Letras Financeiras do Brasil.

Junk Bonds: termo usado no mercado para empresas com alta classificação de risco. Normalmente de CCC+ até D. Risco de inadimplência, porém alta expectativa de retorno.

Real Estate: investimentos em propriedades comerciais, residenciais ou industriais.

REITs (Real Estate Investment Trusts): fundos de investimento que detêm e gerenciam propriedades imobiliárias.

Bridge-Loans: empréstimo-ponte. Frequentemente usados por incorporadoras para financiar início de obras no setor imobiliário.

Commodities: matérias-primas físicas, como ouro, prata, petróleo, gás natural, trigo, milho, soja, etc.

Private Equity: investimentos em empresas não listadas em bolsa (privadas), geralmente através de aquisições diretas ou fundos.

Venture Capital: os fundos de venture capital investem em startups e empresas em estágios iniciais de desenvolvimento, geralmente em setores de alta tecnologia e inovação.

Buyout: os fundos de private equity buyout focam na aquisição de empresas inteiras ou de uma participação majoritária em empresas. Em sua maioria, empresas já estão maduras e os fundos buscam aumentar o valor da empresa por meio de otimização operacional, expansão e outras estratégias. 

Growth Equity: uma empresa “growth” é aquela que prioriza e busca atingir o crescimento exponencial em um curto período.  Os fundos de growth equity investem nessas empresas, que normalmente se encontram em estágios intermediários de desenvolvimento e estão buscando financiamento para expansão. 

Value Equity: a ideia por trás da value equity é encontrar oportunidades de investimento em empresas que, por diversos motivos, estão sendo negociadas a preços mais baixos do que realmente valem. Normalmente já são empresas estabilizadas que geram fluxo de caixa positivo.

Distressed: fundos de private equity distressed se concentram em investir em empresas em situações financeiras difíceis, como falências ou reestruturações. Eles buscam oportunidades para adquirir ativos a preços descontados e, após a reestruturação, procuram obter lucro com a recuperação da empresa.

Special Situations: situações atípicas ou operações não corriqueiras no mercado financeiro. A maioria dos fundos de Special Sits (nome usado pela indústria) focam na recuperação de empresas em dificuldade, com um certo grau de depreciação em seu valor visando altos retornos no longo prazo. 

Secondary: os fundos de private equity secundários compram participações em fundos de private equity existentes de outros investidores, geralmente quando o fundo não está no período de resgate, gerando liquidez para o detentor do ativo.

FoF (Fund of Funds): fundo que investe em outros fundos.

Private Credit: investimentos em dívida ou empréstimos emitidos por empresas que não são negociados em bolsas de valores públicas.

Hedge Fund: um fundo de investimento que busca retornos elevados usando várias estratégias de investimento, como juros, moedas, ações, commodities e outros, frequentemente incluindo derivativos. Estrutura similar aos fundos multimercado no Brasil. 

Legal Claims: venda de crédito contido em processos judiciais.

Co-investment: investimento minoritário feito diretamente em uma empresa operacional, juntamente com um patrocinador financeiro ou outro investidor de capital privado.

Index: índices de mercado. Uma medida estatística do desempenho de um grupo de ações ou ativos financeiros. Esses índices podem ser relacionados a qualquer classe de ativos, sendo os mais comuns de renda fixa e renda variável.  

ETF (Exchange Trade Fund): fundo de índice, negociado em bolsa.

UCITS (Undertakings for Collective Investment in Transferable Securities): organismos de investimento coletivo em valores mobiliários. Grosso modo, são os ETFs europeus.

Mutual Fund: fundo de investimento. Em sua maioria, investem em ativos mais líquidos. 

Serviços

Investment Banking (IB): oferece uma variedade de serviços financeiros para empresas e governos, incluindo emissão de títulos, captação de recursos, consultoria financeira estratégica e M&A. Normalmente são acionados para operações de grande porte.

Mergers and Acquisitions (M&A): processo de fusão ou aquisição de empresas.

Asset Management: gestão de ativos. Envolve a administração de portfólios de investimentos em nome de investidores individuais, institucionais e corporativos. Isso pode incluir gestão de ações, títulos, imóveis e outros ativos.

Wealth Planning: planejamento financeiro. Oferece orientação e estratégias personalizadas para indivíduos e famílias gerenciarem suas finanças pessoais, economizarem para metas de longo prazo e planejarem a sucessão patrimonial. Frequentemente envolvem questões jurídicas.

Private Banking: fornece serviços financeiros personalizados e de alto nível para indivíduos de alto patrimônio líquido, incluindo gestão de investimentos, planejamento financeiro, crédito e serviços bancários.

  • Banker: pessoa encarregada de atender clientes em uma instituição bancária.
  • Broker Dealer: uma empresa que facilita a compra e venda de ativos financeiros em nome dos investidores.
  • Brokerage: comissão do banker ou time detentor do relacionamento da conta.

Banking: serviços bancários corriqueiros, como soluções para cartões de crédito e débito, transferências, pagamentos, entre outros.

Termos gerais

Stock Exchange: bolsa de valores. As maiores do mundo são NYSE (Bolsa de Valores de Nova York), NASDAQ, Shanghai Stock Exchange, EuroNext e Japan Exchange Group.

Initial Public Offering (IPO): é o processo pelo qual uma empresa se torna de capital aberto.

Derivatives: instrumentos financeiros cujo valor é derivado de outro ativo subjacente, como futuros, opções e swaps.

Forex ou FX: o mercado onde as moedas estrangeiras são compradas e vendidas. 

SOFR (Secured Overnight Funding Rate): taxa de juros overnight americana, recente substituta da LIBOR (London InterBank Offered Rate). Se equivale ao CDI no Brasil.

FED (Federal Reserve): banco central dos EUA. 

FOMC (Federal Open Market Committee): Comitê Federal, equivalente ao COPOM. Nele é decidida a variação da taxa de juros e outros assuntos importantes para a economia americana.

Interest Rate: taxa de juros.

Suitability: análise do perfil do investidor.

KYC (Know Your Client): processo frequentemente usado na abertura de contas em instituições financeiras. Serve como diligência para comprovar a origem dos recursos.

POA (Power of Attorney): Mandato. É um documento legal assinado por duas partes, no qual uma delas concede o direito de atuar em nome da outra perante instituições financeiras. Normalmente restringindo apenas para investimentos.

Termos relacionados a investimentos

Bullish: perspectiva otimista em relação a um ativo ou ao mercado em geral. Um investidor ou trader é considerado “bullish” quando acredita que os preços irão subir. Bull de touro.

Bearish: uma perspectiva pessimista em relação a um ativo ou ao mercado em geral. Um investidor ou trader é considerado “bearish” quando acredita que os preços irão cair. Bear de urso.

Dovish: uma política ou postura monetária que favorece taxas de juros mais baixas, flexibilidade e estímulo econômico. Por exemplo, um comunicado “dovish” de um banco central pode indicar a possibilidade de cortes nas taxas de juros.

Hawkish: política ou postura monetária que favorece taxas de juros mais altas e um controle mais rígido da inflação. Um comunicado “hawkish” de um banco central pode indicar a possibilidade de aumentos nas taxas de juros.

Long: uma posição em que um investidor possui um ativo na expectativa de que seu preço aumentará, permitindo que ele venda a um preço mais alto no futuro.

Short: uma posição em que um investidor vende um ativo que não possui, com a expectativa de que seu preço diminuirá. Eles planejam comprar o ativo a um preço mais baixo para obter lucro.

Over/Under Weight: quando gestor está com um viés maior ou menor, respectivamente, para uma determinada estratégia.

Resistance: um nível de preço em que um ativo historicamente teve dificuldade em romper para cima. Pode indicar uma possível reversão de tendência.

Support: nível de preço em que um ativo historicamente teve dificuldade em cair abaixo. Pode indicar um nível em que a demanda pelo ativo é mais forte.

Trend: a direção geral em que os preços de um ativo estão se movendo ao longo do tempo. Pode ser de alta (ascendente), de baixa (descendente) ou lateral (sem direção clara).

Moving Average: um indicador técnico que suaviza os preços ao longo de um período, ajudando a identificar tendências. Média móvel.

Candlestick: gráfico que mostra os preços de abertura, fechamento, alta e baixa de um ativo em um determinado período. Os padrões de candlestick podem ser usados para analisar a ação dos preços.

Gap: diferença no preço entre o final de um período de negociação e o início do próximo período, geralmente devido a eventos significativos durante a noite.

Leverage: alavancagem. O uso de fundos emprestados para aumentar o potencial de retorno de um investimento. No entanto, também aumenta o risco. Usa-se muito nos EUA a carteira de ativos como colateral para pegar empréstimos, também caracterizado como uma alavancagem. 

Spread: a diferença entre os preços de compra (ask) e venda (bid) de um ativo. Quanto menor o spread, mais líquido é o mercado.

Benchmark: padrão de referência do mercado utilizado para avaliar o desempenho de uma estratégia. 

Coupon: pagamento por um investimento de um valor pré-acordado, pode ser uma porcentagem com taxa pré (mais comum) ou pós-fixada. O montante pode ser pago na conta corrente do investidor ou dentro de um veículo que faz o reinvestimento.

Yield: taxa de retorno recebida ao investir em um bond, determinada pela variação do seu preço e dos cupons recebidos durante a vida do investimento. Existem vários tipos usados por investidores de renda fixa. Os quatro mais comuns são:

  • Yield to Maturity: é a taxa de juros que iguala o valor presente dos fluxos de caixa futuros de um bond ao seu preço atual, basicamente é o retorno que o investidor obtém ao manter o título até o vencimento;
  • Yield to Call: mais comum entre emissores com ratings abaixo de grau de investimento. Certos bonds permitem que o emissor pague o principal antes do vencimento. Mede o retorno até a data específica de call;
  • Yield to Worst: menor yield entre as diferentes datas de call. Mede o menor retorno possível no investimento no bond (assumindo que o emissor não entre em default);
  • Current Yield: cupom dividido pelo preço. Uma forma simples de medir o carrego do bond.

Default: termo para o popular calote. Inadimplência e não cumprimento de condições legais.

Duration: duração de um ativo financeiro que consiste em fluxos de caixa fixos, como um título. É a média ponderada dos tempos até que esses fluxos de caixa fixos sejam recebidos. Em palavras mais simples, é o tempo que o investidor recebe o valor que aportou de volta contando com o recebimento de juros. Duration também é constantemente associado a taxa de juros, no qual, mantendo outras variáveis constantes, é o que um ativo tende a variar com aumento e diminuição relativa a 1% na taxa de juros.

Trigger: eventos específicos que desencadeiam ações ou mudanças nas condições de um investimento.

Este conteúdo é regularmente atualizado com novos termos do mercado. Se desejar conversar sobre algum deles ou sugerir a inclusão de outros, estamos à sua disposição.

Fernando Godoy cursou Administração de Empresas na FGV com foco em Gestão Estratégica, atuou por 2 anos em empresa de capital aberto e possui 7 anos de experiência no mercado financeiro, com ênfase em investimentos internacionais. Está no time da Portofino MFO há 5 anos, 3 deles como sócio.

O downgrade na nota de crédito dos EUA

O downgrade na nota de crédito dos EUA

(Tempo de leitura: 6 minutos)

A agência de classificação de risco, Fitch Ratings, nas últimas semanas, tomou as manchetes de diversos portais com atualizações das notas de crédito soberano dos Estados Unidos e Brasil.

A decisão mais recente, e que pegou todo mundo de surpresa, foi o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos, de AAA para AA+, com perspectiva estável. Em nota, a agência disse que a decisão reflete a deterioração fiscal esperada para os próximos três anos, assim como a crescente dívida do governo geral.

“Na visão da Fitch, houve uma deterioração constante nos padrões de governança ao longo dos últimos 20 anos, incluindo questões fiscais e de dívida, não obstante o acordo bipartidário de junho para suspender o limite da dívida até janeiro de 2025”, apontou o comunicado.

Explicando, a nota anterior era a mais alta, que significava risco quase zero de um calote americano. Agora, o nível de confiança continua alto, porém um degrau abaixo.

Os impasses e deterioração constante nos padrões de governança ao longo dos últimos 20 anos, incluindo questões fiscais e de dívida, são motivos que levaram a essa decisão. Há dois meses os EUA passaram novamente por essa situação, que vem acontecendo recorrentemente desde 1960, com Washington negociando novas leis que permitam aumentar o teto. Por mais que a maioria dos agentes de mercado acreditassem que o governo chegaria a um acordo, a apreensão causou estresse.

A decisão foi criticada por muitos especialistas nos Estados Unidos, inclusive pela secretária do Tesouro, Janet Yellen, que, em comunicado, afirmou: o rebaixamento de rating “não mudou o que os americanos, investidores e pessoas de todo o mundo já sabem: que os títulos do Tesouro continuam sendo o ativo líquido e seguro preeminente do mundo”.

Apesar da repercussão, essa não é a primeira vez que uma agência rebaixa a nota dos EUA. Em 2011, a S&P Global Ratings fez o mesmo movimento. À época, no longo prazo, o movimento foi de pouco impacto no mercado, pois, mesmo com esse downgrade, a possibilidade dos Estados Unidos darem calote seguia baixíssima e os títulos públicos americanos continuaram com a reputação de serem os mais seguros do mundo.

O Brasil evolui

Por outro lado, enquanto os Estados Unidos caiu um degrau, o Brasil subiu. Em julho, a agência elevou a nota de crédito soberano do país de BB- para BB, com perspectiva estável. E a Fitch não foi a única a enxergar melhorias no Brasil. Em junho, a S&P Global Ratings elevou a perspectiva de crédito para “positiva”, apesar de não ter alterado a nota.

No relatório da Fitch, a agência disse que a decisão foi pautada após observar um desempenho melhor do que o esperado em termos macroeconômicos e fiscais. Além disso, a despeito das tensões políticas desde 2018, ano em que o país teve um downgrade no rating, segundo o comunicado, o Brasil alcançou progresso em importantes reformas para enfrentar os desafios econômicos e fiscais.

Dentre outras coisas, a agência destacou que, apesar do governo Lula defender um afastamento da agenda econômica liberal de governos anteriores, ela espera que o pragmatismo e os freios e contrapesos institucionais mais amplos evitem desvios radicais de macro ou micropolítica, enquanto o governo também está buscando iniciativas para apoiar o setor privado, como o esforço para a aprovação da reforma tributária. 

A tensão entre o chefe do Executivo e Roberto Campos Neto, presidente do BC, e as expectativas de inflação melhores, também foram questões que influenciaram na atualização do rating.

Quais os países que possuem as melhores notas? 

Paises nota credito - Portofino

O que essas mudanças significam?

As três principais agências de classificação de risco (Fitch Ratings, Moody’s e S&P) têm sistemas de notas similares. Quanto mais alta a nota, maior é a capacidade do país em honrar seus compromissos financeiros. Do outro lado, quanto menor a nota, menor é essa capacidade e maior a chance de dar calote.

No caso do Brasil, com o upgrade ele se aproxima do corte dos países que possuem o chamado “grau de investimento”, que no caso da Fitch é “BBB”. Chegar a esse grupo é importante para a atratividade do país para os investidores e para se colocar como alternativa a diversos veículos de investimentos internacionais.

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Investimentos Offshore: entenda as vantagens e como fazer

Investimentos Offshore: entenda as vantagens e como fazer

Os investimentos offshore são aqueles realizados em ativos de outros países e sujeitos a diferentes legislações. Entenda como investir offshore!

O mundo dos investimentos possui estratégias voltadas para os mais diversos tipos de objetivos. Entre as mais polêmicas, estão os investimentos offshore.

Envolvendo a aplicação em ativos fora do território nacional, os investimentos offshore são realizados para diversificar o capital e proteger patrimônios.

As opções para realizar esse tipo de operação envolvem questões tributárias simplificadas e maiores retornos financeiros.

Além disso, diante do aumento dos efeitos da crise, investir fora do Brasil tem se tornado cada vez mais uma alternativa a ser avaliada.

Para entender melhor o que faz o investimento offshore ser tão atrativo e se esse tipo de aplicação é o mais adequado para você, continue no post!

O que são investimentos offshore?

Os investimentos offshore, ou “fora da costa”, são aqueles que envolvem ativos de empresas localizadas em outros países.

As empresas que recebem investimentos offshore estão estabelecidas nos países popularmente chamados de “paraísos fiscais”.

O motivo do termo é o alto número de benefícios tributários desses territórios, como a baixa cobrança de impostos e sistema fiscal simplificado.

São exemplos de países que considerados paraísos fiscais:

  • Suíça;
  • Panamá;
  • Bahamas;
  • Ilhas Cayman.

Entre os principais recursos investidos offshore, estão: ações, fundos de investimento, títulos privados e variação cambial.

Na prática, essa modalidade de investimento sempre é realizada em um domicílio fiscal distinto ao de origem do investidor.

Apesar de serem bastante relacionados a casos de corrupção, as offshores são regulamentadas por lei e contando com uma assessoria especializada para te apoiar nesta estruturação, não há com o que se preocupar.

Por isso, aqueles com experiência no mercado financeiro e um alto nível de recursos têm essa estratégia como uma opção a ser considerada.

Vale ressaltar que, apesar de envolver diversos benefícios, esse tipo de investimento tem uma baixa procura se comparado com outras opções. 

Onshore e offshore: qual a diferença?

O termo “onshore” refere-se a investimentos realizados dentro do território nacional, ou seja, dentro do próprio país em que o investidor está localizado.

Já o termo “offshore” está associado a investimentos feitos em ativos localizados em outros países, além do país de residência do investidor.

Quais são as vantagens de “investir offshore”?

A principal vantagem relacionada aos investimentos offshore é aumentar o patrimônio em um mercado financeiro mais estável e com melhores rendimentos.

Além disso, os países com forte isenção de impostos e alto sigilo nas operações também facilitam a proteção patrimonial.

Confira abaixo outros benefícios do investimento offshore:

Blindagem Patrimonial

A blindagem patrimonial é um mecanismo usado para a proteção jurídica do patrimônio pessoal de empresários, sócios e investidores.

Entre duas principais medidas, está a criação de offshores, empresas abertas em territórios com menor tributação e legislação permissiva.

Diversificação de Investimentos

Outra vantagem que torna os investimentos offshore uma opção bastante interessante é a possibilidade de diversificação.

Afinal, eles podem ser usados para compor uma carteira diversificada como no caso dos ETFs, que incluem diversos ativos para uma melhor rentabilidade.

Ao investir em ativos de outros países, você dilui sua exposição ao risco local e aumenta as chances de obter uma boa performance financeira. Lá fora, você encontra mercados muito mais maduros que o brasileiro e pode acessar produtos e oportunidades que não existem por aqui.

Sucessão de bens

O investimento offshore, quando relacionado à sucessão de bens, geralmente envolve a criação de uma trust.

A Trust é uma empresa formada com o objetivo de administrar as operações financeiras e os bens de um indivíduo.

Nelas, um profissional chamado de Trustee fica responsável por deter os ativos e administrá-los segundo os desejos do acionista.

Em caso de falecimento, o Trustee tem a obrigação de transferir as ações da offshore de forma previamente definida em um Trust Deed (documento com regras da Trust).

Portanto, a criação de uma Trust é usada como instrumento de planejamento sucessório, com regras claras que evitam o inventário do patrimônio investido em offshore.

Entretanto, a escolha da melhor solução sucessória para offshores envolve questões como: residência fiscal, bens envolvidos, situação familiar, jurisdição e residência dos herdeiros.

Além disso, os impactos fiscais, objetivos do acionista e valor do patrimônio impactam diretamente a análise.

De forma geral, o apoio de profissionais especializados em assessoria patrimonial é fundamental para definir soluções apropriadas de sucessão de bens offshore.

Para qual perfil é indicado investimentos offshore?

Para qual perfil é indicado investimentos offshore?

Em momentos de crise, em que o dólar apresenta uma alta cotação, o investimento offshore acaba não sendo a opção mais adequada.

Apesar disso, é importante entender para quem esse tipo de investimento é mais adequado, sendo capaz de oferecer todas as vantagens indicadas anteriormente.

Normalmente, quanto maior for o seu patrimônio, mais oportunidades a modalidade offshore pode apresentar. 

Conforme  a instrução CVM nº 554, é preciso ter, no mínimo, R$1 milhão em investimentos financeiros.

Portanto, essa opção é voltada para investidores com maior capacidade de aplicação e experiência no mercado financeiro. 

Sendo, portanto, mais indicada para os chamados “investidores qualificados” que buscam, além da diversificação de ativos, um maior sigilo e proteção patrimonial.

Como investir em offshores?

Apesar de parecer algo complexo, existem diversos meios para ter acesso a mercados financeiros do exterior e investir em offshores.

Listamos algumas opções disponíveis para aqueles com necessidades que vão além do que as corretoras internacionais ou ETFs podem oferecer. Confira abaixo!

Fundos Offshore

Os Fundos Offshore são fundos de investimento internacionais que podem receber gestores de finanças do Brasil para operar.

Em outras palavras, a gestão ocorre no Brasil, mas os ativos encontram-se no exterior, mais especificamente nos paraísos fiscais.

Ao investir nesse tipo de fundo, você tem a oportunidade de diversificar a carteira e ter capital internacional com custos reduzidos.

Existem três tipos de fundos de investimentos offshore existentes. São eles:

  • De Renda Fixa: com títulos de baixo risco e menor rentabilidade;
  • De Renda Variável: possibilita a compra de ações de empresas estrangeiras;
  • Misto: composto de uma carteira de ativos com títulos de renda fixa e variável.

Um dos principais benefícios dessa estratégia é conseguir aplicar recursos no exterior de forma rápida e objetiva.

Além disso, os fundos offshore contam com um histórico de alta rentabilidade e são uma boa alternativa para a diversificação da carteira de investimentos, mas você deve conversar com o seu gestor para entender qual a melhor estratégia para a sua vida.

Abrir uma empresa offshore

A abertura de uma empresa offshore está normalmente ligada à obtenção de benefícios fiscais em outros países.

Isso porque, em geral, esses negócios são abertos em locais onde existe uma menor cobrança de impostos e obrigações fiscais.

Além disso, não é preciso ter mão-de-obra ou algum tipo de produção para criar uma offshore.

As principais vantagens desse tipo de empreendimento são a eficiência fiscal, a proteção patrimonial e o planejamento sucessório, mais indicada para indivíduos com perfil financeiro mais elevado.

Criação de trust offshore

Já citada anteriormente, a Trust Offshore é um tipo de sociedade estrangeira considerada uma boa estratégia para a proteção de bens.

Na prática, o que ocorre é a transferência de um determinado patrimônio do Instituidor (você) para um administrador, chamado de Trustee. 

O objetivo é fazer com que os bens sejam administrados em favor do depositante ou de uma pessoa indicada por ele, sendo ela o Beneficiário.

Existem graus de autonomia que podem ser concedidas pelo Instituidor ao Administrador, que são:

  • Fixed Trusts: nível de liberdade limitado na gestão dos bens;
  • Discretionary Trust: alta confiança para a implementação do Trust.

Nesse tipo de sociedade, o Administrador se torna judicialmente responsável pelo patrimônio do Instituidor.

Por conta disso, caso as medidas de proteção ao patrimônio não sejam realizadas como no acordo, o Trustee deve indenizar os beneficiários pelas perdas de bens ou propriedades.

ETFs (Fundos de Índices)

Os Fundos de Índices (ETFs, ou Exchange Traded Funds), são um tipo de fundo de investimentos que replicam índices financeiros da Bolsa de Valores, como o Ibovespa ou o Índice Brasil.

E sendo assim, o trabalho do gestor de um ETF é sempre ajustar sua composição para que fique mais semelhante possível com o benchmark. 

Inclusive, mesmo que ele encontre opções mais atraentes no momento da alocação, é obrigatório seguir o índice escolhido na mesma proporção.

Diferente de outros fundos de investimentos, os Fundos de Índice são negociados na B3, assim como as ações, o que permite ao investidor comprar ETFs diretamente pelo home broker da corretora de valores.

De modo geral, os ETFs têm taxas de administração baixas em comparação com outros investimentos offshore, tais como fundos mútuos ou investimentos privados. 

Como um investidor offshore, você pode usar ETFs para diversificar sua carteira em mercados globais sem ter que pesquisar ações individuais ou fazer grandes investimentos offshore em uma única classe de ativos. 

BDRs (Brazilian Depositary Receipt)

Um Certificado de Depósito Brasileiro (BDR) é um certificado de depósito negociado no Brasil que representa ações de empresas listadas em bolsas de outros países, tais como a NASDAQ e a NYSE.

Na prática, estes ativos financeiros são como recibos de ações de empresas estrangeiras que são negociadas na Bolsa de Valores do Brasil, a B3.

Sendo assim, uma alternativa mais simples para brasileiros investirem em empresas negociadas em bolsas internacionais sem que precisem abrir conta em uma corretora de valores estrangeira ou enfrentar a complexidade dos investimentos internacionais.

É importante ressaltar que os BDRs não são ativos novos no mercado financeiro. A questão é que, antes de 2020, eles não eram liberados para o pequeno investidor, sendo restritos aos que tinham mais de R$1 milhão em aplicações financeiras.

Foi só após o lançamento das novas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que algumas categorias dos BDRs se tornaram acessíveis a investidores do tipo pessoa física.

A novidade fez com que milhões de brasileiros tivessem acesso às ações das maiores empresas do mundo, como Google, Facebook, Netflix e Apple, através dos mais de 600 BDRs presentes na B3.

Vale ressaltar que os BDRs não são investimentos no exterior. Esses certificados de depósito apenas acompanham a variação das empresas de outros países.

Por esse motivo, ao investir em um BDR, você não se torna um sócio de uma empresa estrangeira como ocorre na compra de uma ação de uma companhia nacional.

Como abrir uma offshore? Passo a passo

Como abrir uma offshore?

A abertura de uma offshore, também conhecida como empresa offshore, pode ser um processo complexo, mas seguindo os passos corretos, é possível realizar esse procedimento de forma legal e segura.

Veja a seguir um guia passo a passo sobre como abrir uma offshore”:

Pesquisa e planejamento

É fundamental realizar uma pesquisa detalhada sobre as jurisdições offshore disponíveis e suas respectivas regulamentações antes de abrir a sua empresa offshore.

Assim sendo, defina seus objetivos e necessidades específicas, levando em consideração fatores como privacidade, custos, benefícios fiscais e estabilidade política e econômica.

Escolha da jurisdição

Com base na pesquisa realizada, selecione a jurisdição offshore que melhor atenda aos seus requisitos.

Considere aspectos como a reputação do país, estrutura legal e fiscal, custos de manutenção, privacidade e facilidade de abertura de empresa.

Nome da empresa e tipo jurídico

Defina um nome para a sua offshore, levando em consideração as restrições e diretrizes legais da jurisdição escolhida.

Além disso, escolha o tipo jurídico mais adequado para a sua empresa offshore, como sociedade limitada ou empresa de responsabilidade limitada.

Contrate um agente registrado

Em muitas jurisdições, é necessário ter um agente registrado para a sua offshore.

O agente registrado é uma entidade ou pessoa física local que atua como intermediário e representa a empresa perante as autoridades do país escolhido.

Elaboração dos documentos

Prepare a documentação necessária para a abertura da offshore, que pode incluir artigos de constituição, estatutos, certificados de ações, entre outros documentos exigidos pela legislação local.

Registro da empresa

Realize o registro da empresa junto às autoridades competentes da jurisdição offshore escolhida e siga os procedimentos legais estabelecidos.

Conta bancária offshore

Após a abertura da empresa, será necessário abrir uma conta bancária offshore para operacionalizar os investimentos e transações financeiras.

Pesquise os bancos disponíveis na jurisdição escolhida e siga os procedimentos estabelecidos por cada instituição financeira.

Cumprimento das obrigações legais

Mantenha-se atualizado com as obrigações legais e regulatórias da jurisdição offshore.

Isso inclui o cumprimento de declarações fiscais, relatórios financeiros e outras exigências impostas pelo país em que a empresa está registrada.

Assessoria profissional

Considere contratar profissionais especializados em direito empresarial, contabilidade e assuntos fiscais offshore para garantir que você esteja cumprindo todas as regulamentações e otimizando os benefícios desse tipo de estrutura empresarial.

Lembre-se de que abrir uma offshore envolve questões legais e fiscais complexas, e é fundamental buscar a orientação de profissionais qualificados e experientes, como os da Portofino Multi Family Office, para garantir que todas as etapas sejam realizadas corretamente e em conformidade com as leis aplicáveis.

O que é considerado paraíso fiscal?

O termo “paraíso fiscal” é frequentemente mencionado no contexto de investimentos offshore, mas o que exatamente significa?

Um paraíso fiscal é uma jurisdição que oferece benefícios fiscais e vantagens regulatórias para empresas e indivíduos estrangeiros.

Essas vantagens podem incluir baixas ou nulas alíquotas de impostos, sigilo bancário, facilidade na criação de empresas, flexibilidade nas leis de proteção de ativos e regulamentações menos rigorosas em comparação com outros países.

As características comuns de um paraíso fiscal incluem:

  • Benefícios fiscais;
  • Sigilo bancários;
  • Regulamentações flexíveis;
  • Estabilidade política e econômica.

Como vimos, alguns exemplos de países frequentemente mencionados como paraísos fiscais são Suíça, Panamá, Bahamas e Ilhas Cayman, mas essa lista pode variar ao longo do tempo.

É ilegal ter empresa offshore?

É ilegal ter empresa offshore?

Ter uma empresa offshore não é ilegal em si mesma, desde que todas as operações financeiras e transações estejam em conformidade com as leis e regulamentações do país de residência do investidor.

No entanto, é importante distinguir entre o uso legal e ilegal de empresas offshore.

A evasão fiscal, ou seja, a prática de não pagar impostos devidos, é ilegal em quase todos os países e pode acarretar em consequências legais graves.

Além disso, também existem regulamentos internacionais, como as normas de combate à lavagem de dinheiro e o intercâmbio automático de informações financeiras entre países, que buscam garantir a transparência financeira e o combate a atividades ilegais.

Portanto,é fundamental buscar assessoria jurídica e contábil especializada ao estabelecer e operar uma empresa offshore para garantir a conformidade legal e evitar qualquer atividade ilegal ou suspeita.

Como investir no exterior sem abrir empresa offshore?

Investir no exterior não necessariamente requer a abertura de uma empresa offshore.

Existem outras opções para investir em ativos estrangeiros sem a necessidade de estabelecer uma estrutura empresarial offshore.

Algumas das opções incluem:

  • Corretoras internacionais: por meio delas, é possível investir em ações, fundos, títulos e outras classes de ativos estrangeiros;
  • Fundos de investimento internacionais: permitem que investidores se beneficiem da expertise de gestores profissionais, que administram carteiras diversificadas de ativos internacionais.

Investimentos Offshore: como funciona o pagamento de impostos?

O pagamento de impostos em investimentos offshore é um aspecto importante a ser considerado ao investir em ativos estrangeiros.

Ele depende de diversos fatores, como:

  • Jurisdição offshore: cada jurisdição offshore possui sua própria legislação fiscal e regras específicas para o pagamento de impostos. Alguns países offshore podem oferecer benefícios fiscais, como alíquotas de impostos mais baixas ou até mesmo isenções, enquanto outros podem ter regimes fiscais mais rigorosos;
  • Residência fiscal: geralmente, o investidor é obrigado a declarar os rendimentos obtidos no exterior e pagar os impostos devidos em sua jurisdição de residência. É importante verificar as leis fiscais do país de residência para determinar a tributação aplicável aos investimentos offshore;
  • Tratados internacionais: tratados de dupla tributação podem afetar a forma como os investimentos offshore são tributados. Esses tratados são acordos entre países que buscam evitar a dupla tributação dos investidores que possuem ativos e rendimentos em jurisdições diferentes e podem estabelecer regras específicas sobre a tributação de investimentos offshore e oferecer benefícios fiscais, como créditos de imposto ou reduções de alíquotas;
  • Obrigações de declaração: em muitos países, investidores que possuem ativos offshore têm obrigações de declaração adicionais. É necessário informar às autoridades fiscais sobre a existência desses ativos, mesmo que não haja impostos devidos. O não cumprimento dessas obrigações pode resultar em penalidades e consequências legais.

Por isso, novamente ressaltamos que é fundamental buscar a orientação de profissionais especializados para entender as implicações fiscais específicas dos investimentos offshore e garantir a conformidade com as leis fiscais aplicáveis.

A assessoria da Portofino Multi Family Office pode ajudar a otimizar a estrutura fiscal dos seus investimentos, considerando as leis fiscais do país de residência e da jurisdição offshore.

Conheça os serviços da Portofino Multi-Family Office!

Conclusão

O investimento em offshores exige, um planejamento financeiro prévio para que ofereça vantagens sem comprometer seu patrimônio.

Por isso, se está desejando realizar investimentos offshore, não deixe de investir antes em apoio especializado para te ajudar!

PIB, estímulos, desemprego, guerra comercial: a economia chinesa pós-pandemia

PIB, estímulos, desemprego, guerra comercial: a economia chinesa pós-pandemia

(Tempo de leitura: 5 minutos)

Havia muita expectativa sobre qual seria o comportamento da economia chinesa após a reabertura econômica com o fim das restrições impostas durante a pandemia de coronavírus. A expectativa era que houvesse um boom de crescimento do gigante asiático, contudo, apesar da recuperação estar ocorrendo, o ritmo não supre as expectativas de antes.

Importantes indicadores apresentaram uma queda significativa que impacta diretamente na percepção de crescimento. Dados recentes do PIB, setor imobiliário, produção industrial, vendas no varejo, exportações e importações mostraram uma desaceleração e ficaram abaixo das previsões. Especificamente sobre o setor imobiliário, ele foi o principal impulsionador da economia chinesa por muito tempo, hoje representa quase 20% do PIB do país, mas se tornou uma grande preocupação.

A inflação ao produtor e ao consumidor seguem em patamares historicamente baixos. A primeira, em junho, caiu 5,4% em relação ao mesmo mês em 2022. Já a inflação ao consumidor, caiu 0,2% em junho em relação a maio e ficou estável (0,0%) na comparação com junho de 2022. Esses dados mostram uma recuperação que caminha muito lentamente, com a população cautelosa nos gastos, impactando diretamente no movimento de recuperação pós-pandemia.

Empurrãozinho do governo

Observando a necessidade de garantir caminhos para que a economia reaqueça, o governo adotou algumas medidas para estimular o consumo. No último mês, a política monetária foi alterada para estimular o consumo, reduzindo as taxas de juros, como de longo prazo, que influencia diretamente o financiamento imobiliário. Esse movimento deve permitir que as obras iniciadas que estavam paralisadas possam ser concluídas. 

A redução nas taxas de juros é a primeira realizada pelo Banco do Povo (Banco Central da China) desde agosto de 2022. Apesar dos recentes estímulos, o mercado ainda espera que novas medidas sejam anunciadas para fortalecer o processo de recuperação dos chineses.

Essa expectativa ficou ainda mais latente após a divulgação do PIB chinês do segundo semestre vir abaixo do esperado, ressaltando a recuperação econômica aquém do projetado por lá. O Produto Interno Bruto da China cresceu 6,3% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação à média de crescimento do PIB global de 3%, esperado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), os dados chineses estão bem acima. Contudo, a expectativa para o crescimento chinês era maior, dito que, há um ano, a economia do país passava por uma dura política de Covid zero que colocou inúmeras cidades em lockdowns. Neste sentido, a base de comparação era baixa, o que elevou as expectativas. Enquanto isso, a China segue crescendo, contudo em um ritmo de recuperação abaixo do esperado.

Em relação ao primeiro trimestre, a alta foi de apenas 0,8% – contra 2,2% na comparação entre 1T23 e 4T22.

Nos últimos dias, o Politburo (comitê formado pelas mais poderosas lideranças do Partido Comunista Chinês) foi marcado pelo anúncio de estímulos para a economia, apesar das autoridades não terem entrado em muitos detalhes. A agência de notícias estatal Xinhua publicou um resumo dizendo que o governo quer estimular os gastos com consumo, combater o desemprego e apoiar o fragilizado setor imobiliário.

Enviando currículos…

Outro ponto preocupante é a alta taxa de desemprego para jovens entre 16 e 24 anos, que chegou a 20,8% em maio, a maior já registrada no país. Resumidamente, está ocorrendo um aumento na base de jovens educados e o mercado de trabalho não está acompanhando o ritmo de crescimento e oferecendo vagas condizentes em termos de salários e qualificação profissional.

O governo tem tentado fazer com que as empresas contratem mais profissionais qualificados e que os recém-formados aceitem trabalhos braçais e procurem oportunidades no interior. Entretanto, essa solução não tem brilhado aos olhos dos jovens. E essa situação tende a piorar ainda mais nos próximos meses, com a expectativa de que quase 12 milhões de estudantes devem se graduar na faculdade. Mais um problema que o governo de Xi Jinping tem para resolver.

China x Ocidente

Como se pode ver, não são poucas as atenuantes que afetam a economia chinesa. Uma das principais é a guerra comercial com os americanos. Acusações de espionagem, disputas geopolíticas, restrições no setor de tecnologia e outras questões econômicas. A “Guerra dos Chips”, os semicondutores, é a principal expoente dessas tensões, principalmente com o avanço da inteligência artificial.

Sabendo dos interesses chineses, os Estados Unidos, a Holanda e o Japão se uniram para restringir o acesso da China a suas tecnologias. O mercado de chips, de extrema importância no ponto de vista econômico, tecnológico e militar, movimenta mais de US$ 500 bilhões por ano com a expectativa de dobrar esse número até o fim da década.

O posicionamento chinês em relação a Taiwan também é outro empecilho na direção de um melhor relacionamento com o Ocidente. As constantes ameaças de invasão e reinvindicação do território vizinho, assim como a neutralidade na guerra da Ucrânia, são atenuantes que dificultam a colaboração econômica global.

O sentimento ainda é de otimismo

No último mês, durante a cúpula do Fórum Econômico Mundial, Li Qiang, primeiro-ministro chinês, demonstrou confiança quanto ao crescimento chinês.

O ministro demonstrou otimismo com o PIB, ainda mostrando confiança com um crescimento anual de 5%. As falas de Qiang foram recebidas com a esperança de que o governo pode anunciar mais medidas de estímulos para impulsionar a recuperação econômica do país, que vieram durante o Politburo. Mesmo com poucos detalhes e informações de como serão essas medidas, o posicionamento do governo chinês com o intuito de impulsionar a economia é bem recebido.

A China é a segunda maior economia do mundo, representando aproximadamente 15% do cenário mundial. Os próximos meses darão respostas de como a economia reagirá e como o mercado receberá um avanço mais pujante ou mais dados fracos e seus impactos na economia global. Seguimos monitorando o mercado chinês e realizando movimentos táticos que interpretamos como apropriados para os objetivos dos nossos clientes.

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(Tempo de leitura: 3 minutos)

Um grupo mercenário liderado por um oligarca e, até então, amigo e braço direito de Vladimir Putin foi responsável pela ameaça mais grave de poder ao presidente e seu governo em 24 anos. Apesar da tensa situação ter sido resolvida com “panos quentes” de ambos os lados, a sensação é que Putin sai enfraquecido desse embate.

No último mês, o líder do Grupo Wagner, organização paramilitar com fortes ligações ao governo russo, Yevgeny Prigozhin, acusou o Ministério de Defesa russo de atacar um acampamento e matar integrantes do grupo. O Kremlin prontamente negou qualquer envolvimento e acusou o líder de motim armado. Os mercenários marcharam em direção à cidade de Rostov e rapidamente a dominaram, mas o objetivo era Moscou, chegando a 200 km da capital.

Os dois lados firmaram um acordo e a organização paramilitar recuou suas tropas para, segundo Prigozhin, “não derramar sangue russo”. Putin chegou a dizer que a rebelião foi uma “facada nas costas”.

O impacto para o mercado

A expectativa era como essa tentativa de golpe refletiria no mercado financeiro. Neste sentido, é importante destacar que não houve nenhum impacto nem mudanças relevantes a curto prazo no cenário. No entanto, como descreveu Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, a rebelião revelou fragilidades no governo russo.

Isso é resultado de um momento de muita imprevisibilidade vivido pela Rússia. A exportação de petróleo é uma das principais atividades do país e, apesar das sanções impostas após a invasão na Ucrânia, achou em parceiros uma saída para vender seus barris da commodity. 

Desde o desempenho abaixo do esperado na guerra, a Rússia vem externando fissuras e inseguranças internas. O país enfrenta diversas sanções do Ocidente e no conflito contra a Ucrânia vê o seu exército com enormes dificuldades de conquistar território. Agora, essa rebelião ressalta ainda mais a imagem abalada do Kremlin.

Em meio a esse cenário, a grande questão é se o “motim” do Grupo Wagner ficou por isso mesmo ou se terão outros movimentos. Caso essa história tenha mais capítulos e afete a capacidade da Rússia de exportar petróleo, países parceiros, com destaque para a China, poderão passar a olhar outras alternativas, levando a um possível aumento na demanda por petróleo e consequente variação nos preços.

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