Nem mesmo o melhor roteirista de Hollywood poderia escrever uma história tão completa quanto foi a dessa Copa do Mundo. Depois de um mês de torneio, às 12h00, do dia 18 de dezembro de 2022, Argentina e França, Messi e Mbappé, entravam em campo para disputar – possivelmente – a melhor final de Copa do Mundo. E, por falar em história, esse jogo foi responsável por escrever mais um capítulo e corrigir uma das maiores injustiças do futebol: Lionel Messi finalmente venceu uma Copa do Mundo pela Argentina e se “Maradonizou” para a eternidade.
Para nós, brasileiros, que estávamos esperançosos que o Hexa finalmente viria, ficamos mais uma vez na decepção. Enquanto a esquadra comandada por Neymar e Tite caiu para a histórica geração croata, Messi e Mbappé, por estradas distintas, levaram suas seleções ao grande palco.
Quando se fala de futebol não podemos tratar como uma ciência exata, como diz a expressão: “é uma caixinha de surpresas”. Antes de um torneio dessa magnitude, todos gostam de palpitar e muitos se reúnem com amigos para fazer os famosos bolões. Mas o que muitas pessoas não contavam eram com as zebras da Copa. A desclassificação na fase de grupos da Alemanha, Bélgica e Uruguai, a queda precoce do Brasil e a histórica campanha de Marrocos, derrotando favoritas como Espanha e Portugal, com certeza surpreendeu todo mundo.
Nem mesmo a campeã Argentina ficou de fora dessa ao perder para a Arábia Saudita logo na primeira partida. “Where is Messi? Where is Messi?” foi o primeiro meme que surgiu na competição. Entretanto, “quem ri por último ri melhor”, deve ter dito Messi enquanto comemorava sua primeira Copa do Mundo.
E como nos bons clichês de filmes, ali se escrevia um belo roteiro. Os percalços no caminho de um time campeão, o herói que passa por um momento de desconfiança e logo chega à sua redenção.
Apesar de ser difícil assistir os nossos maiores rivais sendo campeões, ficou para nós a responsabilidade de contar para as futuras gerações sobre a coroação de um dos maiores jogadores da história. Além disso, ainda temos muito do que se orgulhar, até porque seguimos como a única seleção pentacampeã.
Um suspiro de alívio
Se a vitória é para se orgulhar, alentar pela seleção foi um alento para a população argentina. Eles que vivem o futebol de uma forma completamente diferente dos outros países, não estão tendo muito o que comemorar por lá. O tri mundial foi uma válvula de escape para a crise econômica tão dura para as pessoas que moram lá.
Lidando com uma profunda crise econômica, a Argentina tem uma das maiores inflações do mundo. Depois de um crescimento de 6,3% em outubro ante setembro, em novembro, em relação a outubro, a alta dos preços foi de 4,9%, enquanto na comparação anual a alta é de 92,4%. Alguns especialistas dizem acreditar que é possível a inflação atingir 100% nos próximos meses. Correndo atrás para domar a inflação, o banco central argentino tem se movimentado e a taxa de juros já está em 75% ao ano. Na última reunião, a autoridade reforçou que continuará observando a evolução da inflação. Neste cenário, mais de 35% da população está vivendo abaixo da linha da pobreza e o déficit fiscal do governo também continua sendo um problema.
Por fim, a “ressaca” das comemorações é dura, em meio a tanta dor e dificuldade que os cidadãos argentinos enfrentam no dia a dia, mas o título esperado por 36 anos é um suspiro e ar de esperança para dias melhores.
Deixamos aqui o nosso parabéns aos hermanos! Em 2026, tem mais.

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