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Esfera BR | Mais um encontro com o Ministério da Fazenda

Esfera BR | Mais um encontro com o Ministério da Fazenda

(Tempo de leitura: 2 minutos)

O nosso mais recente encontro foi com o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, que se reuniu com representantes da sociedade civil organizada para falar sobre os próximos passos da pasta, bem como para ouvir quais são os principais desafios de diferentes setores da economia brasileira.

As reformas foram o ponto central do bate-papo. “O Brasil está estagnado desde 90. Se tirar o agro, é provável que até regredimos. Para ganhar produtividade, precisamos avançar na agenda micro. O grande foco no momento é a reforma tributária, que é uma reforma micro, não macro. Não é para acertar as contas, é para manter a carga tributária, mas acabar com as distorções”, afirmou Pinto. “Já perdemos muitos investimentos por causa do nosso sistema tributário”.

O secretário ainda falou sobre a reforma administrativa, sobre a qual disse haver ainda um longo processo adiante. “O principal problema é que o diferencial entre o salário na iniciativa privada e salário no setor público é maior no começo da carreira, e isso é ruim para a administração e para a pessoa. É preciso segurar salários – mas não há o menor clima para isso”, explicou.

Desenrola Brasil

O programa Desenrola Brasil também ganhou holofote durante a conversa. Parabenizado pelos empresários presentes, Pinto discorreu sobre o projeto, que, segundo números divulgados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), já ultrapassou a marca de R$ 5 bilhões em dívidas renegociadas. 

“E a segunda fase ainda nem chegou. Hoje, temos mais de 300 pessoas trabalhando numa plataforma que une bureaus de crédito, a B3, bancos e o varejo — que está começando a se cadastrar no que vai ser uma grande plataforma de renegociação”, declarou o secretário. Na avaliação de Pinto, há um “espaço enorme para essas renegociações ocorrerem”, por isso “quero que, como legado, o Desenrola continue a existir”.

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Esfera BR | Inflação e taxa de juros altas desafiam o sistema financeiro global

Esfera BR | Inflação e taxa de juros altas desafiam o sistema financeiro global

(Tempo de leitura: 7 minutos)

Bancos centrais implementam ferramentas distintas para cumprir seus mandatos de inflação e estabilidade financeira.

Por Mariam Dayoub, CFA charterholder e mestre em Administração Pública pela Universidade Columbia

Após um período prolongado de taxa de juros baixas mundo afora, ainda que com algum atraso por terem inicialmente caracterizado o surto inflacionário corrente como “transitório”, os bancos centrais reagiram às taxas de inflação mais altas das últimas quatro décadas com uma elevação forte e rápida dos juros. 

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, subiu a taxa de juros em quase cinco pontos percentuais desde março de 2022, na campanha de aperto monetário mais intensa desde a década de 1980. Porém, a inflação, dados os impactos variáveis e cumulativos da política monetária, permanece elevada e distante da meta de 2%. 

Sempre que o Fed embarcou em um ciclo de aperto monetário, houve episódios de estresse ou crises no mercado financeiro subsequentemente. Geralmente, o maior impacto ocorre em entidades alavancadas. Alguns exemplos são: a crise de dívida externa da América Latina (1982), o estouro da bolha da internet (2000) e a crise do subprime (2007). 

Desta vez, após fortes quedas nos preços das ações de crescimento e altas nas taxas de juros de mercado em 2022, tremores foram sentidos no sistema bancário americano. Em março de 2023, ocorreram a segunda, a terceira e a quarta maiores falências bancárias da história dos EUA, concomitantes ao colapso de um grande banco suíço. 

Os problemas nesses bancos regionais americanos não ocorreram por perdas nas concessões de crédito, mas por má gestão de risco e fragilidades em seus modelos de negócio. Ademais, hoje, a tecnologia permite que correntistas saquem seus depósitos de instituições financeiras com um toque nos aplicativos, o que aumenta exponencialmente a velocidade de corridas bancárias. Nos casos desses bancos, isso foi potencializado por publicações em redes sociais. Ficou claro que a revolução tecnológica e digital transformou o mercado bancário global.

O pilar que sustenta o setor bancário é a confiança. Quando abalada, seus impactos são sentidos por toda a economia. Dadas as cicatrizes deixadas pela crise financeira global de 2008 a 2009, os reguladores do sistema financeiro, que falharam na supervisão dos bancos que quebraram em 2023, agiram rapidamente para impedir que esses eventos se tornassem sistêmicos. Nos EUA, além da janela de redesconto, o Fed criou um programa para prover liquidez aos bancos, aceitando títulos públicos no valor de face como colateral. Com essas medidas, os saques de depósitos por correntistas do sistema bancário e o uso desses programas disponibilizados pelo Fed se estabilizaram. 

O episódio de 2023 evidenciou a separação de instrumentos utilizados pelos bancos centrais para o cumprimento de seus objetivos de controle de inflação, via taxa de juros, e de estabilidade financeira, via implementação de medidas macroprudenciais. Essa separação é válida enquanto crises financeiras ou bancárias não se transmitem para a economia de forma mais intensa.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) seguiu os pares globais. Em sua comunicação recente, o Copom avaliou que “a melhor contribuição da política monetária segue sendo no combate a pressões inflacionárias e na suavização de flutuações econômicas” e ressaltou a separação de instrumentos entre os dois objetivos.

Historicamente, estresses no sistema financeiro levaram a apertos de crédito nas economias. Neste episódio contemporâneo, todavia, o pano de fundo é relativamente saudável. No agregado, tanto as famílias quanto as empresas estão com balanços mais robustos, o que limita o impacto do choque. Contudo, ele será transmitido nos trimestres à frente, com a restrição de crédito impactando a atividade, equivalente a um aperto adicional da política monetária.

Membros do Fed têm indicado que, isso posto, o banco central encerrará seu ciclo de aperto monetário com uma taxa de juros aquém do esperado antes do choque bancário, porém com manutenção de taxas de juros elevadas por um período prolongado. Esse modus operandi segue o Copom, que antecipou o ciclo de aperto monetário comparado aos pares e mantém uma postura paciente neste segundo estágio do processo de desinflação, que requer moderação da atividade para atuação dos canais de transmissão da política monetária.

Tanto lá quanto cá, para antecipar o ciclo de afrouxamento da política monetária, o impacto dos choques transmitidos pelo sistema bancário terá de ser mais profundo do que o esperado pelas autoridades monetárias, levando a uma desinflação mais intensa, simultânea ao aumento da taxa de desemprego. 

Diante dos múltiplos desafios, os bancos centrais indicam que seguirão atuando com paciência e serenidade para garantir que, nos próximos anos, a inflação retorne para níveis próximos às metas, em um ambiente com expectativas ancoradas e com reformas em prol da estabilidade financeira.

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Esfera BR | Um Rio de oportunidades

Esfera BR | Um Rio de oportunidades

(Tempo de leitura: 6 minutos)

Por Esfera Brasil | Rodrigo Hunger*

Braskem está intimamente ligada à história da indústria petroquímica no Rio de Janeiro. Mas a gente não fica só falando de passado: todos os especialistas reconhecem que o Rio está especialmente posicionado para desfrutar de um novo ciclo de desenvolvimento que tem o gás natural e a indústria petroquímica como propulsores, promovendo desenvolvimento, empregos e renda.

O estado do Rio de Janeiro é responsável por 73% da produção nacional de gás natural e quase 90% da de petróleo, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Já a indústria química representa 4% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do estado e emprega diretamente mais de 24,6 mil pessoas, estando presente em todas as regiões e em mais da metade dos 92 municípios fluminenses.

Em termos de distribuição de riqueza para o Rio, em 2020, foram arrecadados mais de R$ 349 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), considerando apenas a indústria do plástico, de acordo com dados do Ministério da Economia.

Desenvolver novos projetos a partir do gás natural do pré-sal, com infraestrutura para extração de matérias-primas para indústrias químicas e de fertilizantes, por exemplo, tem potencial de atrair até R$ 65 bilhões em investimentos, conforme pesquisa da Firjan feita em parceria com o Senai. Além disso, é estimada uma demanda de 180 mil empregos diretos e indiretos apenas para viabilizar as infraestruturas de tratamento e escoamento do gás.

Com todo esse potencial identificado, o desafio colocado para todos os players do setor é literalmente dar um gás – ou melhor: fazer o gás chegar ao continente para impulsionar novos investimentos, empregos e renda para a região e para o País.

O eixo que demanda mais atenção é a infraestrutura de hubs para o gás natural. Atualmente, temos 20 milhões de m3/dia em operação, 18 milhões de m3/dia para entrar em operação, 16 milhões de m3/dia já confirmados e outros 32 milhões de m3/dia em estudo. Isso significa mais que triplicar a oferta atual.

A discussão não se limita aos hubs de gás natural em si e chega à segregação das frações do gás natural em seus componentes. Por razões históricas e pelo perfil do gás natural produzido na bacia pós-sal, a infraestrutura de processamento de gás foi construída, no Brasil, privilegiando o uso energético e, dessa forma, o etano não é separado em todos os hubs de gás.

Entretanto, o gás natural oriundo dos campos de pré-sal apresenta teores mais elevados das frações pesadas, como etano, propano e butano. Se no passado havia razões técnicas e econômicas para evitar a separação de etano, atualmente faz menos sentido realizar investimentos mínimos somente com foco em energia. A partir da divisão das frações, a valiosa matéria-prima etano é aproveitada em seu potencial máximo, multiplicando a geração de valor pela cadeia petroquímica.

Dentre todas as matérias-primas de origem da cadeia de Óleo e Gás que podem gerar o eteno – químico básico mais importante na petroquímica –, o etano é a substância com maior eficiência de conversão, menor valor de investimento e menor impacto ambiental em termos de emissão de gases de efeito estufa (GEE).

Os ativos de produção de eteno e polietilenos da Braskem em Duque de Caxias são baseados em gás natural, especificamente em etano e propano. A Braskem identifica um potencial para duplicar a capacidade instalada para processamento dessas matérias-primas, chegando a um milhão de toneladas de eteno por ano antes do final desta década.

Contudo, para destravar esse potencial, é necessário estimular a livre concorrência, buscar convergência entre os agentes da cadeia produtiva e logística, além da regulamentação e fomento dos governos federal, estadual e municipal, de forma a gerar competitividade para o gás brasileiro na comparação com outras regiões.

Investimentos na separação do gás e na ampliação da capacidade produtiva existente possibilitam não só reverter a tendência de aumento das importações de produtos petroquímicos, mas também abrem a possibilidade de o Brasil passar a exportar produtos de maior valor agregado a partir do gás natural do pré-sal, gerando desenvolvimento e riqueza para o estado do Rio de Janeiro.

É assim, pensando juntos em novas oportunidades, que pretendemos levar a indústria do Rio de Janeiro a um patamar mais alto, que o estado do Rio tanto merece.

*Diretor Industrial RJ da Braskem

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Esfera BR | 5G, IA, IoT: as oportunidades do mundo conectado

Esfera BR | 5G, IA, IoT: as oportunidades do mundo conectado

(Tempo de leitura: 6 minutos)

Por Esfera Brasil | Luiz Tonisi*

As transformações tecnológicas estão cada vez mais rápidas, e acompanhar as inovações que de fato terão impacto na sociedade pode parecer um desafio. Contudo, compreender os conceitos que impulsionam essas tecnologias nos auxilia a ter uma visão do presente e do futuro. Na Qualcomm, pensamos em um mundo conectado, no qual, virtualmente, qualquer dispositivo móvel pode ser transformado em inteligente.

Dentro dessa visão, destacamos o impacto do 5G, da inteligência artificial (IA) e da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), que juntos promovem a conexão de uma infinidade de dispositivos na nuvem ao mesmo tempo, criando o que chamamos de Borda Inteligente Conectada. Essas tecnologias terão impacto na Indústria 4.0, telemedicina, agronegócio, educação a distância, cidades inteligentes, automóveis, entretenimento e mais.

Há aproximadamente um ano, o Brasil viu o início da implementação do 5G. A nova geração de conectividade traz um ganho revolucionário não apenas para a velocidade de transmissão de dados, mas também na geração de novas oportunidades de negócios no País. Para se ter uma ideia de sua potência, um estudo da Information Handling Services (IHS) aponta que, globalmente, o impacto do 5G no número de vendas poderá atingir US$ 13,1 trilhões até 2035, além de gerar 22,8 milhões de empregos.

Se no 4G milhares de coisas podem ser conectadas por quilômetro quadrado, no 5G esse número salta para a casa do milhão. Sim, são milhões de coisas conectadas simultaneamente no mesmo espaço que antes suportava milhares. Somando isso a uma conexão de qualidade, baixa latência e segurança para a digitalização de uma série de processos e objetos, teremos um forte avanço nas aplicações de IoT.

Ao pensarmos em uma aplicação industrial, um administrador passa a poder acompanhar em tempo realum processo de fabricação e logística. Entre as aplicações que já estão ocorrendo no País, a instalação de luminárias públicas inteligentes, que, além de iluminar, fornecem ponto de conexão 5G para smartphones da região e câmeras, fica em destaque.

Essas inovações fazem parte do conceito de “cidades Inteligentes”, as smart cities, nas quais dispositivos urbanos são inteligentemente conectados para trazer mais eficiência, segurança e comodidade para a população e gestores.

A velocidade e a estabilidade da conexão 5G habilitarão uma série de novas experiências em smartphones e laptops, carros conectados e autônomos, além de outros dispositivos como headsets para realidade estendida.

Os carros conectados, por exemplo, fazem parte de um dos segmentos mais interessantes dessa revolução viabilizada pelo 5G. Por meio da conectividade, os carros poderão incorporar cada vez mais funções dos smartphonesproporcionando experiências personalizadas e intuitivas, incluindo infoentretenimento imersivo, assistência ao motorista e segurança aprimorada.

Outro exemplo são as soluções de 5G Fixed Wireless Access (FWA), que trazem essa conectividade sem fio para dentro de residências e comércios por meio de um roteador que não necessita de instalação profissional. A Qualcomm tem trabalhado com a Intelbras para o desenvolvimento de produtos brasileiros com essa finalidade que já estão chegando ao mercado.

Ainda assim, é claro que os smartphones seguem sendo nosso principal dispositivo de conectividade, e sua importância e funcionalidades apenas aumentam.

Todas essas possibilidades de conectividade dos devices proporcionam experiências e serviços que podem – e precisam – ser aprimorados cada vez mais. Não à toa, a IA tem sido uma grande aliada ao aprender padrões e aprimorar processos.

Nos últimos meses, a IA tem viralizado por meio de imagens de famosos e do ChatGPT, uma inteligência artificial generativa, que é o tipo de tendência mais quente da área neste momento. Estimativas avaliam o mercado de IA generativa em US$ 1 trilhão. A tecnologia não só tem o potencial de mudar a forma como buscamos e criamos conteúdo, mas também de melhorar nosso cotidiano. Com a IA generativa, seu smartphone pode se tornar um verdadeiro assistente digital, permitindo que você se comunique naturalmente e receba respostas completas.

E a inteligência artificial ainda vai muito além. A tecnologia pode ser utilizada até para compreender como processos climáticos influenciam em determinada cultura no campo, possibilitando a melhoria da produção.

A conectividade é a força motriz por trás de uma série de inovações. Conectar os dispositivos é sinônimo de conectar o mundo e as pessoas. Isso traz uma infinidade de oportunidades de negócios e, acima de tudo, melhorias para a sociedade.

*Presidente da Qualcomm América Latina

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Esfera BR | 1º Diálogos Esfera reúne Legislativo e Executivo em torno de prioridades

Esfera BR | 1º Diálogos Esfera reúne Legislativo e Executivo em torno de prioridades

(Tempo de leitura: 5 minutos)

*Por Esfera Brasil

Na noite desta segunda-feira, 5, nós, com o apoio do Tecnobank, promovemos mais um de nossos essenciais diálogos sobre o Brasil. Estavam na pauta o novo Marco Legal de Garantias e as prioridades do Congresso Nacional, com destaque para a reforma tributária e o arcabouço fiscal.

O primeiro painel da noite reuniu o senador Weverton Rocha, relator do Projeto de Lei (PL) 4188/2021 – que trata do marco – na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, o também senador Ciro Nogueira, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, que introduziu brevemente o tema antes do bate-papo. “A gente precisa ter alavancas e âncoras para fazer o Brasil ter um crescimento sustentável”, defendeu Sidney, que prevê que garantias mais efetivas devem diminuir as taxas de juros.

Rocha comentou sua expectativa para a aprovação do PL no Senado. “Antes do recesso, vamos conseguir dar uma resposta importante”, afirmou o senador. De acordo com ele, contudo, será barrada do texto original a permissão para penhora de imóvel considerado bem de família.

Além disso, o parlamentar disse que também pretende tirar do texto a criação das Instituições Gestoras De Garantias (IGGs). Berenguer, porém, sugeriu que elas permaneçam, mas de forma facultativa.

Enviado ao Congresso pelo governo de Jair Bolsonaro em 2021, o PL acabou ganhando o apoio do Ministério da Fazenda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que quer rapidez na apreciação da matéria. “Pode destravar muito crédito no País. O que queremos é preservar o centro do projeto, onde há consenso, e tentar ouvir o Senado e a Câmara para aprovar com a maior celeridade possível”, declarou Pinto.

Já o segundo painel, mediado pela jornalista Luciana Barreto, contou com a presença do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, e do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que falaram sobre pautas prioritárias para o Brasil.

Questionado sobre a reforma tributária, há décadas discutida, Lira preferiu não se comprometer com o resultado da tramitação. “Nosso compromisso é pautá-la antes do recesso deste semestre. Não posso, não tenho a ousadia – e nem faria – de dizer que garanto a aprovação”, afirmou o deputado.

Após uma semana dos contratempos na articulação política do governo, Lira e Lula se encontraram nesta mesma segunda-feira para um diálogo, que o parlamentar descreveu como “amistoso”, uma vez que Lula é “agradável no trato, bom de conversa e de relacionamento”. “Nós temos dado toda a contribuição para que o governo tenha a oportunidade de formar a sua base. E essa atribuição não é do presidente da Câmara”, disse Lira. “O governo precisa fazer, junto com seus líderes, o processo de arregimentação de uma base que se mostre cristalina. Hoje, o governo tem contado com a boa vontade desses partidos”, acrescentou.

Lira ainda comentou o arcabouço fiscal, que julga ser uma pauta positiva para unir o Brasil. O texto do PL 93/2023 já foi aprovado na Câmara e segue em apreciação na CAE, onde o senador Omar Aziz, relator, deve acatar mudanças de colegas da Casa.

Castro, por sua vez, criticou o distanciamento do governo federal em relação aos estados e culpou o pacto federativo. “Começa muito bem-intencionado, mas as sequências de crise acabam dificultando o processo de diálogo”, avaliou, destacando que, com R$ 460 bilhões pagos em impostos federais, o Rio de Janeiro só perde para São Paulo no ranking de quem mais contribui anualmente com a União. “Temos uma dívida que aumentou 2.000%, enquanto o ICMS cresceu 700%. A União pega o nosso dinheiro e nos empresta com juros.”

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Esfera BR | Campos Neto fala sobre Selic, inflação, fiscal e tecnologia

Esfera BR | Campos Neto fala sobre Selic, inflação, fiscal e tecnologia

(Tempo de leitura: 5 min)

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Na tarde desta quarta-feira, 5, recebemos o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em encontro promovido com alguns dos principais nomes do empresariado brasileiro. Intitulado “Cenário Econômico e Agenda do BC”, o evento tratou de temas como Selic, inflação, reforma tributária, relação com o governo e com o Congresso, moeda digital, estrutura da autarquia e comunicação.

Frente a frente com importantes representantes da sociedade civil, Campos Neto respondeu a perguntas específicas de diferentes setores da economia, bem como a dúvidas gerais que permeiam a atual conjuntura econômica brasileira.

Principal tópico associado ao BC, a Selic surgiu como ponto de atenção em diversos momentos do encontro. Apesar de não poder falar sobre os planos para a taxa básica, já que a decisão é tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua totalidade a cada 45 dias, o presidente da autarquia reconheceu que a Selic está alta.

“O juro está alto? Sim. O juro real está alto e é o maior do mundo? Sim. Mas a taxa atual está mais baixa do que a média dos últimos 15 anos no mundo emergente”, afirmou Campos Neto, que também destacou que a taxa de juros real brasileira não é igual ao dobro da mexicana – segunda maior do planeta -, como já foi erroneamente divulgado.

O representante do BC pontuou que o trabalho para combater a inflação da maneira menos custosa para a sociedade é o que a autarquia persegue. “É preciso que saibam que o custo de combater a inflação é muito alto, e, a curto prazo, o custo de não combater é ainda mais alto, mais nocivo e mais perene. Estamos trabalhando para trazer a inflação para a meta”, disse.

Na seara da autonomia do BC, Campos Neto disse que a autarquia não pode ser personalizada e que, por isso, está ganhando institucionalidade concomitantemente à independência. No mesmo sentido, afirmou que a escolha de novos diretores não passa por ideologia, mas sim pela capacidade técnica dos selecionados. Além disso, acrescentou que gostaria que a diversidade dentro do BC aumentasse, mas sempre prezando pela qualidade dos componentes.

Vale lembrar que, com o fim do mandato de dois diretores da autarquia em fevereiro deste ano, novos nomes devem ser divulgados após viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Campos Neto também comentou a reforma tributária, sobre a qual se disse “otimista”. “O Congresso está convergindo para a necessidade da reforma. É difícil de fazer, mas vejo todo mundo querendo debater”, pontuou.

O presidente do BC ainda destacou o papel da tecnologia no desenvolvimento econômico do País. Para ele, o grande objetivo é democratizar o espaço financeiro do Brasil, e a tecnologia é a melhor forma para chegar lá. “A tecnologia é o instrumento mais democratizante do mundo”, afirmou. “É difícil não termos um ‘Ministério Digital’. Olhar tech e digital é algo que parece importante olhando para frente”, acrescentou.

O plano do BC, então, consiste em três passos: um trilho comum, um instrumento de comparabilidade e a tokenização – sendo o Pix o primeiro passo. “Ao contrário da Índia, fizemos questão de fazer o Pix de uma forma programável, para podermos colocar smart contracts”, disse.

segundo passo compreende portabilidade e compatibilidade – daí a ideia do Open Finance. Por fim, o objetivo é o Real Digital, o terceiro passo, que trata da digitalização total dos serviços.

Elogiado por sua forma de se comunicar, Campos Neto foi aconselhado a visitar os principais estados brasileiros, a fim de que se torne um rosto mais conhecido, e expressou preocupação no que diz respeito à conservação da imagem do BC. “Estamos tentando melhorar [a comunicação]. Ir aos estados talvez seja mesmo uma boa ideia”, comentou. “O Banco Central é um órgão técnico. Ficamos preocupados quando tentam nos politizar. Fizemos a maior subida de juros em ano eleitoral da história do Brasil. Isso mostra a independência do Banco Central, e precisamos comunicar isso melhor.”

Campos Neto - Esfera Brasil
Foto: Esfera Brasil

Fonte: Esfera Brasil

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