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Em um mundo cada vez mais globalizado, os mercados financeiros assumem papel central na economia e no dia a dia das pessoas. Esses mercados são ricos em terminologias, conceitos e jargões que, muitas vezes, podem parecer um idioma à parte para aqueles que não estão intimamente familiarizados com o setor.

Como vocês sabem, o nosso propósito aqui na Portofino Multi Family Office é “proteger e ampliar o patrimônio de pessoas, famílias e empresas de forma sustentável e multigeracional”, apoiando nossos clientes na tomada de decisões e em todos os dilemas enfrentados nos mercados financeiros globais.

Os termos financeiros, quando não compreendidos, podem ser barreiras à participação efetiva dos indivíduos, dificultando decisões informadas e criando obstáculos à educação financeira. Este dicionário busca, portanto, ser mais do que uma mera coletânea de definições; é uma ferramenta para ampliar o entendimento e a acessibilidade ao complexo mundo financeiro.

Nós o convidamos a mergulhar neste universo, a explorar cada termo e a desvendar os mistérios da linguagem do mercado financeiro. Em um mundo em constante mudança, a educação e o entendimento são os faróis que iluminam nosso caminho.

Que este dicionário seja um apoio em sua jornada de descoberta e aprendizado e, ao mesmo tempo, tenha a certeza de que estamos aqui para apoiar e cuidar de tudo que for mais importante para você.

Ativos e termos relacionados

Stock: ação de uma empresa.

Equity: participação acionária de uma empresa.

Small-Cap, Mid-Cap, Large-Cap: as ações são frequentemente categorizadas pelo tamanho da capitalização de mercado da empresa.

Fixed Income: Renda Fixa. Inclui títulos de dívida emitidos por governos e empresas, como títulos do tesouro, títulos corporativos e municipais.

Bond: título de renda fixa de um governo ou empresa.

Treasury Bonds: títulos de dívida emitidos pelo governo federal.

Corporate Bonds: títulos emitidos por empresas privadas ou públicas.

Municipal Bonds: emissões de dívida por governos locais.

Cash and Equivalents: ativos líquidos de baixo risco, como dinheiro em caixa, depósitos bancários e títulos do mercado monetário.

Rating: agências de classificação de risco como Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s atribuem notas para a solvência de empresas e países que variam de D (mais arriscado) a AAA (menos arriscado). 

High Grade: empresas com baixa classificação de risco. Em sua maioria AA ou AAA.

Investment Grade: empresas classificadas com “grau de investimento”. Em sua maioria de BBB- a AAA.

High Yield: empresas com classificação média de risco, geralmente entre B- e BB+. Investidor espera retornos mais elevados para esses títulos. 

Fallen Angels: termo utilizado para empresas que eram classificadas como investment grade, mas hoje estão enquadradas no universo de high yields.

Preferreds: títulos de renda fixa com características de renda variável. Eles ocupam uma posição intermediária de subordinação entre as ações ordinárias (common stock) e os títulos de dívida tradicionais (bonds). Equivalentes as Letras Financeiras do Brasil.

Junk Bonds: termo usado no mercado para empresas com alta classificação de risco. Normalmente de CCC+ até D. Risco de inadimplência, porém alta expectativa de retorno.

Real Estate: investimentos em propriedades comerciais, residenciais ou industriais.

REITs (Real Estate Investment Trusts): fundos de investimento que detêm e gerenciam propriedades imobiliárias.

Bridge-Loans: empréstimo-ponte. Frequentemente usados por incorporadoras para financiar início de obras no setor imobiliário.

Commodities: matérias-primas físicas, como ouro, prata, petróleo, gás natural, trigo, milho, soja, etc.

Private Equity: investimentos em empresas não listadas em bolsa (privadas), geralmente através de aquisições diretas ou fundos.

Venture Capital: os fundos de venture capital investem em startups e empresas em estágios iniciais de desenvolvimento, geralmente em setores de alta tecnologia e inovação.

Buyout: os fundos de private equity buyout focam na aquisição de empresas inteiras ou de uma participação majoritária em empresas. Em sua maioria, empresas já estão maduras e os fundos buscam aumentar o valor da empresa por meio de otimização operacional, expansão e outras estratégias. 

Growth Equity: uma empresa “growth” é aquela que prioriza e busca atingir o crescimento exponencial em um curto período.  Os fundos de growth equity investem nessas empresas, que normalmente se encontram em estágios intermediários de desenvolvimento e estão buscando financiamento para expansão. 

Value Equity: a ideia por trás da value equity é encontrar oportunidades de investimento em empresas que, por diversos motivos, estão sendo negociadas a preços mais baixos do que realmente valem. Normalmente já são empresas estabilizadas que geram fluxo de caixa positivo.

Distressed: fundos de private equity distressed se concentram em investir em empresas em situações financeiras difíceis, como falências ou reestruturações. Eles buscam oportunidades para adquirir ativos a preços descontados e, após a reestruturação, procuram obter lucro com a recuperação da empresa.

Special Situations: situações atípicas ou operações não corriqueiras no mercado financeiro. A maioria dos fundos de Special Sits (nome usado pela indústria) focam na recuperação de empresas em dificuldade, com um certo grau de depreciação em seu valor visando altos retornos no longo prazo. 

Secondary: os fundos de private equity secundários compram participações em fundos de private equity existentes de outros investidores, geralmente quando o fundo não está no período de resgate, gerando liquidez para o detentor do ativo.

FoF (Fund of Funds): fundo que investe em outros fundos.

Private Credit: investimentos em dívida ou empréstimos emitidos por empresas que não são negociados em bolsas de valores públicas.

Hedge Fund: um fundo de investimento que busca retornos elevados usando várias estratégias de investimento, como juros, moedas, ações, commodities e outros, frequentemente incluindo derivativos. Estrutura similar aos fundos multimercado no Brasil. 

Legal Claims: venda de crédito contido em processos judiciais.

Co-investment: investimento minoritário feito diretamente em uma empresa operacional, juntamente com um patrocinador financeiro ou outro investidor de capital privado.

Index: índices de mercado. Uma medida estatística do desempenho de um grupo de ações ou ativos financeiros. Esses índices podem ser relacionados a qualquer classe de ativos, sendo os mais comuns de renda fixa e renda variável.  

ETF (Exchange Trade Fund): fundo de índice, negociado em bolsa.

UCITS (Undertakings for Collective Investment in Transferable Securities): organismos de investimento coletivo em valores mobiliários. Grosso modo, são os ETFs europeus.

Mutual Fund: fundo de investimento. Em sua maioria, investem em ativos mais líquidos. 

Serviços

Investment Banking (IB): oferece uma variedade de serviços financeiros para empresas e governos, incluindo emissão de títulos, captação de recursos, consultoria financeira estratégica e M&A. Normalmente são acionados para operações de grande porte.

Mergers and Acquisitions (M&A): processo de fusão ou aquisição de empresas.

Asset Management: gestão de ativos. Envolve a administração de portfólios de investimentos em nome de investidores individuais, institucionais e corporativos. Isso pode incluir gestão de ações, títulos, imóveis e outros ativos.

Wealth Planning: planejamento financeiro. Oferece orientação e estratégias personalizadas para indivíduos e famílias gerenciarem suas finanças pessoais, economizarem para metas de longo prazo e planejarem a sucessão patrimonial. Frequentemente envolvem questões jurídicas.

Private Banking: fornece serviços financeiros personalizados e de alto nível para indivíduos de alto patrimônio líquido, incluindo gestão de investimentos, planejamento financeiro, crédito e serviços bancários.

  • Banker: pessoa encarregada de atender clientes em uma instituição bancária.
  • Broker Dealer: uma empresa que facilita a compra e venda de ativos financeiros em nome dos investidores.
  • Brokerage: comissão do banker ou time detentor do relacionamento da conta.

Banking: serviços bancários corriqueiros, como soluções para cartões de crédito e débito, transferências, pagamentos, entre outros.

Termos gerais

Stock Exchange: bolsa de valores. As maiores do mundo são NYSE (Bolsa de Valores de Nova York), NASDAQ, Shanghai Stock Exchange, EuroNext e Japan Exchange Group.

Initial Public Offering (IPO): é o processo pelo qual uma empresa se torna de capital aberto.

Derivatives: instrumentos financeiros cujo valor é derivado de outro ativo subjacente, como futuros, opções e swaps.

Forex ou FX: o mercado onde as moedas estrangeiras são compradas e vendidas. 

SOFR (Secured Overnight Funding Rate): taxa de juros overnight americana, recente substituta da LIBOR (London InterBank Offered Rate). Se equivale ao CDI no Brasil.

FED (Federal Reserve): banco central dos EUA. 

FOMC (Federal Open Market Committee): Comitê Federal, equivalente ao COPOM. Nele é decidida a variação da taxa de juros e outros assuntos importantes para a economia americana.

Interest Rate: taxa de juros.

Suitability: análise do perfil do investidor.

KYC (Know Your Client): processo frequentemente usado na abertura de contas em instituições financeiras. Serve como diligência para comprovar a origem dos recursos.

POA (Power of Attorney): Mandato. É um documento legal assinado por duas partes, no qual uma delas concede o direito de atuar em nome da outra perante instituições financeiras. Normalmente restringindo apenas para investimentos.

Termos relacionados a investimentos

Bullish: perspectiva otimista em relação a um ativo ou ao mercado em geral. Um investidor ou trader é considerado “bullish” quando acredita que os preços irão subir. Bull de touro.

Bearish: uma perspectiva pessimista em relação a um ativo ou ao mercado em geral. Um investidor ou trader é considerado “bearish” quando acredita que os preços irão cair. Bear de urso.

Dovish: uma política ou postura monetária que favorece taxas de juros mais baixas, flexibilidade e estímulo econômico. Por exemplo, um comunicado “dovish” de um banco central pode indicar a possibilidade de cortes nas taxas de juros.

Hawkish: política ou postura monetária que favorece taxas de juros mais altas e um controle mais rígido da inflação. Um comunicado “hawkish” de um banco central pode indicar a possibilidade de aumentos nas taxas de juros.

Long: uma posição em que um investidor possui um ativo na expectativa de que seu preço aumentará, permitindo que ele venda a um preço mais alto no futuro.

Short: uma posição em que um investidor vende um ativo que não possui, com a expectativa de que seu preço diminuirá. Eles planejam comprar o ativo a um preço mais baixo para obter lucro.

Over/Under Weight: quando gestor está com um viés maior ou menor, respectivamente, para uma determinada estratégia.

Resistance: um nível de preço em que um ativo historicamente teve dificuldade em romper para cima. Pode indicar uma possível reversão de tendência.

Support: nível de preço em que um ativo historicamente teve dificuldade em cair abaixo. Pode indicar um nível em que a demanda pelo ativo é mais forte.

Trend: a direção geral em que os preços de um ativo estão se movendo ao longo do tempo. Pode ser de alta (ascendente), de baixa (descendente) ou lateral (sem direção clara).

Moving Average: um indicador técnico que suaviza os preços ao longo de um período, ajudando a identificar tendências. Média móvel.

Candlestick: gráfico que mostra os preços de abertura, fechamento, alta e baixa de um ativo em um determinado período. Os padrões de candlestick podem ser usados para analisar a ação dos preços.

Gap: diferença no preço entre o final de um período de negociação e o início do próximo período, geralmente devido a eventos significativos durante a noite.

Leverage: alavancagem. O uso de fundos emprestados para aumentar o potencial de retorno de um investimento. No entanto, também aumenta o risco. Usa-se muito nos EUA a carteira de ativos como colateral para pegar empréstimos, também caracterizado como uma alavancagem. 

Spread: a diferença entre os preços de compra (ask) e venda (bid) de um ativo. Quanto menor o spread, mais líquido é o mercado.

Benchmark: padrão de referência do mercado utilizado para avaliar o desempenho de uma estratégia. 

Coupon: pagamento por um investimento de um valor pré-acordado, pode ser uma porcentagem com taxa pré (mais comum) ou pós-fixada. O montante pode ser pago na conta corrente do investidor ou dentro de um veículo que faz o reinvestimento.

Yield: taxa de retorno recebida ao investir em um bond, determinada pela variação do seu preço e dos cupons recebidos durante a vida do investimento. Existem vários tipos usados por investidores de renda fixa. Os quatro mais comuns são:

  • Yield to Maturity: é a taxa de juros que iguala o valor presente dos fluxos de caixa futuros de um bond ao seu preço atual, basicamente é o retorno que o investidor obtém ao manter o título até o vencimento;
  • Yield to Call: mais comum entre emissores com ratings abaixo de grau de investimento. Certos bonds permitem que o emissor pague o principal antes do vencimento. Mede o retorno até a data específica de call;
  • Yield to Worst: menor yield entre as diferentes datas de call. Mede o menor retorno possível no investimento no bond (assumindo que o emissor não entre em default);
  • Current Yield: cupom dividido pelo preço. Uma forma simples de medir o carrego do bond.

Default: termo para o popular calote. Inadimplência e não cumprimento de condições legais.

Duration: duração de um ativo financeiro que consiste em fluxos de caixa fixos, como um título. É a média ponderada dos tempos até que esses fluxos de caixa fixos sejam recebidos. Em palavras mais simples, é o tempo que o investidor recebe o valor que aportou de volta contando com o recebimento de juros. Duration também é constantemente associado a taxa de juros, no qual, mantendo outras variáveis constantes, é o que um ativo tende a variar com aumento e diminuição relativa a 1% na taxa de juros.

Trigger: eventos específicos que desencadeiam ações ou mudanças nas condições de um investimento.

Este conteúdo é regularmente atualizado com novos termos do mercado. Se desejar conversar sobre algum deles ou sugerir a inclusão de outros, estamos à sua disposição.

Fernando Godoy cursou Administração de Empresas na FGV com foco em Gestão Estratégica, atuou por 2 anos em empresa de capital aberto e possui 7 anos de experiência no mercado financeiro, com ênfase em investimentos internacionais. Está no time da Portofino MFO há 5 anos, 3 deles como sócio.