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Dividido entre pessimistas e entusiastas, o Bitcoin e as criptomoedas ainda não são uma unanimidade entre os investidores, e, em meio a recordes de valorização nos últimos anos e polêmicas sobre segurança e funcionamento, tentam se consolidar como uma forma segura de investimento.

Os primeiros sinais do Bitcoin foram notificados em 2008, por um e-mail enviado para interessados em criptografia. O remetente do conteúdo era Satoshi Nakamoto, um pseudônimo que até hoje ninguém sabe qual é a verdadeira identidade da pessoa por trás do desenvolvimento da maior criptomoeda do mercado. Alguns nomes já foram relacionados, inclusive o do bilionário Elon Musk, que em diversas oportunidades deu sinais de aceitação e confiança no uso do Bitcoin e outras criptomoedas.

Indo na contramão de tudo isso, no último mês, o mercado de criptomoedas sofreu um grande revés. O crash da FTX, a segunda maior exchange de criptomoedas do mundo, chocou o mercado e acendeu um alerta quanto à segurança de investir neste tipo de ativo. Coincidência, ou não, na última terça-feira (29), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que regulamenta a prestação de serviços de criptomoedas no Brasil. O texto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro. Dentre as regras do projeto, ficou de fora a obrigação de segregação de patrimônio por parte de corretoras, questão de amplo pedido do mercado, que ficou em evidência no recente escândalo da FTX.

O que houve com a FTX?

Vindo de um primeiro semestre difícil para os ativos de risco (leia-se, entre eles, o mercado cripto), principalmente pela conjuntura econômica, Sam Bankman-Fried – conhecido como SBF -, jovem prodígio e dono da corretora, começou a emprestar dinheiro a outras empresas, dentre elas a Alameda Research, do próprio SBF. A empresa recebeu bilhões em token FTT da corretora.

Para entender melhor, é válido explicar que a Alameda é um fundo de investimentos que comprava criptomoedas em determinada região e vendia em outra na qual a cotação estivesse maior. Além disso, o fundo agia também tomando empréstimos para comprar criptomoedas nos momentos de baixa e vender quando as cotações subissem. Neste sentido, em 2019, ele criou a FTX para, ao invés de pagar taxas para outras corretoras, pagar para ele mesmo. Em outras palavras, os empréstimos da Alameda seriam financiados pelos lucros da corretora.

Como mencionado acima, Bankman-Fried criou sua própria cripto, a FTT, o que é comum as corretoras fazerem. Neste mercado, as criptomoedas de exchanges se valorizam e desvalorizam conforme a demanda, ou seja, quanto mais pessoas comprarem, maior será o valor. E foi isso que aconteceu em 2021. Não só a FTT, mas os ativos digitais em geral sofreram um boom. O Bitcoin, por exemplo, atingiu sua máxima em novembro do ano passado, US$ 69 mil. Entretanto, no caso do token da FTX, o detalhe importante é que ele se valorizava, mas a demanda preponderante partia da Alameda. Não é preciso dizer que esse sistema não era sustentável, mesmo com a FTX tendo sido avaliada em US$ 32 bilhões em certo momento. A conta não demorou muito para chegar.

O inverno cripto veio e as cotações das criptomoedas despencaram, assim como o FTT. Uma queda de 70%. A tragédia se desenhava. O token era a garantia de pagamento da Alameda a seus credores e, com eles não valendo mais nada, não tinha como pagar as dívidas. Diante desse cenário, Bankman-Fried, aparentemente, utilizou recursos dos clientes da FTX para salvar a operação da Alameda, o que é uma conduta ilegal. Em reportagem da CoinDesk, publicada no começo de novembro, apontava que a maioria das reservas do fundo eram mantidas em FTT. A reportagem também obteve acesso a um balanço patrimonial da Alameda, o que iniciou uma corrida dos investidores para sacarem seus recursos. Sem dinheiro para arcar com as retiradas, a FTX/Alameda faliu.

“Dedinho” da Binance

Changpeng Zhao, CEO da Binance, foi o primeiro, após o furo de reportagem, a perceber que algo estava errado. Ele anunciou que estava liquidando toda a posição em FTT. O post serviu como mais lenha na fogueira e acelerou o desejo dos clientes da FTX em sacar seus recursos. 

A exchange de Zhao ainda chegou a anunciar que pretendia comprar a FTX e evitar a falência da concorrente. Contudo, não demorou muito para o negócio melar e desistir da aquisição.

Grandes nomes no prejuízo

Conforme as notícias são divulgadas, grandes investidores institucionais vão se manifestando. Um dos institucionais lesados foi o Ontario Teachers’ Pension Plan, um dos maiores fundos de pensão do mundo, que investiu US$ 95 milhões na FTX. 

A dor de cabeça não ficou apenas para os grandes fundos. Algumas personalidades ligadas à empresa são alvos de investigação e estão sendo processadas por investidores juntamente com a FTX, caso de Tom Brady, jogador de futebol americano do Tampa Bay Buccaneers, sua ex-esposa e modelo Gisele Bundchen, o jogador de basquete do Golden State Warriors Stephen Curry e o ex-jogador e atual comentarista de basquete Shaquille O’Neal. 

E agora? O que será do Bitcoin e do mercado de criptomoedas?

O mercado vem sofrendo bastante ao longo deste ano com os movimentos econômicos, especialmente a alta de juros, e esse episódio aumenta a desconfiança com que algumas pessoas veem esses ativos. 

Tal acontecimento deve aumentar a atenção sobre a regulamentação das empresas deste mercado. Em entrevista à Exame, André Portilho, Head de Digital Asset no BTG Pactual, falou que “a crise não teve a ver com cripto, mas com o uso da tecnologia pelos intermediários. Esse problema foi uma fraude, um ato criminoso, e isso não tem nada a ver com a tecnologia de cripto e os benefícios que pode trazer para diferentes indústrias”. “Dinheiro do cliente é dinheiro do cliente, não toca nele. Em 1980, isso [usar recursos de clientes] aconteceu muito com corretoras brasileiras, é impressionante como a história se repete”, finalizou Portilho.

Na moda?

Nós, da Portofino, vemos o Bitcoin e as criptomoedas em si como ativos não consolidados e que ainda precisam avançar muito em sua regulamentação. Apesar de toda beleza tecnológica da arquitetura Blockchain, o Bitcoin ainda é um faroeste e, por isso, selecionamos outros tipos de ativos alternativos para estruturas dos nossos clientes. É importante manter a diversificação dos investimentos, seja qual for a classe de ativos, mas tomar cuidado com o modismo, de não estudar o ativo e investir só porque outras pessoas estão ganhando dinheiro com isso.

Por fim, é fundamental o apoio de uma gestora profissional como a Portofino. Isso fará toda diferença para te auxiliar na definição do seu perfil, escolha dos melhores investimentos alinhados aos seus objetivos e, principalmente, em como utilizá-los da melhor maneira, de acordo com as dinâmicas e momentos do mercado, o famoso “market time”.

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