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Conduzindo uma política muito restritiva e polêmica desde a eclosão do vírus, no dia 7 de dezembro, devido ao desaquecimento econômico e aos protestos contrários ao confinamento, a China abandonou abruptamente as severas medidas de saúde implementadas pela política de Covid-zero. Ela visava evitar a proliferação de contágios da doença, mas os efeitos foram duros para a economia global e para a população chinesa.

Esse movimento de reabertura aumentou a circulação das pessoas e, consequentemente, do vírus, resultando no crescimento do número de casos da doença. Logo após o relaxamento das medidas, notou-se uma discrepância no número real de casos e a quantidade reportada pelas autoridades, incluindo a de mortes. Neste sentido, a Comissão Nacional de Saúde anunciou que não irá mais informar os números diários de casos e mortes por Covid-19. Além disso, a maior circulação das pessoas colocou pressão nos hospitais, no sistema de saúde chinês e, de acordo com relatos de funcionários, serviços funerários estão cheios. 

O momento é diferente. Atualmente, grande parte dos países já possui um esquema vacinal bastante desenvolvido e com importante parcela da população totalmente protegida. No lado sanitário, o receio dos especialistas se dá, pois acreditam que a população chinesa não foi vacinada adequadamente, principalmente da parcela que é considerada grupo de risco, como os idosos. Outro ponto de preocupação fica quanto ao surgimento de possíveis novas variantes.

No ponto de vista econômico, autoridades japonesas, taiwanesas e americanas já se pronunciaram sobre os riscos no aumento de casos. A flexibilização das medidas de restrição são positivas para que a China possa ter um crescimento econômico, já que com a dura política vigente desde 2020 as projeções são para um crescimento muito menor do que as expectativas do governo. Um exemplo foi a alta expressiva da Bolsa de Hong Kong após anúncios do governo chinês. Por outro lado, as incertezas em relação ao crescente número de contágios e a falta de clareza das autoridades chinesas já é uma questão que está atraindo as atenções.

Por fim, a Covid-19 continua no radar dos investidores, assim como diversos outros indicadores que já estão nos checklists do mercado financeiro. Apesar de já ter se passado praticamente três anos desde o surgimento do vírus, ele continua sendo ponto de preocupação e acompanhamento, tanto de autoridades sanitárias quanto instituições financeiras.