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Lira no centro de equilíbrio entre os Poderes

Lira no centro de equilíbrio entre os Poderes

(Tempo de leitura: 7 minutos)

Por Esfera Brasil

Na reta final de 2023, nós continuamos promovendo eventos prestigiados, como o de segunda-feira, 6, em São Paulo, que reuniu cerca de 40 empresários para um diálogo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o diplomata e representante do Ministério de Investimentos da Arábia Saudita, Abdulrahman T. Bakir, o Ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o deputado federal por São Paulo, Arnaldo Jardim. Oportunidades de investimento, reformas estruturantes e a agenda sustentável estiveram em pauta.

A reforma tributária seguiu sendo um dos focos. Durante o encontro, Lira destacou mais uma vez que, na Câmara, foi aprovada a reforma possível, “um pensamento médio e bem razoado”.

No mesmo tom conciliador, o presidente da Câmara afirmou que “todas as matérias importantes para o País, para o atual governo, escolhido pela maioria dos brasileiros, foram votadas na Câmara e no Senado neste ano sem nenhum tipo de barganha”.

O equilíbrio que a gente precisa com muita tranquilidade estabelecer é justamente esse: avançar no que a gente converge.

Arthur Lira

Ele aproveitou o ensejo para falar sobre a Medida Provisória (MP) 1185, que regulamenta a isenção tributária para créditos fiscais vindos de subvenção para investimentos. O texto é tratado como crucial pelo governo para a melhora da trajetória fiscal, mas sofre resistência de empresários e de parte do Congresso. “Nós vamos convidar o ministro [Fernando] Haddad, que tem tido sensibilidade para lidar com os dois lados da moeda”, disse Lira sobre a reunião de líderes da Câmara acerca da MP.

Reforma administrativa

Enquanto a reforma tributária ainda é a reforma estruturante principal do Congresso Nacional, Lira tem introduzido também o tema da reforma administrativa. De acordo com o presidente da Câmara, é preciso “sinalizar contenção de crescimento de gastos”. “Com muita tristeza eu vejo que ainda falta, gente, um engajamento maior da sociedade civil que gera emprego sobre a tão falada e conversada reforma administrativa”, cobrou.

Sentado à mesa ao lado de Lira, o governador Cláudio Castro aproveitou o momento para elogiar o presidente da Câmara por sua gestão. “O Brasil passa por um momento de polarização grande e precisa de um líder que tenha a capacidade de fazer aquilo que a Constituição manda, que é a separação com harmonia entre os Poderes”, ressaltou direcionando a fala ao presidente da Câmara.

A Arábia Saudita de olho no Brasil

Já Abdulrahman T. Bakir, presença inédita nos nossos eventos, lembrou que se surpreendeu com o Brasil quando veio para cá pela primeira vez e entendeu o potencial do País.

“Em 2020, o ministro [de Investimentos da Arábia Saudita] me disse para focar nos Estados Unidos. Naquele momento, ninguém realmente entendia o potencial do Brasil, então eu tive que fazer investimentos privados, com o meu próprio dinheiro, para mostrar a eles”, contou o diplomata, que destacou pontos fortes da economia brasileira: indústria petroquímica, energia verde, mineração e agricultura. “Nós precisamos do Brasil mais do que de qualquer outro país.”

Em seus investimentos em solos brasileiros, a Arábia Saudita já adquiriu 35% do frigorífico Minerva, 10% da Vale Base Metals e 10% da BRF.

Economia verde

O deputado Arnaldo Jardim, presidente da Comissão da Transição Energética da Câmara dos Deputados, explicou aos presentes o projeto de lei (PL) que prevê a criação do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), com a implementação de um fundo verde administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de uma modalidade de transação tributária condicionada ao investimento em propostas ligadas à transição energética.

Em suma, a ideia é transformar o estoque de créditos e débitos da União em instrumentos de fomento a projetos sustentáveis. “É como uma antecipação de recebíveis”, informou Jardim.

Inspirado pela apresentação do deputado Jardim e pela explanação de Bakir, o ministro e presidente do TCU, Bruno Dantas, lembrou da agenda de auditoria global em mudanças climáticas que o Tribunal brasileiro tem liderado globalmente. “Estamos estruturando uma auditoria que vai ser apresentada na COP28, em Dubai, na primeira semana de dezembro, e que significa verificar como os governos estão se saindo para se desincumbirem dos compromissos do Acordo de Paris”, afirmou.

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Esfera BR | I Fórum Esfera Internacional – Dia 02

Esfera BR | I Fórum Esfera Internacional – Dia 02

(Tempo de leitura: 10 minutos)

Por Esfera Brasil

Aqui em Paris, na França, o segundo dia do I Fórum Esfera Internacional começou com um discurso do presidente do Conselho da Esfera Brasil, João Camargo, que contou que a organização nasceu do companheirismo entre os membros e associados e disse ter ouvido de empresários uma dica: “Se quiser que a Esfera tenha êxito, esperança de mudar o Brasil, você tem que focar no Poder Legislativo, porque é a Casa que consegue fazer as leis necessárias para mudar o País a médio e longo prazos”.

Agenda Brasil

O painel “Agenda Brasil”, o primeiro do dia — e um dos mais esperados do evento —, rendeu muitos diálogos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que não há uma guerra entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A fala acontece após ofensiva de Rodrigo Pacheco para instauração de mandatos para a função de ministro da Corte, algo que, segundo notícias, causou uma crise nos bastidores. De acordo com Pacheco, porém, isso não quer dizer que não haja divergências entre os Poderes.

“Não há, da nossa parte, nenhum tipo de perspectiva de retaliação, enfrentamento ou guerra com o STF. Valorizo a importância do Judiciário e do Tribunal Eleitoral. Estou sempre ao lado das instituições”, disse o senador, que dividiu o palco com o ministro Gilmar Mendes, do STF, e com o ministro e presidente do Tribunal de Contas da União ( TCU), Bruno Dantas.

Durante a conversa, Mendes destacou que a Suprema Corte foi provocada a decidir sobre temas sensíveis, como o aborto e o direito de greve aos servidores públicos. E declarou: “Se hoje temos a eleição do presidente Lula, isso se deve a uma decisão do STF”.

Já segundo Dantas, o Brasil vive “crises artificiais insufladas por atores do Estado”. “É preciso calibrar a atuação de todas as instituições. Não vejo crise. É um processo de acomodação após um grande trauma”, defendeu.

Pacheco ainda lembrou que o Legislativo é a representação do povo e que o Congresso trabalha em parceria com o governo federal, mas não vai admitir retrocessos em decisões tomadas, como é o caso da autonomia do Banco Central.

Reformas em pauta

A necessidade de discutir melhor os detalhes da reforma tributária e as mudanças para melhorar a celeridade do judiciário brasileiro foram os assuntos debatidos no painel “Reformas em pauta”, com a participação dos advogados tributaristas Luiz Gustavo Bichara e Hamilton de Souza, de Patrick Cauwenbergh, partner da Deloitte Belgium, do advogado criminalista Pierpaolo Bottini e de Marcus Vinicius Coêlho, membro honorário vitalício da OAB.

Coêlho abriu sua fala destacando a importância da atuação da Esfera Brasil na negociação e mediação dos detalhes sobre a definição que em caso de empate nos julgamentos do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), o voto continuará a favor da União, mas não haverá multa ao contribuinte.

No caso da reforma tributária, o advogado Bichara elogiou o projeto de maneira geral, mas afirmou que é preciso olhar com mais cuidado para as decisões que ficaram para depois da aprovação. “O perfil é muito bom, mas temos detalhes que não estão definidos. A reforma tributária virou uma discussão de quem vai dar a facada no contribuinte: estados, municípios ou União?”.

Para Souza, o protagonismo das decisões nas mãos da União é o principal motivo de crítica e preocupação. Enquanto isso, a morosidade do judiciário e a insegurança jurídica também vieram à tona com a fala de Bottini. De acordo com ele, não podemos olhar a insegurança sem olhar a demanda e a morosidade da resolução de conflitos.

Cauwenbergh, por sua vez, disse que os países europeus estão tentando reduzir os efeitos da tributação. “Regimes agressivos foram revistos para baixo para atrair investimentos estrangeiros, precisamos ter orçamento, mas precisamos atrair capitais e incitar novos investimentos”.

Potencialidade do Brasil

Os empresários que participaram do painel cobraram mais investimentos no país e destacaram a necessidade de bons projetos para apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Para Patricia Ellen, sócia da Systemiq, o Brasil passa por um momento importante e desafiador. Ela lembrou o investimento norte-americano de US$ 1,7 trilhão no programa voltado à descarbonização da economia. Em sua opinião, o Brasil não pode ficar para trás.

“Para o Brasil poder crescer 5%, precisa investir entre US$ 100 e 120 bilhões ao ano. Do total, um terço talvez seja investimento público. Precisamos de capital privado, internacional e filantrópico.”

A diretora-executiva de Assuntos Corporativos da JBS, Marcela Rocha, revelou que apenas 2% do financiamento climático vai para a produção de alimentos, enquanto 10% da população global passa fome, e um terço vive em insegurança alimentar. Para ela, a solução passa pelo aumento da produtividade, ao se produzir mais alimentos com menos recursos, mas também pela integração entre os diferentes atores da cadeia. “A JBS tem o compromisso de net zero até 2040, mas não vamos conseguir sozinhos. O Brasil pode assumir a liderança. A agricultura tem potencial único de aumentar a produção e absorver o carbono. O governo tem responsabilidade, e os empresários, também”, pontuou.

Já o vice-presidente da Azul Linhas Aéreas, Fábio Campos, falou que 35% da carbonização do mundo vem da geração de energia, mas que a aviação brasileira é responsável por 0,01% da emissão de CO2. O caminho seria a substituição do combustível, que hoje representa 40% dos custos do setor. “O SAF [Combustível de Aviação Sustentável, na tradução da sigla para o português] pode ser sete vezes mais caro que o combustível usado hoje na aviação. No Brasil, o querosene é o mais caro do mundo. Chega a ser 30% mais caro na comparação com outros países. Uma ideia seria a produção local do SAF, processo mais sustentável”, ressaltou.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Walton Alencar, destacou o papel ativo da instituição no âmbito internacional e disse que o TCU criou auditorias coordenadas para temas como economia verde e transição energética. A intenção é levar a melhores práticas.

Clima e neoindustrialização

A urgência da reindustrialização do Brasil foi o tema central do último painel do I Fórum Internacional da Esfera Brasil, que contou com a participação do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, e de Sophie Sidos, copresidente da Comissão Europa e Internacional do Medef, que é o Movimento das Empresas da França, a maior federação patronal do país europeu.

O presidente da CNI foi direto e afirmou que estão cansados dos diagnósticos. “Estamos lutando pelas propostas que vão na direção certa. Estamos caminhando para uma decisão assertiva na questão tributária, na burocracia e na insegurança jurídica. A reforma tributária abre uma luz para o futuro”, pontuou. Ainda segundo ele, o Brasil é um país difícil de investir. “Aqui, as empresas começam a pagar impostos antes de começar a produzir. Sem contar os impostos escondidos na cadeia produtiva, que tiram competitividade internacional. Aqui, também não existe financiamento de longo prazo. Não tem banco que não seja o BNDES para empréstimos de décadas.”

Mercadante concordou com o protagonismo do BNDES no País e foi além: “O papel do BNDES não é só financiar, é pensar o Brasil”. Para ele, é preciso que o brasileiro entenda a importância do banco público, que não pensa no imediato. “Não é uma jabuticaba. Existem 500 bancos públicos pelo mundo que representam 10% de todos os investimentos feitos. Temos que mudar a relação entre Estado e economia”, avaliou.

A representante das empresas francesas, Sophie Sidos, disse que a política pública é uma ótima coisa. “Mas precisamos ouvir a voz das empresas”, indicou ela, que revelou querer investir no Brasil – embora precise de mais previsibilidade para isso. “É importante saber o que vai mudar, precisamos da estabilidade do País em longo prazo. É um país de oportunidades”.

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Esfera BR | I Fórum Esfera Internacional – Dia 01

Esfera BR | I Fórum Esfera Internacional – Dia 01

(Tempo de leitura: 10 minutos)

Por Esfera Brasil

Estamos na França para o I Fórum Esfera Internacional. Por aqui, o primeiro dia de plenárias já aconteceu e contou com painelistas ilustres, como os ministros do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso — também presidente da Corte — e Ricardo Lewandowski — agora ministro emérito —, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a secretária-executiva da Casa Civil da República e ex-ministra, Miriam Belchior, e o governador do Pará, Helder Barbalho. Além das autoridades brasileiras, também passaram pelo palco autoridades francesas e grandes empresários dos dois lados do Atlântico.

O evento começou com uma explanação do embaixador do Brasil na França, Ricardo Neiva Tavares, que falou sobre a oportunidade de buscar convergências sobre os temas da ampla agenda de cooperação entre os dois países.

Logo em seguida, o ministro Barroso afirmou que o STF tem uma atuação diferenciada no Brasil, se comparada a outras cortes no mundo. Ele ainda destacou o protagonismo exercido pelo Supremo e disse que assuntos de diferentes interesses vão parar na mais alta instância da Justiça brasileira.

“Os Três Poderes devem dar cumprimento à Constituição, e o Brasil tem uma constituição extremamente abrangente: cuida dos sistemas tributário e previdenciário, saúde, educação, meios de comunicação e indígenas”, disse. “É preciso que o interesse seja muito chinfrim para não chegar ao Supremo Tribunal Federal”, acrescentou Barroso.

Em seu discurso de abertura, a CEO da Esfera Brasil, Camila Funaro Camargo, ressaltou a importância de que o acordo entre Mercosul e União Europeia saia do papel. “O acordo entre os dois blocos vai criar uma das maiores áreas de livre-comércio do mundo. No caso do Brasil, o sucesso do acordo pode gerar um aumento de até US$ 125 bilhões no PIB em 15 anos”, pontuou a executiva.

Brasil: o melhor negócio do mundo

No primeiro painel, o empresário Wesley Batista, acionista do Grupo J&F, anunciou que a holding pretende investir R$ 38 bilhões no Brasil para o período de 2023 a 2026. Ao lado do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy e de Vinícius de Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), ele explicou que o montante representa mais de 85% de todos os planos de investimento do grupo no mundo inteiro e contempla a geração de 30 mil empregos diretos no Brasil. “Isso fala por si só em como estamos otimistas com os rumos do Brasil, que é um país que caminha com segurança fiscal e instituições fortes. O Brasil é de novo a bola da vez”, disse.

O protagonismo brasileiro também foi exaltado por Nicolas Sarkozy, que defendeu que o Brasil precisa se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). “O Brasil é uma potência demográfica e econômica e também precisa ser uma potência política. Nenhum país da América Latina é membro permanente do conselho de segurança. A América Latina está ausente dos grandes debates, e isso é injusto e perigoso”, afirmou.

Além disso, Sarkozy sugeriu que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, está pronto para ser presidente do Brasil.

Comércio e varejo

O segundo painel desta sexta-feira, 13, foi também uma gravação especial para o programa “Caminhos com Abilio Diniz”, da CNN Brasil, com o empresário brasileiro que dá o nome à atração e com o CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, que revelou que o grupo investiu € 3 trilhões em 2022.

Abilio, que é presidente do Conselho da Península Participações e membro do Conselho de Administração do Grupo Carrefour, entrevistou seu amigo e parceiro de trabalho há seis anos.

O Carrefour é o principal empregador privado no Brasil, com 150 mil funcionários, e o CEO da empresa destacou que vai inaugurar, no primeiro trimestre do ano que vem, o primeiro Atacadão na França. O nome, criado no Brasil, será mantido. A implantação do modelo, que é inédito na Europa, no entanto, enfrentou resistências. “É interessante para as classes populares, ainda mais com a perda do poder de compra da população. É de interesse do consumidor francês esse modelo”, explicou.

Sustentabilidade e transição energética

As saídas para a preservação do meio ambiente e o protagonismo do Brasil na transição energética foram os assuntos debatidos no terceiro painel do I Fórum Internacional da Esfera Brasil, com a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do governador do Pará, Helder Barbalho, de Jeremy Oppenheim, cofundador da Systemiq, da ex-secretária de Estado do Meio Ambiente da França Brune Poirson e da vice-presidente executiva da Engie, Cécile Prévieu.

Barbalho afirmou que o Pará defende a floresta viva e que a agenda ambiental posiciona o Brasil como protagonista da diplomacia mundial. Segundo ele, a bioeconomia gera 387 mil empregos na Amazônia. 

A sustentabilidade sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas entrou em pauta, e o ministro Silveira disse que a aprovação do projeto é uma questão de segurança jurídica. “A margem equatorial — que teve a infelicidade de ser batizada pela ANP [Agência Nacional do Petróleo] como ‘foz do Amazonas’, mas não tem nada a ver com a foz do rio Amazonas —, faz parte de um bloco leiloado em 2014, que foi pago pelos vencedores. A AGU [Advocacia-Geral da União] já se manifestou dizendo que os leilões foram válidos. O que queremos é que a gente avance dentro do que o Ibama aprovar. Não vamos tergiversar sobre a área ambiental”, defendeu.

A abundância das possibilidades de exploração de energias limpas e renováveis no Brasil foi celebrada pela vice-presidente executiva da Engie: “O Brasil é um país abençoado por Deus, onde existem todas as opções de energias renováveis”. 

Para Jeremy Oppenheim, cofundador da Systemiq, o Brasil se enecontra na situação perfeita para liderar uma nova economia, que deve se consolidar nos próximos dez a vinte anos. “O Brasil tem uma das energias mais limpas do mundo e dispõe de uma quantidade enorme de recursos. Está muito bem posicionado. A tarefa consiste em passar da teoria à prática.” 

A ex-secretária de Estado do Meio Ambiente da França também falou sobre as mudanças em curso. “Acelerar a transição energética permitirá ao Brasil estar no âmago das trocas comerciais e ser uma potência para atrair novos investimentos”, avaliou.

Brasil-França: perspectivas socieconômicas

Alguns participantes se debruçaram sobre as oportunidades para o desenvolvimento nacional. Abilio Diniz — em seu segundo painel do dia —, Miriam Belchior, da Casa Civil, Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, o responsável pelas relações institucionais do BTG Pactual e ex-ministro, Fábio Faria, e o secretário-geral do Palácio do Eliseu — sede da presidência da França —, Alexis Kohler compuseram a última mesa do dia.

Miriam disse que o governo vem construindo as condições para crescer mais: “Dentro da agenda de desenvolvimento, estão lançadas as bases para a transição ecológica, para uma economia de baixo carbono”.

Já Vorcaro avaliou que os nove meses de governo Lula trouxeram estabilidade ao mercado. “Estamos em um país que já deu certo, de certa maneira. A inflação está num momento de controle. O Brasil tem uma experiência maior que a dos países europeus no controle de inflação, e a agenda do governo tem dado tranquilidade para o mercado imaginar um cenário futuro melhor”, afirmou.

Lewandowski falou da importância de equilibrar exportações e importações entre Brasil e França. “Precisamos aperfeiçoar essas trocas, para que o Brasil possa exportar itens de maior valor agregado. Por isso, considero do maior interesse a conclusão do acordo Mercosul-União Europeia.”

Kohler, por fim, ressaltou que o governo francês “acredita profundamente no potencial do Brasil”.

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Carta às famílias investidoras

Carta às famílias investidoras

(Tempo de leitura: 6 min)

*Por Carolina Giovanella

Em 2012, quando eu já atuava no mercado financeiro, no single family office de uma importante família do Sul do País, percebi que, além de oferecer inúmeras possibilidades para uma família investir, o mercado também era implacável com ofertas, às vezes repletas de armadilhas e conflitos de interesses provenientes de comissões e taxas, se apoiando na falta de conhecimento das pessoas para lucrar.

Decidi que precisava encontrar um bom provedor para cuidar do patrimônio da minha família e que nos apoiasse na construção de um melhor posicionamento, principalmente no que dizia respeito à nossa liquidez. Na época, essa procura foi em vão. Não encontrei ninguém que pudesse nos atender da forma que eu idealizava, o que me fez refletir e tomar a decisão mais importante da minha vida: criar a minha própria empresa de gestão de patrimônios, a Portofino Multi Family Office.

Hoje, dez anos depois, toda semana converso com pessoas, integrantes de importantes famílias brasileiras, que se esforçaram muito na construção dos seus patrimônios e se desdobram para superar o incômodo desafio de administrá-los.

Uma tarefa que nunca foi fácil devido à complexidade dos mercados financeiros, mas que nos últimos anos se agravou bastante com a pandemia, guerra, inflação e indefinições políticas, fatos de proporções gigantes que colocaram as principais economias mundiais de cabeça para baixo.

Se analisássemos apenas os mercados, já seria complicado. Mas, considerando que estamos vivendo um momento atípico e sem precedentes, é muito pior. Sem falar nas questões emocionais e comportamentais que influenciam muito nas decisões financeiras.

Por exemplo: você sabia que países desenvolvidos estão enfrentando a pior crise inflacionária em mais de 40 anos? Nos Estados Unidos, a inflação no meio do ano passado atingiu o pico de 9,1%, e nos países da Zona do Euro foi registrado alta anual de 10,6% nos preços, uma máxima histórica. No Brasil, a batalha contra a inflação continua, mas com o agravante da instabilidade política ocasionada pela troca de governo.

Nesses mares turbulentos de crises como a atual que estamos vivendo, ter um gestor profissional pode ser uma questão de “vida ou morte” para um patrimônio. A busca por esse serviço vem se acentuando. Muitas famílias se viram obrigadas a buscar outras alternativas e soluções, diferentes das oferecidas pelos tradicionais players do mercado, como bancos private e corretoras de investimentos, dado que as antigas fórmulas já não funcionam mais.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a indústria de family offices, no Brasil, cresceu mais de 20% em 2021, assim como o volume administrado por gestores de patrimônio, que teve aumento de 21,2% em 2022 em relação ao ano anterior. Apesar da evolução, são números ainda pequenos quando analisamos o tamanho do segmento das grandes fortunas, um mercado de aproximadamente R$ 1,8 trilhão.

Dado tudo isso, em um mercado financeiro tão complexo e ainda carente de transparência, será nos family offices que as famílias encontrarão uma estratégia eficiente para o seu patrimônio. E, mais que isso, soluções personalizadas, alinhadas exclusivamente às suas necessidades

Sob uma óptica multidisciplinar de profissionais especializados, seja no planejamento patrimonial e sucessório, participações societárias, gestão dos investimentos líquidos no Brasil e no exterior ou no que tange a parcela de investimentos imobiliários (real estate), a premissa de um family office é o total alinhamento de interesses, eliminando qualquer possibilidade de conflitos.

Com um modelo de remuneração baseado no crescimento do patrimônio do cliente, e não em comissões provenientes da venda de produtos, as palavras de ordem são cashback e eficiência, não mais o spread e as taxas ocultas.

Somos parceiros da Esfera Brasil e, em todos os encontros, ao nos aprofundarmos um pouco sobre o tema de gestão patrimonial com os empresários e lideranças presentes, verificamos que cada família tem a sua história única e necessidades específicas, mas desafios e dores muito parecidos.

Mais importante que o momento do mercado, importa ter um gestor profissional ao lado, alinhado aos seus objetivos, que te ajude a navegar por diferentes cenários. Esse é o caminho para surfar boas ondas ou converter as crises em grandes oportunidades.

Sabemos que patrimônios não nascem da noite para o dia e que são necessários vários ciclos e muito trabalho para construi-los e consolidá-los. Falar sobre a gestão profissional de um patrimônio é falar sobre números, mercados e performance, mas, ao mesmo tempo, falar também sobre valores inegociáveis.

*CGA-CFP® e fundadora da Portofino Multi Family Office

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Fonte: Esfera Brasil

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Esfera BR | Especial Fórum Esfera 2023 – Dia 02

Esfera BR | Especial Fórum Esfera 2023 – Dia 02

(Tempo de leitura: 9 minutos)

Por Esfera Brasil

Esfera Brasil | Especial Fórum Esfera – Dia 01

De olho no futuro do Brasil

O segundo dia de diálogos do Fórum Esfera 2023, neste sábado, 26, contou com ministros, senadores, deputados e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, entre os seus debatedores.

Campos Neto participou do painel de encerramento do evento, “As Oportunidades do Brasil”, ao lado de Abilio Diniz, presidente do Conselho da Península Participações, do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luis Felipe Salomão e de Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Durante o debate, o presidente do Banco Central afirmou que o governo está na “direção correta” com as políticas fiscais, mas que as propostas para aumentar a arrecadação e zerar o déficit público não podem criar uma erosão de base tributária.

“A gente não olha medidas específicas, mas a gente entende que é importante que venha uma melhora na arrecadação. A arrecadação corrente está frustrando um pouco por diversas razões. E é importante também que seja uma medida que seja sustentável. Algumas medidas de arrecadação acabam tendo uma coisa que a gente chama de ʽerosão de baseʼ. É que você cobra o imposto, mas a base diminui. Então é importante que as medidas sejam medidas com que a gente consiga, vamos dizer assim, perpetuar a sua cobrança com eficiência, sem gerar muita alocação de recursos no caminho”, disse.

Segundo Campos Neto, o Brasil tem hoje “desancoragem gêmea, que é quando a gente olha a inflação esperada no futuro e ela não está na meta [fiscal], está um pouquinho acima da meta, ao mesmo tempo em que a gente olha o que o mercado espera que vai ser o fiscal nos próximos anos e está bem descolado do que o arcabouço indicaria que seria a meta, né? Então é muito importante entender que, se a gente tem uma convergência no fiscal, a gente também consegue ter uma convergência no monetário”. 

Ele ainda afirmou reconhecer o esforço “enorme” que o governo tem feito para fazer a ancoragem fiscal. “A gente entende que está caminhando na direção certa e, à medida que as medidas arrecadatórias se concretizem, forem sendo aprovadas, eu acho que essa diferença entre o esperado de fiscal e o prometido diminui, fazendo com que a gente consiga ter um movimento de juros mais sustentável, mais estável e mais eficiente.”

O empresário Abilio Diniz disse que o que está faltando para o Brasil é ambição para crescer mais. “Estamos num momento de conforto, em que as pessoas estão animadas e comemorando, e não sei se tem muita razão para comemorar. A gente vai crescer 2,5%, talvez 3%, muito focado no agro, e agora eu pergunto: o que está faltando para este País? Está faltando ambição. Será que queremos crescer 2%? No último ano do [segundo] governo Lula, crescemos 7%. Temos que ter um plano que nos leve a crescer muito mais do que estamos crescendo”, avaliou. 

Para o economista Paulo Gala, o Brasil passa pela sensação de que ganhou na loteria com as oportunidades que virão com a economia verde, mas é preciso parar de só gastar e, efetivamente, investir. “Do lado externo, o Brasil terá um dos grandes superávits do planeta Terra, vai ter um superávit comercial de mais de US$ 70 bilhões, vai ter o menor déficit em transações correntes da última década — isso ajuda muito a parte da gestão de política monetária. E o fluxo de dólares é fundamental, basta olhar aqui do lado o que está acontecendo com a Argentina ou com a Turquia, que têm dificuldades de dólares. A gente tem realmente uma oportunidade enorme”, disse.

Já o ministro Salomão afirmou que no Judiciário há um indicador que mostra que o País precisa de crédito: o aumento de falências e recuperação judicial de empresas. “Esse acréscimo nos sinaliza que é preciso dar oxigênio. Oxigênio é crédito. Se não tiver crédito, pequenas e microempresas vão quebrar”.

Reforma tributária

Outro debate importante do segundo dia de Fórum Esfera tratou das “Reformas Fiscais na Agenda”. A conversa teve como painelistas o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, os senadores Eduardo Braga — relator da reforma — e Efraim Filho e o advogado Luiz Gustavo Bichara.

Braga disse que foi um avanço para o País a aprovação do texto na Câmara e que agora a matéria será amplamente discutida no Senado. Ao receber a proposta que veio da outra Casa Legislativa, o senador procurou o Ministério da Fazenda e o secretário Appy para que eles pudessem indicar as alíquotas discutidas. “Não creio que o Brasil possa aprovar uma reforma tributária às escuras, sem ter uma perspectiva de qual alíquota nós estamos falando para o consumidor e para o setor produtivo brasileiro”, pontuou.

Appy, por sua vez, explicou que são três as alíquotas padrão: uma federal, uma estadual e uma municipal, e que elas serão fixadas no nível necessário para manter a carga tributária atual. Acerca do estudo feito pela Fazenda sobre o quanto as exceções no texto da reforma aprovado pela Câmara terão impacto na alíquota, Appy afirmou que tudo depende das hipóteses adotadas: “Chegou-se à conclusão de que a alíquota, se não tivesse nenhuma exceção, seria de 20,7% a 22%. Mas foram aprovadas exceções, e a alíquota vai para  25,4%, 27%“. 

Cibersegurança

A soberania nacional em cibersegurança foi o tema do primeiro painel, “Cybersecurity e Mídia Sociais”, que teve a participação por mensagem de vídeo do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), do senador Angelo Coronel, do deputado Isnaldo Bulhões, de Renata Mielli, coordenadora do Comitê Gestor de Internet no Brasil, e de Ricardo Campos, especialista em proteção de dados.

Toffoli disse que é preciso avançar na criação de uma política nacional de cibersegurança. De acordo com o ministro, o brasileiro passa em média 10h por dia conectado. 

“As ameaças cibernéticas aumentam à medida que a sociedade se torna cada vez mais conectada. Na conjuntura internacional, as batalhas no âmbito do ciberespaço foram integradas às políticas e estratégias, inclusive bélicas. A guerra entre Ucrânia e a Rússia, por exemplo, é marcada pelo grande número de ataques cibernéticos, o que nos leva a refletir se as futuras guerras no mundo não serão virtuais”, sugeriu.

O senador Angelo Coronel, relator do PL das Fake News, afirmou que outros dois projetos sobre cibersegurança estão em discussão no Congresso: criar, no Código Penal, o crime de extorsão digital, bem como um projeto de soberania digital. 

O último dia de diálogos também contou com os painéis “Saúde no Brasil”, com participação da ministra do STJ Isabel Gallotti, Carlos Sanchez, presidente da EMS, Claudio Lottenberg, presidente do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein, e Reginaldo Arcuri, presidente do Grupo FarmaBrasil, e “Tecnologia e Inovação”, este com o deputado federal Hugo Motta, Gabriel Chalita, ex-secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rachel Maia, CEO da RM Consulting, Luiz Tonisi, presidente da Qualcomm América Latina, e o professor Ricardo Cavallini, referência em tecnologia e inovação.

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Esfera BR | Especial Fórum Esfera 2023 – Dia 01

Esfera BR | Especial Fórum Esfera 2023 – Dia 01

(Tempo de leitura: 8 minutos)

Por Esfera Brasil

Déficit zero e ‘Desenrola empresarial’

O primeiro dia do Fórum Esfera 2023, na sexta, 25, em Guarujá, no litoral de São Paulo, iniciou com o painel “Os Desafios da Infraestrutura Brasileira: O Novo PAC 2023”, que contou com a participação de Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Bruno Dantas, ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Dario Durigan, ministro da Fazenda em exercício, e André Esteves, sênior partner do BTG Pactual.

No debate, Durigan afirmou que o Orçamento de 2024 terá déficit zero, “com perfeito equilíbrio entre despesas e receitas”. “As estimativas de receita que foram feitas, para muitos casos, foram conservadoras, nos vários projetos, nos vários trackings que a gente tem acompanhado. Eu acompanhei isso de perto a pedido do ministro [Fernando Haddad] e transmito a vocês essa segurança, essa tranquilidade de caminhar para buscar zerar o déficit do ano que vem no Orçamento”, disse.

Questionado sobre o que irá prevalecer para o governo quando houver um choque entre as demandas de investimento e as de metas fiscais, Durigan afirmou que nada será feito “sem contas públicas em dia”. Para isso, citou o arcabouço fiscal. 

Em sua fala, Mercadante explicou como o BNDES pretende financiar R$ 270 bilhões no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “São 51 bilhões de reais em andamento que estão no nosso pipeline em evolução. Nós estamos falando aqui de uma estimativa de 1 trilhão e 700 bilhões de reais: 670 bi seriam do setor privado, 350 bi, em grosso número, seriam dos setores estatais, principalmente da Petrobras, os bancos públicos ficariam com 440 bi, e o BNDES, com 270 bilhões”, afirmou.

Ao tratar de investimentos no País, Mercadante propôs a criação de um “Desenrola empresarial”, um programa similar ao Desenrola, lançado pelo governo para renegociar dívidas de pessoas físicas. “Vamos pegar as dívidas ativas, que são trilhões de reais que o Estado não consegue cobrar. As empresas não pagam, e isso fica no passivo delas. Elas não conseguem ter financiamento, porque têm um passivo fiscal gigantesco”, comentou.

Já sobre a fiscalização das obras do novo PAC pelo TCU, Bruno Dantas afirmou que o tribunal atuará de maneira mais pedagógica, acompanhando os projetos para ver onde há falhas e sinalizá-las e buscando solução consensual para problemas complexos “que não se resolvem mais na base do porrete”. “Estamos fazendo isso para que o TCU não seja um entrave, para que as fiscalizações do TCU possam dar respostas rápidas e que, se há falhas, elas sejam corrigidas a tempo e os projetos não sejam paralisados”, acrescentou.

O empresário André Esteves afirmou que tem visto a marca do bom senso em várias ações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva até agora. “O ministro Dario falou sobre a aprovação do arcabouço fiscal. Seguimos o bom senso. Qual é o bom senso? Um país, assim como uma pessoa, não gasta mais do que arrecada”, disse.

Transição energética

O painel que encerrou o primeiro dia de debates foi “Economia Verde: Agro, Mineração e Baixo Carbono”.

A mesa contou com a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do governador do Piauí, Rafael Fonteles, do presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, da diretora de sustentabilidade da JBS, Liège Correia, e da CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral-Gardner.

Fonteles disse que o País não pode perder a oportunidade de liderar uma transição energética com o hidrogênio verde e fez um apelo ao Congresso para que a pauta de sua regulamentação seja prioritária. 

Sobre a decisão favorável da AGU em relação à liberação da prospecção de petróleo na região da margem equatorial, que abrange a Floresta Amazônica, Silveira disse restar ao Ibama dar continuidade ao processo de licenciamento. “Não é razoável que o Brasil deixe de explorar seu solo”, avaliou. Para o ministro, o Brasil ainda precisa do petróleo “para sermos competitivos”. “Falamos de transição energética, não mudança”.

O primeiro dia de debates do Fórum Esfera Brasil 2023 também tratou de “Segurança Jurídica e Integridade”, num painel com a presença de Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Vinícius de Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Alexandre Barreto, superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Jarbas Soares, procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, e Marcus Vinicius Coelho, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Já a composição do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi a pauta do painel que reuniu Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Igor Calvet, presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e Bruna Assumpção, presidente da Líder Aviação.

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