fbpx

(Tempo de leitura: 6 minutos)

No atual cenário empresarial e financeiro, as questões relacionadas à sustentabilidade e responsabilidade corporativa ganham cada vez mais destaque. Nesse contexto, o conceito de ESG (Ambiental, Social e Governança, em português) tem emergido como um dos principais guias para atuação de empresas comprometidas com um futuro mais justo e equilibrado. O ESG vai além de uma simples tendência e se consolida como um critério fundamental de avaliação de desempenho e longevidade das organizações no século XXI.

É importante explorar os fundamentos e a importância crescente do ESG, discutindo como esses princípios estão remodelando a maneira como as empresas operam, como os investidores tomam decisões e como a sociedade percebe a responsabilidade corporativa.

Diferencial ESG para as empresas

No início desse movimento, muito se questionava se as iniciativas seriam realmente adotadas ou se seria apenas mais um voo de galinha. Os anos estão passando e é perceptível que cada vez mais as empresas que adotam medidas ESG têm ganhado destaque no mercado. 

Ricardo Voltolini, autor do livro “Vamos falar de ESG? Provocações de um pioneiro em sustentabilidade empresarial”, explica que ser sustentável passou a ser o novo competitivo. Voltolini analisa como a pandemia contribuiu para a conscientização dessas medidas e explica que, em sua visão, a pandemia só acelerou o movimento de sustentabilidade nos negócios ao colocar cidadãos, empresas e governos em posições de vulnerabilidade e incertezas.

Antes, muito se pautava que ESG e lucratividade não poderiam ser sinônimos, mas a evolução do conceito tem mostrado que essa afirmação está equivocada. Muito pelo contrário, atualmente uma parcela de investidores está cada vez mais apostando em companhias sustentáveis. E isso não são só os investidores, profissionais que estão à procura de oportunidades no mercado de trabalho também têm olhado com mais atenção para essas iniciativas.

Apesar de ainda não ser um conceito completamente estabelecido, nos últimos anos, está recebendo apoio de importantes nomes do mercado, como Larry Fink. O CEO da BlackRock, em janeiro de 2020, afirmou que ou as empresas inserem ESG em suas estratégias, eliminando práticas que contribuem, por exemplo, para as mudanças climáticas, ou colocarão em sério risco a sua perenidade.

Mudanças climáticas

Há muitos anos diversos especialistas alertam sobre os impactos que as mudanças climáticas podem ter ao longo dos anos se medidas mais sustentáveis não forem adotadas. Neste ano, parece que as condições se agravaram ainda mais, em meio ao verão mais quente do hemisfério norte de todos os tempos.

Além do forte calor em muitos locais, as chuvas também têm sido fatores de preocupação. Nos Estados Unidos, o clima quente desencadeou incêndios violentos na Califórnia. No Texas, na cidade de El Paso, por exemplo, a temperatura se manteve acima de 38 graus Celsius por 32 dias consecutivos. 

Na Europa, o calor também bateu recordes. Espanha, Itália e Grécia foram alguns dos países com regiões atingidas pelo calor extremo. Na Espanha e na Grécia, os incêndios florestais obrigaram milhares de pessoas a evacuarem de suas casas, na Itália o calor gerado criou expectativas de máximas históricas. Segundo o Copernicus, serviço de mudanças climáticas da União Europeia, setembro foi o mês mais quente já registrado na história.

Além destas regiões, o norte da África e da Ásia também estão sendo castigados pelas mudanças climáticas. As regiões mais ao norte da China, há poucos meses, registraram frio extremo, com temperaturas que chegaram a -50ºC. Recentemente, por outro lado, em algumas regiões, os chineses enfrentaram calor de 52ºC, a maior temperatura já registrada no país.

No Brasil, nas últimas semanas, os moradores de diversos estados têm enfrentado condições climáticas extremas, seja pelo forte calor com marcas recordes ou pelas fortes chuvas que destruíram muitas regiões.  

Em meio a essa onda de temperaturas extremas e sucessivos recordes de calor, as perspectivas, segundo especialistas, é que 2023 também seja o ano mais quente da história. Entretanto, para o ano que vem, a NASA prevê temperaturas ainda mais altas no momento em que o El Niño atingir seu pico.

Neste cenário, os países menos desenvolvidos, que possuem menos ferramentas para enfrentar as mudanças climáticas, podem ser mais afetados economicamente, assim como os que possuem forte dependência do setor agropecuário. Um relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial apontou que diferentes regiões da Ásia, África e Oriente Médio serão afetadas por incêndios florestais, escassez de água, tempestades e inundações.

Em meio a todos esses problemas climáticos que recebem cada vez mais atenção de organizações e autoridades ao redor do mundo, é importante ressaltar que as iniciativas ESG não se restringem apenas a eles. Questões de governança e sociais são amplamente necessárias para um futuro equilibrado.

Com esses dados e os constantes alertas de entidades e cientistas, uma coisa já ficou perceptível: se não houverem mudanças e redução na queima de combustíveis fósseis e emissões de carbono, as mudanças climáticas atingirão um ponto ainda mais crítico.

Confira outros conteúdos da newsletter

Ação e Reação | Os EUA, Israel e os desafios de uma política equilibrada

Tributação de “offshores” e fundos fechados chega a momento decisivo

Além do CDI: revelando a visão americana

ESG: em busca de um futuro sustentável

Novo marco regulatório dos fundos de investimento

Portofino Apoia

Gestão Dinâmica | Juros, inflação e a economia americana

Podcast: O que é Wealth Planning?