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Neste fim de semana, entre os dias 25 e 27, aconteceu o Fórum Esfera Brasil, evento que contou com a presença de importantes nomes que irão governar o Brasil nos próximos quatro anos, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, e importantes figuras do empresariado brasileiro.
No primeiro dia de evento, Helder Barbalho (MDB), governador reeleito do Pará, Renato Casagrande (PSB), governador reeleito do Espírito Santo, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador eleito de São Paulo, debateram as reformas necessárias para o desenvolvimento do Brasil. Barbalho e Casagrande, defensores da Reforma Tributária, comentaram sobre o assunto, com o governante do ES falando que apoia o IVA, mas ponderando que precisa ser feito respeitando o tempo necessário para não prejudicar estados específicos.
Tarcísio de Freitas comentou sobre a complexidade da reforma, pois, conforme ele disse, interfere na renda dos estados. Em uma análise macro, o governador ressaltou o impacto da guerra, que fará com que as empresas globais busquem novos destinos e “temos que nos situar como esse lugar”. “Precisamos acionar a Reforma Tributária para potencializar a procura pelo Brasil”, afirmou Freitas.
Além disso, o governador disse sua opinião sobre o IVA, afirmando que apoia separar tributos federais de estaduais, e complementou falando que a guerra fiscal entre estados tem que diminuir. Sobre São Paulo, o governador do estado comentou que mesmo perdendo em um primeiro momento em receita, acredita que o investimento vai direcionar de forma mais forte que hoje, podendo compensar, e muito, a perda de curto prazo.
Em relação ao novo governo federal, Barbalho falou que Lula sinalizou que na primeira semana após a posse vai chamar todos os governadores, contudo ainda não houve interação. Em complemento, Tarcísio, apoiador do atual presidente Jair Bolsonaro, disse que ainda não teve interações com o presidente eleito Lula, mas mostrou-se aberto e apresentou um tom bem leve e colaborativo
Outro assunto de muito debate é sobre as privatizações, principalmente em São Paulo, das quais o governador falou do porto de Santos, que o objetivo é torná-lo o maior do hemisfério sul, ajudando no futuro a financiar projetos de infraestrutura. Ele também comentou que vê com bons olhos a privatização da Sabesp, que vai olhar para o interior de São Paulo devido ao agro e citou que o estado vai ter programa de transferências de renda para educação com o intuito de segurar o aluno na escola.
O evento reuniu ainda Gilberto Kassab (PSD) que comentou sobre a PEC da Transição e a proposta de manter R$ 600 de auxílio para os beneficiários do Bolsa Família. Na opinião de Kassab, apesar de apoiar a PEC, ressaltou a importância de preservar a estabilidade fiscal.
Em outro painel, o “Políticas Prioritárias para um Brasil Menos Desigual e Mais Sustentável”, Patrícia Ellen, ex-secretária de Desenvolvimento de São Paulo, falou da importância de aliar desenvolvimento econômico, política social e climática, envolvidos com o setor privado.
Tecnologia e desenvolvimento do país também foram temáticas discutidas no fórum. O déficit de profissionais nas áreas de ciência e tecnologia, para o deputado federal Felipe Rigoni (União-ES), só será sanado com a formação de capital humano. Neste sentido, o CEO da Qualcomm, Luiz Tonisi, foi de acordo e completou analisando que as pessoas vão precisar de requalificação.
O destaque ficou para o painel de encerramento que teve o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, Abílio Diniz, André Esteves, Bruno Dantas e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Alckmin fez alguns acenos, assegurando o compromisso com o ajuste fiscal, que falta pouco para o anúncio do futuro ministro da Fazenda e descartou a revisão de reformas já aprovadas no Congresso. “Quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai se decepcionar, quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai errar”, disse Alckmin. Abílio Diniz adicionou outro ponto à discussão, o da ineficiência da máquina pública. Ao falar sobre o assunto, o empresário exemplificou com o pagamento de R$ 600, que, na opinião dele, foi distribuído para pessoas que não precisavam, “inclusive os militares”.
Em um de seus momentos de fala, André Esteves alertou para os limites fiscais e apontou ser preciso pensar na eficácia dos gastos. Dando continuidade ao assunto, Campos Neto abordou a importância do equilíbrio entre política fiscal e monetária, explicando que “o evento recente na Inglaterra quebrou paradigmas. O mercado não é de direita e nem de esquerda, tanto que ficou contra um governo de direita na Inglaterra”. Por fim, Geraldo Alckmin afirmou que as reformas já aprovadas no Congresso se manterão e não serão desfeitas.
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