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Um grupo mercenário liderado por um oligarca e, até então, amigo e braço direito de Vladimir Putin foi responsável pela ameaça mais grave de poder ao presidente e seu governo em 24 anos. Apesar da tensa situação ter sido resolvida com “panos quentes” de ambos os lados, a sensação é que Putin sai enfraquecido desse embate.

No último mês, o líder do Grupo Wagner, organização paramilitar com fortes ligações ao governo russo, Yevgeny Prigozhin, acusou o Ministério de Defesa russo de atacar um acampamento e matar integrantes do grupo. O Kremlin prontamente negou qualquer envolvimento e acusou o líder de motim armado. Os mercenários marcharam em direção à cidade de Rostov e rapidamente a dominaram, mas o objetivo era Moscou, chegando a 200 km da capital.

Os dois lados firmaram um acordo e a organização paramilitar recuou suas tropas para, segundo Prigozhin, “não derramar sangue russo”. Putin chegou a dizer que a rebelião foi uma “facada nas costas”.

O impacto para o mercado

A expectativa era como essa tentativa de golpe refletiria no mercado financeiro. Neste sentido, é importante destacar que não houve nenhum impacto nem mudanças relevantes a curto prazo no cenário. No entanto, como descreveu Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, a rebelião revelou fragilidades no governo russo.

Isso é resultado de um momento de muita imprevisibilidade vivido pela Rússia. A exportação de petróleo é uma das principais atividades do país e, apesar das sanções impostas após a invasão na Ucrânia, achou em parceiros uma saída para vender seus barris da commodity. 

Desde o desempenho abaixo do esperado na guerra, a Rússia vem externando fissuras e inseguranças internas. O país enfrenta diversas sanções do Ocidente e no conflito contra a Ucrânia vê o seu exército com enormes dificuldades de conquistar território. Agora, essa rebelião ressalta ainda mais a imagem abalada do Kremlin.

Em meio a esse cenário, a grande questão é se o “motim” do Grupo Wagner ficou por isso mesmo ou se terão outros movimentos. Caso essa história tenha mais capítulos e afete a capacidade da Rússia de exportar petróleo, países parceiros, com destaque para a China, poderão passar a olhar outras alternativas, levando a um possível aumento na demanda por petróleo e consequente variação nos preços.

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