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No jantar realizado na quinta-feira (9), em evento promovido pela Esfera Brasil, Alexandre Padilha, Deputado Federal (PT-SP) e ex-ministro da saúde da Dilma e Ministro chefe da Secretaria de Relações Institucionais do Brasil do Lula, debateu com empresários sua visão sobre as eleições deste ano, teto de gastos, privatização da Eletrobras e mais.

Um novo governo Lula

Padilha começou o jantar falando muito sobre como seria caso Lula fosse eleito e disse que o diálogo é a principal ferramenta, que, inclusive, precisa ser retomada. Neste sentido, ele comentou que está procurando união no nosso país e acredita que o Brasil pode ser a plataforma para o futuro.

Mais especificamente a respeito de uma possível volta de Lula à presidência, Padilha brincou ao dizer que o candidato “não é um ET”, ou seja, todos já o conhecem. Ele destacou que o ex-presidente governou o país por oito anos e durante esse período, segundo o deputado, houve crescimento econômico, diminuição da desigualdade e responsabilidade fiscal.

União Lula-Alckmin

O político opinou que os dois têm histórias divergentes, mas perceberam a importância de se unirem para ajudar o Brasil. “Grande oportunidade de juntar o que o PSDB e o PT têm de melhor. Vamos reerguer o Brasil juntando todo mundo”, afirmou.

Quando perguntado sobre o que poderia ser feito de diferente em relação ao governo da Dilma, Padilha foi sucinto ao dizer que a chapa é o Lula, não a ex-presidente.

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Setor privado

O ex-ministro elogiou os empresários e empresas que ganharam desempenho e governança, alinhados com a capacidade de inovar nos últimos anos. Ele disse ser muito importante reduzir encargos para os mais necessitados e empresários que geram empregos. Ademais, justificou que para grandes fortunas que não têm geração de empregos, é necessário compensar para ajudar no desenvolvimento e crescimento do Brasil.

Para mostrar como funcionaria o sistema, Padilha tomou como exemplo a Alemanha, onde todos têm o direito de gerar fortunas, mas, quando morrem, mais de 40% fica para o Estado. O motivo, conforme ele explicou, é que a pessoa cresceu com a ajuda do Estado, por isso tem que devolver uma parte para auxiliar na divisão das pessoas que mais precisam.

Privatização da Eletrobras

Em um dos assuntos mais debatidos atualmente, o deputado demonstrou que não concorda com o processo de privatização e que os investidores da empresa estão dando um tiro no escuro. 

Ele ressaltou que sem a estatal não haveria luz para todos, sendo esse o maior medo dele. Para ele, é preciso que existam mecanismos que possam dar garantias de acesso básico à energia no Brasil. Ele também citou a questão da desestatização da Petrobras, que não vai ter proposta e que, para ele, a ideia seria criar fundos garantidores da mesma forma que todo mundo está fazendo para ter subsídios em épocas como essa.

Teto de gastos

Outro tema que também está em muita discussão é o teto de gastos, e, novamente, Padilha voltou a destacar a importância do diálogo. Ele relembrou que o Henrique Meirelles, na época em que mandou o teto de gastos para aprovação, colocou uma previsão de revisão em 2026.

Apesar de concordar que após a pandemia e a guerra o teto pode ser revisto em 2023, ele destacou ser muito importante o país ter alguma âncora fiscal. Contudo, o deputado não deixou passar a oportunidade para criticar o atual governo nessa questão, dizendo que nos últimos quatro anos o teto não foi respeitado.

Reforma trabalhista e administrativa

Ele falou que o Lula nunca disse em revogar a reforma trabalhista, mas, sim, revisar. “Eu quero abrir uma mesa de negociação de governo, empresários e trabalhadores”, disse ele justificando que a pandemia mudou muitas coisas, como, por exemplo, o trabalho home office.

“Vincular orçamentos em órgãos públicos pode ser errado, temos que vincular metas numa possível reforma administrativa, mas precisamos de reforma tributária simplificada”, explicou Padilha.

Banco central, salário mínimo e pobreza

O deputado abordou que o aumento real do salário mínimo “com certeza” vai acontecer e disse que o governo atual foi o primeiro da história recente que não teve um aumento real (PIB+Inflação).

No que diz respeito à autonomia do Banco Central, ele afirmou que ninguém vai mexer nessa questão. Relembrou que em 2002 uma das principais perguntas era sobre quem seria o presidente do Banco Central, porém, neste ano, essa questão já está respondida.

Por fim, Padilha mencionou que o principal fiador da credibilidade do governo do PT é o próprio Lula. “Ele não vai dormir até os 33 milhões de pessoas passando fome diminuir”, finalizou.

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Esta é uma iniciativa Portofino Multi Family Office e EsferaBR com o propósito de fomentar o diálogo entre políticos e empresários brasileiros. Todas as opiniões aqui apresentadas são dos participantes do evento. O nosso posicionamento nesta iniciativa é o de ouvir todos os lados, neutro e não partidário.