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Qual a importância e como fazer planejamento sucessório?

Qual a importância e como fazer planejamento sucessório?

Talvez você ainda não tenha ouvido falar ou não esteja familiarizado com o conceito de planejamento sucessório, esse recurso jurídico que facilita em vida os planos para continuidade de bens patrimoniais.

Os indivíduos que desfrutam de bens patrimoniais e pretendem deixá-los como herança para seus sucessores podem optar, ainda em vida, por usar desse instrumento para facilitar o processo quando chegar a hora de passar seu legado à frente. 

Reunimos um guia com todas as informações necessárias sobre planejamento sucessório que podem ser úteis a você na hora de começar a pensar sobre o que fazer sobre o seu patrimônio.

O que é Planejamento Sucessório?

Esse planejamento é, na verdade, um conjunto de instrumentos jurídicos que tem por objetivo organizar, ainda em vida, a distribuição de bens e patrimônios que serão deixados como herança.

Sua ideia central é reduzir custos de taxamento sobre propriedades e bens, dividir os bens conforme a vontade do titular e evitar conflitos familiares de todos os tipos. Através desse recurso, também deixam de existir custos e burocracias com inventário.

Qual objetivo do planejamento sucessório?

O objetivo do planejamento sucessório é organizar, ainda em vida, a distribuição de bens e patrimônios que serão deixados como herança, isto é, reduzir os custos de taxação sobre propriedades e bens e dividir os bens conforme a vontade do titular, evitando conflitos familiares de todos os tipos no futuro.

Além disso, o planejamento sucessório também busca reduzir custos de inventário, eliminar a inacessibilidade aos bens, reduzir custos tributários, eliminar o desgaste familiar e acelerar os trâmites jurídicos.

Existem diferentes mecanismos para a sucessão patrimonial, como o testamento, planos de previdência privada, seguro de vida e holding familiar, que permitem que o titular dos bens escolha a melhor opção de acordo com as suas necessidades e objetivos.

Independente da modalidade escolhida, o planejamento sucessório é uma forma de cuidar do patrimônio de forma segura e garantir que seus herdeiros recebam os bens sem maiores complicações.

Quais são as vantagens de um plano de sucessão?

Um plano de sucessão proporciona diversas vantagens, desde aquelas de cunho pessoal, dentro de uma família, até em questões tributárias e de custos diversos. Os maiores benefícios são:

     

      • Redução de custos de inventário;

      • Eliminação da inacessibilidade aos bens;

      • Redução de custos tributários;

      • Eliminação do desgaste familiar;

      • Acelerar os trâmites judiciários.

    Todo o transtorno burocrático que acontece quando um falecimento pega todo mundo de surpresa é uma dor de cabeça sem fim. 

    Além de lidar com a dor da perda de um ente querido, lidar com questões jurídicas complexas é um pacote muito pesado para qualquer família. Essa burocracia pode ser evitada se um plano de sucessão é traçado ainda em vida.

    Mecanismos para a sucessão patrimonial

    Mecanismos para a sucessão patrimonial

    Na hora de começar a pensar em sucessão patrimonial, o detentor das posses pode escolher dentre uma série de instrumentos aquela que atende melhor às suas necessidades e cuida do patrimônio de forma segura.

    Cada um com suas especificações, selecionamos as principais formas de colocar em prática um planejamento sucessório. Confira abaixo.

    Testamento

    Sem dúvida esse é o instrumento mais popular de sucessão patrimonial. Através do testamento pode-se deixar previamente definida uma parte da herança. É requisito legal que 50% do patrimônio total seja destinado a familiares, incluindo cônjuges.

    Os outros 50% do patrimônio podem ser doados para pessoas e instituições sem qualquer vínculo familiar, inclusive ONGs, centros de caridade e etc.

    Uma característica do testamento é que ele não é um instrumento imutável, pode a qualquer hora ser alterado. Outro benefício que ele oferece é baixo custo e a possibilidade de reunir em apenas um documento todos os beneficiários do planejamento sucessório.

    Planos de Previdência Privada

    Um plano de previdência privada é uma estratégia a longo prazo, oferecendo garantias duradouras de renda em benefício em caso de falecimento. 

    A previdência privada é um tipo diferente de planejamento sucessório, porque ela constrói um novo patrimônio a ser deixado para os herdeiros. Funciona assim: são efetuados depósitos, sem carência ou burocracia, e os herdeiros recebem suas cotas do dinheiro arrecadado em caso de falecimento.

    Esse é um dos instrumentos mais simplificados e possui isenção de cobrança de ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis ou Doação, a ser detalhado mais tarde) em caso de transferência.

    Seguro de vida

    O seguro de vida também faz parte das modalidades possíveis para o planejamento sucessório.

    Ele é utilizado para proteger o patrimônio do segurado em caso de falecimento e garante um valor pré-determinado aos beneficiários, efetuando pagamento de uma pequena parcela em vida.

    O seguro de vida é uma apólice contratada pelo detentor e não faz parte direta do seu patrimônio, ou seja, não integra o inventário. Assim, não fica sob as legislações de sucessão de bens, descomplicando o processo de recebimento dos beneficiários.

    No acontecimento de um sinistro, é possível receber os valores em até cinco dias úteis após a solicitação.

    Holding Familiar

    O conceito de holding é, basicamente, uma empresa gerenciando e cuidando de outras empresas. Uma holding familiar tem conceito semelhante, mas é uma empresa que gerencia bens e patrimônios de pessoas físicas de uma mesma família.

    Fica em nome dessa empresa todos os bens familiares concentrados e são divididos em cotas entre os sócios – todos com vínculo familiar como filhos, irmãos e netos. Cônjuges não fazem parte como sócios, apenas como usufrutuários e administradores.

    A administração da holding familiar pode ou não ficar a cargo de um dos sócios e esse é um planejamento sucessório que pode ser feito para melhor gerenciamento dos bens, não apenas com intenção de proteção patrimonial em caso de falecimento.

    Fundos Imobiliários

    Esse recurso é indicado para aqueles que possuem grande parte do patrimônio em bens imóveis. O Fundo Imobiliário (FII) pode ser uma boa opção, gerando renda mensal advinda do aluguel desses imóveis.

    Os herdeiros recebem cotas correspondentes a esse valor em aluguéis ou com a venda do bem. Essa é a modalidade menos usada como instrumento de planejamento sucessório pela complexidade da gestão de fundos e a falta de liquidez.

    Fundo Exclusivo

    O fundo exclusivo é uma boa alternativa para a blindagem de patrimônio. Um determinado capital é investido num fundo exclusivo e é transmitido aos herdeiros por doação, mantendo o usufruto e barrando burocracias advindas de inventário.

    O fundo exclusivo trata-se de uma pessoa jurídica, possibilitando definir as questões sucessórias no contrato social da empresa. O rendimento é, geralmente, superior a outros investimentos porque são garantidas aplicações específicas.

    Investimentos Offshore

    As sociedades offshore, popularmente conhecidas como ‘paraísos fiscais’, são sociedades constituídas em países de tributação favorecida em relação ao país de origem e de residência dos sócios.

    Uma sociedade offshore pode ser usada como instrumento de planejamento sucessório a partir de uma avaliação da situação patrimonial considerando atos passados e objetivos futuros do desenvolvedor e dos membros da família.

    A partir do objetivo de planejamento sucessório, é possível consultar as melhores alternativas de países e tipos de empresas que oferecem melhores vantagens.

    Entenda a tributação na transmissão de bens por herança

    Entenda a tributação na transmissão de bens por herança

    No Brasil, há legislações de tributação específica para transmissão de bens por herança. A alternativa escolhida para o planejamento sucessório define o alcance e a existência da transmissão, e incide sobre ela tributos característicos.

    Há três tipos mais comuns de tributação que incidem em práticas de planejamento sucessório. Falamos mais sobre eles logo abaixo.

    Imposto sobre Transmissão inter vivos de Bens Imóveis (ITBI)

    Assim como o nome sugere, o ITBI é o imposto gerado pela transmissão de bens imóveis, de sua cessão e direitos enquanto ainda em vida. 

    É um imposto municipal instituído com alíquota variável e é calculado diretamente em cima do valor de venda dos imóveis ou de direitos imobiliários. As isenções também são determinadas pelo município, assim como o vencimento do tributo.

    É requisito obrigatório na transferência de bens imóveis o pagamento adiantado do ITBI para realização da operação.

    Imposto de Renda (IR)

    Bastante conhecido e popular, o imposto de renda também é uma taxa tributária aplicada quando no recebimento de herança. Apesar disso, em caso de sucessão, o fator gerador do imposto é o implemento de ganho de capital.

    O imposto de renda em caso de sucessão possui base de cálculo diferenciada: é a diferença entre o último valor arrecadado pelo IR e o valor pelo qual é feita a transmissão de bens herdados. A alíquota geralmente varia entre 15 e 22%.

    É na entrega da Declaração Final de Espólio, que faz parte da Declaração Anual de Ajuste da Pessoa Física (DIRPF) que se dá o vencimento do Imposto de Renda.

    Imposto de Transmissão Causa Mortis ou Doação (ITCMD)

    O ITCMD, diferente do ITBI, é um imposto coletado pelos Estados e o Distrito Federal em caso de qualquer transmissão de bens e/ou direitos de herança ou doação.

    Cada Estado pratica sua alíquota, não excedendo o limite de 8% em cima do valor dos bens transmitidos; essa é a base de cálculo do imposto. As datas de vencimento e isenções ficam também a cargo dos Estados.

    Para concluir o processo de partilha dos bens, é obrigatória a quitação da guia do ITCMD.

    Como fazer o planejamento sucessório?

    Planejamento sucessório é um instrumento que depende de alguns conhecimentos específicos de diversas áreas, como a jurídica, financeira e de direito da família, por exemplo. Para dar início ao um planejamento sucessório consistente, é altamente recomendado buscar assessoria especializada.

    Além de contar com auxílio especializado, há algumas dicas que podem ser valiosas na hora de garantir o sucesso do planejamento sucessório. São elas:

       

        • Comece o planejamento o quanto antes possível;

        • Registre todos os instrumentos que for utilizar, documentando tudo;

        • Tenha bem definidos em mente seus beneficiários;

        • Envolva os familiares no planejamento, evitando conflitos e divergências;

        • Considere incluir uma cláusula de incomunicabilidade, ou seja, que os bens herdados não sejam considerados em partilha de casamento com comunhão de bens.

      Por que contar com uma assessoria especializada?

      Ao lidar com um instrumento jurídico do porte do planejamento sucessório, é essencial contar com alguns especialistas que possam auxiliar no planejamento, montagem e execução do plano.

      Esse planejamento abrange áreas do direito, do mundo contábil e de assessoria jurídica, visto que possui denominadores comuns em todos estes segmentos. 

      Orientação sobre os passos a serem dados, tributos a serem pagos e andamento de processos de transferência de bens são oferecidos por especialistas, que analisam caso a caso e podem contribuir com o direcionamento correto da demanda e da vontade do provedor. 

      Optar por fazer um planejamento sucessório sem auxílio pode ser uma péssima ideia, além de gerar altos prejuízos. Certifique-se também de procurar empresas conhecidas e confiáveis no mercado para oferecer uma experiência segura e responsável.

      Quanto custa um planejamento sucessório?

       O planejamento pode usar de vários instrumentos, como vimos anteriormente: testamento, doação, holding familiar e outros. Cada modalidade tem suas especificações e, da mesma forma, seus custos. 

      Para dar apenas uma ideia-base sobre o custo tributário de um planejamento sucessório, vamos aos três principais custos:

      ITCMD

      Como citado anteriormente, é o imposto estadual obrigatório para transferência de bens por herança ou doação em caso de falecimento. 

      Sua alíquota difere de Estado para Estado. Por exemplo, a taxa praticada em São Paulo é de 4%, enquanto no Rio Grande do Sul pode variar até 6%.

      Emolumentos de cartório

      Os emolumentos são os registros em cartório da operação realizada – no caso, a transferência de bens. 

      Sua alíquota é de, aproximadamente, 0,25% do bem a ser transferido.

      Honorários advocatícios

      A remuneração do profissional de Direito frente à complexidade dos serviços prestados também faz parte dos custos do planejamento sucessório. 

      Há recomendações da OAB sobre alíquotas de serviços, mas cada escritório ou profissional conta com sua porcentagem.

      Como é feito o planejamento sucessório?

      Na prática, o planejamento sucessório é feio seguindo algumas etapas. Confira:

         

          1. Avaliar o patrimônio: é preciso contabilizar em números o tamanho do patrimônio, incluindo bens, investimentos, dívidas, seguros, entre outros, pois essas informações serão importantes para identificar os ativos que devem ser transferidos aos herdeiros e como fazer essa transferência;

          1. Definir os herdeiros e as partes envolvidas: em seguida, é preciso definir quem serão os herdeiros e demais partes envolvidas, como cônjuges, filhos, sócios e sucessores;

          1. Escolher as melhores opções de transferência de patrimônio: existem diversas opções para transferir o patrimônio aos herdeiros, como testamentos, doações, constituição de holdings e empresas familiares, entre outras. Cada uma delas possui suas vantagens e desvantagens e é necessário avaliar qual delas é a mais adequada para cada caso;

          1. Elaborar os documentos necessários: após definir as estratégias para a transferência do patrimônio, é preciso elaborar os documentos necessários, como testamentos, acordos de sócios, pactos de família, entre outros;

          1. Comunicar os envolvidos: o próximo passo é comunicar a todos os envolvidos sobre o plano de sucessão e como ele será implementado para que você possa evitar surpresas e conflitos futuros;

          1. Revisar periodicamente o planejamento: é importante revisar periodicamente o plano de sucessão para garantir que ele esteja atualizado e adequado às mudanças na vida e nos negócios da pessoa.

        Quais os instrumentos utilizados para um planejamento sucessório?

        Quais os instrumentos utilizados para um planejamento sucessório?

        Veja a seguir os principais instrumentos utilizados para fazer o planejamento sucessório”

        Instrumentos de natureza contratual

        Os instrumentos de natureza contratual são os acordos que as partes envolvidas estabelecem por meio de contratos, com o objetivo de definir direitos e deveres entre elas.

        No contexto do planejamento sucessório, esses instrumentos são utilizados para formalizar a transferência de bens e direitos de uma pessoa para outra, estabelecendo as condições e os termos dessa transferência.

        Entre os instrumentos de natureza contratual mais comuns no planejamento sucessório, podemos destacar:

           

            • Contrato de compra e venda: utilizado para formalizar a transferência de bens móveis e imóveis entre ascendente e descendente, com ou sem pagamento de preço;

            • Contrato de doação: utilizado para formalizar a transferência de bens móveis e imóveis entre doador e donatário, com ou sem reserva de usufruto;

            • Contrato de mandato: utilizado para nomear um representante legal que irá agir em nome do outorgante, caso este fique impossibilitado de exercer seus direitos;

            • Contrato de comodato: utilizado para formalizar a cessão gratuita de um bem móvel ou imóvel para uso temporário;

            • Seguro de vida: utilizado para transferir a cobertura do seguro de vida para os herdeiros ou beneficiários designados pelo titular;

            • Pacto antenupcial: utilizado para estabelecer o regime de bens do casamento, definindo como os bens serão divididos em caso de separação ou falecimento de um dos cônjuges;

            • Alteração do regime de bens: utilizado para modificar o regime de bens do casamento estabelecido no pacto antenupcial.

          Instrumentos de natureza real

          Os instrumentos de natureza real são aqueles que concedem direitos reais sobre um bem, sem a transferência da propriedade. Isso significa que a pessoa que detém o direito real pode utilizar, gozar e dispor do bem, mas não se torna proprietária do mesmo.

          No contexto do planejamento sucessório, os principais instrumentos de natureza real são:

             

              • Usufruto: é o direito de usar e fruir de um bem, sem ser seu proprietário;

              • Direito real de uso: é o direito de utilizar um bem imóvel ou móvel, como se fosse proprietário, mas sem poder vendê-lo;

              • Direito real de habitação: é um direito semelhante ao direito real de uso, porém restrito apenas à habitação de um imóvel;

            Esses instrumentos podem ser combinados com outros instrumentos, como doações e testamentos, para criar arranjos personalizados que atendam às necessidades e preferências do titular do patrimônio e seus herdeiros.

            Instrumentos de natureza societária

            Os instrumentos de natureza societária são aqueles que estão relacionados à estruturação jurídica de empresas e sociedades.

            Eles podem ser utilizados para garantir a continuidade de um negócio ou empresa familiar após a morte do fundador, bem como para definir a transferência de quotas ou ações para os herdeiros ou sucessores.

            Alguns exemplos de instrumentos de natureza societária no planejamento sucessório incluem:

               

                • Constituição de sociedade holding:estrutura utilizada para planejar a sucessão de uma empresa familiar, transferindo gradualmente a propriedade das quotas ou ações para os herdeiros;

                • Acordo de sócios: define as regras de funcionamento da sociedade, as atribuições de cada um dos sócios, as regras de sucessão e outros aspectos relevantes para a gestão do negócio;

                • Acordo de quotistas: utilizado para empresas constituídas sob a forma de sociedade limitada, estabelecendo regras para a sucessão dos quotistas e a transferência de quotas da empresa;

                • Transformação, incorporação, cisão e fusão:utilizadas para reorganizar a estrutura jurídica da empresa e garantir a continuidade do negócio após a morte do fundador.

              Instrumento de natureza financeira

              Os instrumentos de natureza financeira são aqueles que envolvem a gestão do patrimônio e dos recursos financeiros de uma pessoa, empresa ou família.

              Os principais instrumentos de natureza financeira utilizados no planejamento sucessório são:

                 

                  • Previdência privada;

                  • Fundos de investimento;

                  • Seguro de vida.

                Instrumentos de natureza sucessória

                Instrumentos de natureza sucessória

                Os instrumentos de natureza sucessória são aqueles que dizem respeito à sucessão em si, ou seja, à transmissão dos bens e direitos do falecido aos herdeiros e/ou legatários.

                Veja a seguir os principais instrumentos de natureza sucessória:

                   

                    • Testamento: utilizado para nomear herdeiros e legatários, estabelecer condições para a transferência dos bens, instituir uma fundação, dentre outras finalidades;

                    • Codicilo: instrumento que permite fazer alterações ou adições ao testamento, sem que seja necessário fazer um novo testamento;

                    • Legados: disposições testamentárias que determinam a entrega de um bem específico a uma pessoa determinada. O legado pode ser de coisa certa (ex: “deixo o meu carro para meu filho João”) ou de coisa incerta (ex: “deixo 5% do meu patrimônio para instituição de caridade X”).

                    • Testamento vital: instrumento pelo qual uma pessoa manifesta seus desejos em relação aos cuidados médicos que deseja receber ou não, caso venha a se tornar incapaz de tomar decisões por si mesma;

                    • Cessão de direitos hereditários: quando um herdeiro renuncia ao seu direito de herança em favor de outro herdeiro ou de terceiro;

                    • Deserdação: exclusão legal de um herdeiro necessário (descendente, ascendente ou cônjuge) do direito de herança.

                  Assessoria Financeira da Portofino Multi Family Office

                  Você sabe o que é um Multi Family Office? 

                  Chamamos de Multi Family Office uma organização independente que oferece suporte e soluções inteligentes na administração de bens e patrimônio de outras famílias.

                  A Portofino surgiu com o intuito de auxiliar você e sua família a garantirem a sustentabilidade e o crescimento do seu patrimônio, oferecendo diversos tipos de serviço no campo de gestão de bens patrimoniais e de investimentos.

                  Você encontra todas as soluções oferecidas pela Portofino e pode agendar uma conversa com um dos nossos especialistas.

                  Conte com a assessoria da Portofino para auxiliá-lo com planejamento patrimonial completo!

                  Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 3

                  Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 3

                  Tempo de leitura: 3 minutos

                  Família Portofino,

                  Chegou ao fim, nesta quinta-feira (7), o Bradesco BBI 8th Brazil Investment Forum, evento promovido pelo Bradesco Private Bank. Com somente um painel no dia, o fórum terminou com a participação de Paulo Guedes, Ministro da Economia do Brasil.

                  Para saber como foi o primeiro e o segundo dia, respectivamente, clique aqui ou acesse o link.

                  Sessão Especial com Paulo Guedes, Ministro da Economia do Brasil

                  “Vamos surpreender novamente esse ano”, foi assim que Guedes iniciou seu discurso no evento. Para justificar essa afirmação, o ministro comentou que o Brasil está à frente do resto do mundo. “Fomos a única grande economia do mundo que conseguiu zerar o déficit e ao mesmo tempo fazer a política monetária já em posição de combate à inflação. Em qualquer momento a inflação pode começar a ceder”, falou Guedes.

                  Seguindo nos tópicos de inflação e crescimento, o chefe da pasta destacou que o nosso país tem uma dinâmica de crescimento já contratada, ressaltando que reformas importantes foram feitas, mas passaram despercebidas por terem sido feitas “no calor do momento da Covid-19”. No discurso, para validar sua visão da melhora do ambiente econômico, o economista citou que dois bancos revisaram a expectativa do PIB para cima.

                  Confira: Wealth Management: Saiba tudo como funciona esse serviço e qual o momento correto para contratar

                  Questionado sobre a agenda prioritária para 2022 e 2023, ele comentou que irão fazer reforma até o último dia desse mandato e a partir do primeiro do ano que vem. Sobre 2023, o ministro explicou que além de acelerar as privatizações, reduzir impostos, desburocratizar o ambiente de negócios e reforço das questões sociais, a prioridade é a Reforma Tributária. Nas palavras dele, “já estamos atrasados”, portanto, a expectativa dele é que as reformas acelerem.

                  Nos últimos assuntos abordados, Guedes analisou que com o cenário de guerra, os países europeus virão procurar soluções energéticas e alimentar no Brasil, fazendo com que petroleiras e empresas de energia venham para o país.

                  Por fim, o ministro da Economia reiterou o aumento do corte da alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de 25% para 33%, além de poder fazer uma nova redução de 10% nas tarifas de importação. 

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                  Este conteúdo é produzido pela PORTOFINO MULTI FAMILY OFFICE e a nossa posição não é partidária.
                  As opiniões expressas aqui são dos palestrantes e convidados do evento.

                  Somos um multi family office independente, de plataforma aberta, mas não estamos isolados.
                  Podemos gerenciar os seus investimentos em qualquer instituição financeira custodiante no Brasil e no exterior, consolidando as suas posições e cuidando para que a seleção dos ativos utilizados em suas carteiras não tenham nenhuma intermediação, com relatórios mensais integrados para lhe fornecer uma visão global do seu patrimônio.

                  Nosso trabalho é alinhado exclusivamente aos seus objetivos, sem conflitos de interesses.

                  Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 3

                  Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 2

                  Tempo de leitura: 12 minutos.

                  Família Portofino,

                  O Bradesco BBI 8th Brazil Investment Forum, evento promovido pelo Bradesco Private Bank, chegou, nesta quarta-feira (6), ao segundo dia de painéis. O evento foi repleto de grandes personalidades do cenário econômico e político, que discutiram diversos assuntos de importância para o dia a dia do investidor. 

                  Clique aqui para saber como foi o primeiro dia.

                  Mesa redonda: O que esperar dos investimentos em Private Equity e Venture Capital em 2022?

                  O pontapé inicial do segundo dia teve em pauta os mercados de Private Equity e Venture Capital em 2022. Além de discutirem suas experiências e expectativas, Rafael Padilha, Head de Private Equity, Luiz Ribeiro, Diretor Executivo e Co-Head do escritório da General Atlantic no Brasil, e Joaquim Lima, Sócio na Riverwood Capital, também comentaram sobre os riscos e cuidados nesses mercados.

                  No caso do investidor-gestor, para Padilha, é importante estar atento ao que está acontecendo no cenário macroeconômico, focar no micro e analisar de forma “detalhista” o time da empresa que está investindo. Do ponto de vista do investidor, o economista disse que a principal preocupação tem que ser o timing, ter muito claro em mente que é um investimento a longo prazo e escolher um gestor com track record de sucesso.

                  Ribeiro concordou com as colocações de Padilha e acrescentou que o investidor tem que ter clareza do tipo de investimento, setor e exposição que ele está investindo. Ou seja, ter certeza que o investimento faz sentido ao perfil de risco.

                  Sessão Especial com Nick Beighton, ex-CEO da ASOS

                  Na sequência, Nick Beighton, ex-CEO da ASOS, loja britânica de roupas e artigos de beleza destinada a jovens adultos, falou sobre as mudanças do varejo e a implementação cada vez maior do e-commerce.

                  Beighton comentou sobre os desafios em mudar para o mobile. Nas palavras dele, a empresa teve que ter bons engenheiros de tecnologia e precisaram pensar em diferentes abordagens. “A experiência mobile é muito melhor que a desktop”, disse o ex-CEO. Ele explicou que o desktop é para adquirir clientes, enquanto no mobile é possível criar conexões com os clientes. 

                  “Os aplicativos se tornaram uma conexão melhor para os nossos clientes. Portanto, aperfeiçoamos o nosso user experience. Trabalhamos com inteligência artificial também para fazer com que o cliente prestasse mais atenção no aplicativo e ficasse mais engajado”, contou Nick.

                  O executivo ainda falou sobre conteúdo e como ele é importante para atrair os clientes. Ele ressaltou que quanto mais o consumidor estiver engajado com o software, melhor será a experiência. Ademais, com a inteligência artificial ele conseguiu diminuir a quantidade de cliques que os usuários precisavam dar para realizar suas ações e, segundo ele, “os clientes amam isso”. No campo de conteúdo, ele precisa ser inspirador e engajador, principalmente quando trata-se do mercado de moda.

                  Bancos digitais: A rentabilização de clientes como desafio

                  O terceiro painel do segundo dia de evento abordou um tema alvo de muitas questões e discussões, tanto de investidores quanto de clientes. Jean Sigrist, Presidente do Conselho de Administração do Neon, João Vitor Menin, CEO do Banco Inter, e Renato Ejnisman, CEO do Next, debateram sobre as inovações e os desafios do mercado de bancos digitais.

                  Dentre os assuntos discutidos pelos convidados, podemos destacar a análise sobre a questão da relação entre preço/serviço. Menin disse que o Inter sempre aposta em ter uma gama de serviços bem completos, mas ponderou que investem muito na questão de preço. Ele complementou dizendo que alinha experiência e preço, porém cada cliente pode ter um olhar diferente, então “tem que ser bom nos dois”.

                  Para Ejnisman, com o tempo a experiência vai ser mais relevante. Nas palavras dele, o passar do tempo vai mostrar que entender o cliente e se antecipar às suas expectativas vai ser mais importante. Ele também abordou a questão da monetização, a qual disse acreditar que não será um mercado de winner takes all. 

                  Sessão Especial com Charles Gave – Sócio fundador da Gavekal Research

                  A sessão especial com Charles Gave teve uma apresentação do convidado, no qual ele falou sobre os principais fatores econômicos dos últimos 25 anos. Além disso, também comentou a guerra entre Rússia e Ucrânia.

                  Na questão da inflação, ele afirmou que estamos entrando num mundo inflacionário e a inflação ainda vai subir mais. Por fim, disse que na construção de um portfólio, ao se considerar a inflação, é importante olhar a aceleração e não o nível.

                  A abertura do mercado “livre” de energia elétrica no Brasil – Desafios e oportunidades para distribuidoras, geradoras, comercializadoras e consumidores

                  Na parte da tarde, Elisa Bastos, Diretora da Aneel, e Ricardo Lisboa, Presidente da Abraceel, foram os responsáveis por compor o painel que teve como tema o mercado de energia elétrica no Brasil.

                  Lisboa fez questão de pontuar que toda e qualquer mudança estrutural traz medo. De um lado, ele comentou que esse receio atrasou a abertura, mas, por outro lado, ajudou a trazer soluções para problemas e riscos. “Estou bastante otimista e acho que é uma virada importante para o país”, afirmou. Ricardo contou que no futuro as pessoas teriam que saber de quem contratar energia.

                  Em geral, a opinião é de que o mercado livre aumentaria a competição e poderia melhorar a qualidade de atendimento do consumidor.

                  Saiba mais: Ativos alternativos: Entenda em que consiste esse investimento, benefícios, exemplos e como investir

                  Sessão Especial com Ricardo Reis, especialista em Política Monetária e professor de Economia na London School of Economics

                  Ricardo Reis realizou uma análise sobre os desafios da política monetária em 2022 e para os próximos anos. Logo no início de sua fala, o professor fez questão de deixar claro: “A inflação pode, de fato, subir de forma consistente. Estamos com um problema grave”.

                  Para explicar essa afirmação, ele traçou um panorama desde o começo da pandemia, explicando que o período trouxe enormes mudanças e desafios para a economia global, tais como: dispersão das fortunas das empresas, trabalho a distância, transição climática, digitalização, entre outros. Reis definiu essas questões como desafios de longo prazo, mas disse que são poucos comentados porque há um problema mais urgente. 

                  Além disso, ele explicou que há 12 meses tivemos a rápida recuperação da economia e a consequente alta da inflação. Neste cenário, os bancos centrais mantiveram um nível histórico expansionista ao invés de mudar a rota para conter a inflação.

                  Dessa forma, o professor concluiu que há grandes desafios estruturais para os bancos centrais, que todo o foco está na inflação depois dos erros dos últimos 12 meses e pressão da dívida pública. No caso da inflação, Reis opinou que “baixá-la sem causar uma recessão seria um feito extraordinário”.

                  Assimetria regulatória no sistema bancário

                  Isaac Sidney, CEO da Febraban, Bruno Balduccini, Parceiro na Pinheiro Neto Advogados, e Rubens Sardenberg, Diretor de Assuntos Econômicos, Regulamentação e Riscos da Febraban, foram os selecionados para debaterem sobre o sistema bancário no evento.

                  Os convidados discutiram sobre o sistema bancário e as novas regulações do Banco Central. Ademais, falaram sobre o crescimento das fintechs e as questões que elas trazem para o BC lidar. Sobre as fintechs, Balduccini foi categórico ao dizer que “se alguém das fintechs falar que não esperava as mudanças regulatórias estará mentindo”.

                  Outro tema abordado foram as criptomoedas, com Isaac Sidney pontuando que é um tema que merece atenção.

                  Sessão Especial com Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e Planejamento do governo de São Paulo, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central

                  O penúltimo painel do dia contou com Henrique Meirelles como convidado para falar sobre o atual cenário econômico e político. 

                  Em sua primeira fala, Meirelles fez uma rápida análise sobre as últimas décadas. Ele comentou que no período de 2000-2010 o Brasil cresceu bastante, com média de 4% mesmo com as crises. Já nos anos de 2011-2020, segundo o secretário, foi de altos e baixos, com um governo Dilma de muita interferência e gastos exagerados, movimentos que geraram muita desconfiança na economia. 

                  Meirelles também comentou sobre o teto de gastos. Ele disse que é normal que todos queiram disputar o orçamento para suas regiões e estados, mas o problema, nesse caso, é a necessidade de haver um limite, uma âncora que permita uma gerência inteligente. Para ele, é preciso voltar a respeitar o teto até 2026 e, a partir desse momento, definir um novo critério.

                  Outro assunto abordado diz respeito à autonomia do Banco Central e a importância disso. O ex-ministro explicou que a decisão de dar autonomia à instituição é fundamental, pois proporciona condições de fazer a política adequada. Meirelles complementou dizendo que é importante que o próximo governo faça política fiscal para dar âncora na economia e na inflação, ajudando o BC.

                  Por fim, o ex-presidente do BC foi questionado sobre a polêmica do preço dos combustíveis. Em relação aos combustíveis, ele falou que não pode haver intervencionismo na Petrobras. “Se for isso, é melhor deixar como está”, afirmou Meirelles. Ele foi objetivo ao dizer qual a solução: “Competição”. “Divide a Petrobras em 3, 4 companhias, privatiza e o mercado determina o valor de competição. Não criar monopólio privado, mas dividir a companhia”, disse.

                  Desafios e oportunidades para os bancos incumbentes

                  Para finalizar a quarta-feira do fórum, o evento recebeu três CEO de grandes bancos do Brasil. Fausto de Andrade Ribeiro, CEO do Banco do Brasil, Octavio de Lazari, CEO do Bradesco, e Milton Maluhy, CEO do Itaú, comentaram sobre tudo da participação dos bancos digitais no mercado.

                  Lazari comentou que enxerga essas instituições como concorrentes em nichos específicos, mas, de forma geral, não, a não ser algumas que já atingiram um certo patamar. Do ponto de vista dos investidores, o CEO destacou que eles já começam a olhar as coisas de uma forma diferente, principalmente com o novo momento da taxa de juros.

                  Maluhy concordou com a colocação do executivo do Bradesco, e acrescentou que são a favor da competição e concorrência dentro das regulamentações. Ele ainda disse que a questão do preço (anuidade, isenção de taxas) foi uma boa porta de entrada para esses novos players. O CEO do Itaú também mencionou a taxa de juros, explicando que no cenário oposto ao atual, de baixa taxa de juros, tem mais espaço para capital de risco.

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                  Este conteúdo é produzido pela PORTOFINO MULTI FAMILY OFFICE e a nossa posição não é partidária.
                  As opiniões expressas aqui são dos palestrantes e convidados do evento.

                  Somos um multi family office independente, de plataforma aberta, mas não estamos isolados.
                  Podemos gerenciar os seus investimentos em qualquer instituição financeira custodiante no Brasil e no exterior, consolidando as suas posições e cuidando para que a seleção dos ativos utilizados em suas carteiras não tenham nenhuma intermediação, com relatórios mensais integrados para lhe fornecer uma visão global do seu patrimônio.

                  Nosso trabalho é alinhado exclusivamente aos seus objetivos, sem conflitos de interesses.

                  Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 1

                  Brazil Investment Forum | Bradesco – Highlights #Dia 1

                  Tempo de leitura: 11 minutos.

                  Família Portofino,

                  Nesta terça-feira (5), aconteceu o primeiro dia do Bradesco BBI 8th Brazil Investment Forum, evento organizado pelo Bradesco Private Bank. O dia contou com diversos painéis sobre diferentes assuntos que estão em destaque no cenário econômico e político atual. Para falar sobre esses assuntos, nomes nacionais e internacionais do mercado, como Affonso Pastore, Luis Stuhlberger, Gustavo Montezano, William Dudley, entre outros, marcaram presença no evento.

                  Confira um resumo dos painéis desta terça-feira.

                  Desafios econômicos pós-eleições no Brasil

                  O primeiro painel contou com a presença de Affonso Pastore, ex-Presidente do Banco Central, Nelson Barbosa, ex-Ministro da Economia e ex-Ministro do Planejamento, e Gustavo Franco, Managing Partner da Rio Bravo Investimentos e ex-Presidente do Banco Central, discutiram suas visões sobre o que esperar para a economia brasileira após as tão aguardadas eleições presidenciais de 2022.

                  Os especialistas, além de falarem sobre os prognósticos e desafios pós-eleições, relembraram o período de pandemia, quando a taxa Selic bateu 2% ao ano, para contextualizar o momento de inflação vivido atualmente. Para Pastore, por exemplo, ele teme que a inflação não diminua o tanto quanto se espera. 

                  Além disso, eles também comentaram sobre a importância de se ter uma política fiscal que estimule o crescimento. “O próximo governo vai ter que desarmar uma bomba fiscal”, disse Barbosa.

                  Na parte final do debate, os economistas comentaram sobre a Petrobras e a privatização das estatais durante o último governo. A alta dos combustíveis também esteve em pauta, a qual os profissionais falaram sobre possibilidades para o tema.

                  As melhores ideias de investimentos para 2022

                  Na sequência do evento, foi a vez de Luis Stuhlberger, sócio fundador e gestor de carteira da Verde Asset, Carlos Woelz, sócio fundador e gestor de carteira da Kapitalo Investimentos, e Daniela Costa-Bulthuis, gestora de carteira na Robeco, analisarem o que o cenário econômico atual e quais, na visão deles, são as melhores ideias de investimentos.

                  Stuhlberger traçou um panorama desde o início da pandemia de coronavírus e destacou o período a partir de julho de 2021, dizendo que o “Brasil voltou ao inferno” e que “foi um período insano”. Ele relembrou que a crise dos precatórios, somada a todo o temor acerca do teto de gastos, fez a Bolsa de Valores sofrer uma grande queda no segundo semestre de 2021.

                  O gestor analisou que o Brasil está em um momento que vai se beneficiar muito das circunstâncias externas. Stuhlberger ainda ressaltou que acha que é a primeira vez que ele vê, apesar da alta de juros nos Estados Unidos, o Brasil sendo beneficiado nesse cenário. Ele também disse que acredita em um mundo mais inflacionista depois da crise de Covid-19 e da guerra entre Rússia e Ucrânia. 

                  Costa-Bulthuis abordou as opções que o investidor de mercados emergentes tem. Ela listou que na China há o risco de interferência nas empresas e a crise no setor imobiliário e de construção, a Europa Central está vivendo um momento muito arriscado devido à guerra , o Oriente Médio não apresenta tantas opções e a África do Sul tem a questão do desemprego.

                  Neste sentido, ela explicou que a América Latina tem mercados diversificados e com moedas líquidas. Ou seja, para a gestora, esse mercado voltou a ser o centro e o polo a se investir nos mercados emergentes em 2022. Contudo, ela fez questão de ressaltar os riscos de crises políticas, não só no Brasil.

                  Falando sobre o Brasil, Costa-Bulthuis explicou que o Banco Central do Brasil se antecipou aos outros em relação ao aumento da alta de taxas de juros. Ademais, o fator valuation, de acordo com a fala da gestora, com os preços dos ativos muito descontados também é um fator favorável aos investimentos no Brasil. Em outras palavras, ativos baratos, moeda com tendência de valorização, falta de opções e a conjuntura favoreceram a entrada de investimentos estrangeiros.

                  No fim do painel, a gestora comentou que os setores de commodities, os bancos e as empresas pagadoras de dividendos são investimentos que ela vê com bons olhos, além de dizer que não é a hora de voltar para growth.

                  O que é necessário para atrair investimentos em infraestrutura para 2023-26?

                  Ainda na parte da manhã do evento, Antônio Carlos Sepulveda, CEO da Santos Brasil, Bruno Serapião, Sócio Senior na Pátria Investimentos, e Marco Cauduro, CEO da CCR, discutiram sobre o setor de infraestrutura.

                  Sepulveda comentou que a área tem espaço para melhorar, principalmente na parte de regulação. Nas palavras do CEO, o Brasil é hiper regulado com um sistema que peca pelo excesso de regulação.

                  Em relação ao tema ambiental, Sepulveda explicou que há um anseio de países e pessoas sobre o tema. Ele falou que é um ponto indissociável a todos os projetos e que o licenciamento ambiental no nosso país não é diferente de nenhum outro.

                  Em suma, os três convidados falaram sobre investimentos, contratos e disponibilidade de capital atualmente.

                  Saiba mais: Conheça os Fundos de Investimento Exclusivos: Veja como funcionam e para quem são indicados

                  Sessão Especial: William Dudley, ex-Vice Chairman do Federal Open Market Committee e ex-Presidente do Fed de NY

                  William Dudley analisou o cenário econômico nos Estados Unidos e a participação do Federal Reserve. De acordo com ele, o Fed teve talvez quatro grandes erros.

                  O primeiro seria a nova política monetária adotada. “Estamos em uma situação que a política monetária precisa estar mais rígida”, disse o economista. O segundo erro é que o banco central americano estava muito preocupado em reduzir a compra de ativos. Terceiro erro foi a avaliação do mercado de trabalho. Dudley comentou que o Fed não considerou que a pandemia resultaria em um mercado mais rígido. O quarto, e último, erro foi considerar a inflação transitória. Ele afirmou que está “bem confiante” que a política monetária vai ser apertada nos próximos meses.

                  Em relação à guerra na Ucrânia, Dudley pensa que os Estados Unidos estão em um lugar melhor do que os outros países. Sobre o valor das commodities, ele comentou que depende muito do que acontecer no mundo e de quanto a guerra vai pressionar os preços. 

                  BNDES e a Nova Economia: Os pilares do desenvolvimento sustentável 

                  Nos painéis da parte da tarde, Gustavo Montezano, CEO do BNDES, e Marcelo Serfaty, Presidente do Conselho do Conselho de Administração do BNDES, iniciaram os trabalhos comentando o papel do banco.

                  Serfaty disse que o Brasil tem a capacidade de atrair muito capital e de se reinserir nas cadeias globais. “O BNDES pode ter papel importante na reinserção do setor privado nas cadeias globais. Vejo na guerra hoje uma oportunidade para o Brasil”, afirmou o presidente do conselho.

                  Já Montezano explicou que o BNDES tem um papel chave. Na opinião dele, o banco tem que atuar de forma multidimensional para descentralizar a economia, quanto mais a economia ser descentralizada mais sustentável e inovadora ela será. 

                  Foco em ESG: Desafios e oportunidades para produtores de commodities na era verde

                  Andrew Lichter, Vice-presidente de Estratégia e Desenvolvimento Corporativo da Mobius Risk Group, e Vinicius Nonino, Diretor de Novos Negócios na Suzano, foram os responsáveis por falar sobre a agenda ESG.

                  Lichter disse que ele não sabe o que os governos vão fazer sobre regulamentações, mas imagina que devem haver alguns padrões de relatórios globais.

                  Por outro lado, Nonino afirmou que a Suzano quer ser referência em sustentabilidade a partir das iniciativas que os colocam em direção à agenda ESG. Ele também comentou que o Brasil precisa aprovar as leis do setor. Para ele, “é muito desafiador”, pois é necessário ver com uma perspectiva local de interesses políticos. “Enquanto olharmos com esses olhos será difícil avançar”, finalizou.

                  O renascimento das juniors E&Ps no Brasil

                  O penúltimo painel do dia teve a presença de Décio Oddone, CEO da Enauta e ex-Diretor da Agência Nacional do Petróleo, e Ricardo Savini, CEO da 3R Petroleum.

                  Oddone comentou sobre a onda de vendas dos ativos da Petrobras e disse acreditar que vamos ter um mercado secundário desses ativos da estatal.

                  Savini explicou que o momento das empresas juniores e majors são diferentes. Falando sobre a 3R, ele falou que estão em um momento quase embrionário e, por isso, é difícil falar sobre pagamento de dividendos. “É o momento de pagar a Petrobras pela compra dos ativos. É prematuro discutir sobre dividendos”, falou o CEO.

                  Eleições 2022: Visão de consultores políticos e instituto de pesquisa

                  Para finalizar o primeiro dia de evento, o último painel, com duração de 1h30, recebeu Chris Garman, Diretor-Executivo para as Américas da Eurásia Group, Fernando Abrucio, Consultor Político, Luciano Dias, Consultor Político e Sócio da CAC, e Márcia Cavallari, CEO da IPEC.

                  Os analistas falaram sobre o que esperam para as eleições deste ano e como os candidatos devem se comportar durante a corrida eleitoral. Garman destacou que há dois candidatos, Lula e Bolsonaro, “com credenciais ante sistemas muito fortes”. 

                  Ademais, para Abrucio, essas eleições não serão como as de 2018. Isso pois naquela época o tópico era corrupção, mas, atualmente, o tema mais forte é o bem-estar da população. O consultor ponderou que a principal característica dessa eleição é o plebiscito sobre o bolsonarismo. “O grande ponto é olhar para o governo Bolsonaro, avaliar e votar”, comentou.

                  Por fim, Cavallari disse que, no decorrer da corrida eleitoral, Lula pode perder quantidade de votos porque pode resgatar o que já aconteceu em outros mandatos. Bolsonaro, contudo, tem chance de crescer. “É comum vermos os governantes melhorarem ao longo da campanha”, finalizou.

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                  Causa e Efeito | 26.02.2022

                  Causa e Efeito | 26.02.2022

                  Tempo de leitura: 4 mins.

                  Família Portofino,

                  Antes de falar sobre os mercados, vou pedir para que salve este número na agenda do seu telefone:

                  (11) 91024-4484

                  A partir de hoje, será através deste número que enviaremos diretamente para o seu celular as cartas “Causa e Efeito”, “Ação e Reação” e muitos outros conteúdos. Neste serviço de “WhatsApp Corporativo”, não solicitaremos informações sobre suas movimentações ou contas, ele servirá unicamente para entregar conteúdos informativos produzidos especialmente para você. Todas as demais solicitações continuarão a ser atendidas por seu Executivo de Relacionamento.

                  Os reflexos desta guerra injustificável.

                  Na última quinta-feira, na nossa carta Ação e Reação, analisamos os potenciais impactos à economia mundial e aos mercados financeiros com a invasão russa ao território ucraniano. Passado um dia de conflito militar aberto, com as tropas russas e ucranianas se enfrentando pelo controle da capital Kiev. O que aprendemos até agora? Com qual cenário base trabalhamos? E como toda essa crise afeta as nossas carteiras?

                  Quanto mais durar o conflito, maiores serão as chances de que a elevação dos preços das commodities pressione ainda mais a inflação mundial. Esta nova pressão sobre os preços de bens e serviços forçará os bancos centrais a acelerarem o processo de elevação dos juros, comprometendo ainda mais o crescimento mundial. Rússia e Ucrânia são produtores e exportadores relevantes de várias commodities, em especial as de energia, petróleo e gás natural, as matérias-primas de fertilizantes, macronutrientes potássicos, fosfatados e nitrogenados e vários metais estratégicos para a indústria como o níquel, o paládio e o alumínio.

                  Leia mais: Você sabe o que são Distressed Assets? Entenda sobre como funciona esse mercado e seus benefícios

                  Colocando de lado, se é que possível, as consequências brutais de um conflito dessa magnitude e seu impacto nefasto sobre vidas humanas, o que importa aos mercados, agora, não é que o que diretamente acontecerá com a Rússia e a Ucrânia. A dúvida está na incerteza quanto à possibilidade de o conflito militar migrar para uma guerra econômica declarada.  De um lado estão as principais economias ocidentais impondo sanções econômico-financeiras à Rússia e do outro, a própria Rússia tacitamente ameaçando responder a estas sanções interrompendo o fornecimento de gás natural e petróleo principalmente aos países europeus bem como o fornecimento de outras commodities estratégicas.

                  A nossa percepção é de que o teor das sanções, pelo menos por enquanto, não induzirão a Rússia a puxar mais este gatilho, agora de uma guerra econômica aberta. Por isso o apreçamento dos mercados passou a considerar como provável o cenário onde provavelmente a Rússia terá sucesso em alterar o atual regime político ucraniano na direção de garantir seu poder de influência na região em simultâneo, em que neutraliza o risco de crescente expansão da OTAN em países fronteiriços.

                  Os preços dos ativos demonstram o crescente consenso na direção do nosso cenário base. Esta crise deverá ficar circunscrita à região, sem se observar sua escalada tanto do ponto de vista geográfico quanto econômico. A bolsa brasileira já retornou para os níveis observados anteriormente ao início da invasão, nossa moeda, entretanto, não devolveu o ajuste recente o que nos parece compreensível dado às seis semanas consecutivas de valorização do real e a necessidade de se manter certa cautela às vésperas do feriado do carnaval. Do lado internacional, o S&P500 reforça nossa percepção de que se entende como menos provável um contágio maior das economias dado que o índice subiu mais de 6% das suas mínimas recentes, retornando para os níveis observados no fim da semana passada.

                  O cenário alternativo, apesar de hoje menos provável, nos impõe a manutenção de postura mais conservadora, postura esta que já vínhamos adotando mesmo antes do surgimento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. O processo de normalização das economias com as retiradas de estímulos e aumento de juros por parte dos bancos centrais, já nos fez adotar anteriormente uma postura mais conservadora em todos nossos portfólios. A ênfase em posições pós-fixadas com bom carregamento, na classe de fundos multimercados, em exposição mais conservadora em renda variável associadas a um posicionamento neutro em ativos prefixados e de juros reais, vem garantindo maior estabilidade nos resultados do ano. Nossas carteiras, em sua maioria, vêm mantendo rentabilidades alinhadas com o CDI do período, não tendo sido impactadas de maneira relevante pela volatilidade recente.

                  Mantemos nossa prudência e torcemos para que essa guerra injustificável se encerre o mais rápido possível preservando vidas e retornando a paz e tranquilidade às famílias ucranianas.

                  Eduardo Castro

                  Eduardo Castro é CIO (Chief Investment Officer) na Portofino Multi Family Office.

                   ”Causa e Efeito” é um conteúdo exclusivo Portofino MFO que traz uma visão técnica sobre o que aconteceu no mundo, na semana e seus reflexos nos mercados financeiros globais.

                  Causa e Efeito | 19.02.2022

                  Causa e Efeito | 19.02.2022

                  Tempo de leitura: 5 mins

                  Família Portofino,

                  Tempos estranhos esses…

                  Lá fora, os bancos centrais dos países desenvolvidos exercitam sua criatividade e tentam desarmar a bomba do chamado “quantitative easing”. Tudo isso sem sermos empurrados para uma recessão global ou ser deflagrada uma expressiva correção dos preços dos ativos. Na verdade, essa estratégia de injeção massiva de liquidez começou a ser testada a partir de 2008. Naquela época, os bancos centrais se viram obrigados a navegar por mares nunca antes navegados implementando uma estratégia de política monetária pouquíssimo convencional e de certa forma inédita.  

                  Com objetivo de evitar que o colapso do mercado financeiro, pós crise das hipotecas americanas (Crise do Subprime), conduzisse a economia mundial na direção de algo semelhante ao que se viveu em 1929, os bancos centrais decidiram basicamente imprimir dinheiro, expandir seus balanços para, então, usar essa liquidez na compra de títulos de longo prazo. Desta forma, se garantiu que as taxas de juros se mantivessem baixas e em alguns momentos, negativas. Isso mesmo, por mais estranho que possa parecer, o investidor que desejasse investir seus recursos na segurança dos títulos soberanos de países desenvolvidos, teria que remunerar os tesouros destes países. A história nós conhecemos, recursos quase que inesgotáveis, migraram para ativos de maior risco.

                  Até 2019, os quatro maiores bancos centrais do mundo, Estados Unidos, Inglaterra, Japão e Europa, cresceram seus balanços do nada para inimagináveis 15 trilhões de dólares. Não por coincidência, experienciamos um dos mais longos bull markets. Nesse período, o S&P 500 subiu inacreditáveis 160%, em outras palavras, 11% ao ano por pouco mais de 11 anos.

                  E aí, surgiu a Covid-19. O que esses bancos centrais fizeram? Praticamente dobraram a aposta em pouco mais de dois anos. Aumentaram sua munição em 11 trilhões de dólares, expandiram o universo de títulos de renda fixa elegíveis à compra e tudo isso em menos de 2 anos. Contudo, dessa vez a conta chegou. A combinação dos efeitos da pandemia sobre a regularidade das cadeias produtivas mundiais, com o aumento da demanda de bens, serviços, commodities, ativos reais e financeiros, deflagraram um dos maiores, se não o maior processo inflacionário globalizado da nossa história contemporânea.


                  Como se isso não fosse suficientemente complexo, do lado doméstico flertamos mais uma vez com o precipício da irresponsabilidade fiscal. Desde a implosão do teto dos gastos, no segundo semestre do ano passado, perdemos a garantia de que um autodenominado governo liberal jamais ameaçaria o arcabouço fiscal vigente. Do outro lado do espectro ideológico, a outra candidatura provável no segundo turno das eleições presidenciais, recentemente afirmou que o Brasil não necessitava da reforma da previdência e tampouco da trabalhista e que ambas aconteceram por pressão do setor empresarial. Independente se de direita ou de esquerda, populismo é populismo. E na ausência, pelo menos por enquanto, de uma terceira via competitiva e viável, este ambiente está longe de ser animador.


                  Dito isso, os ativos brasileiros deveriam estar sendo impactados, certo? Errado! O Real é hoje destaque de valorização no ano e nossa bolsa também se apresenta entre as que mais sobem. Óbvio que nossos fundamentos não explicam essa performance. A complexidade do cenário externo que discorremos acima forçaram os investidores globais a rebalancearem seus portfólios reduzindo suas exposições em mercados desenvolvidos, buscando alternativas que atendessem a algumas condições. Países que já se encontravam em estágio avançado no processo de aumento de juros proporcionando, portanto, um carregamento favorável, que tivessem sua moeda depreciada e seus mercados de ações apresentassem companhias com preços historicamente atrativos, preferencialmente nos setores de commodities, foram os escolhidos da vez. Brasil, Chile, Peru, Colômbia e África do Sul foram alguns dos beneficiados por essa rotação.

                  Isso tudo para colocar em perspectiva a enorme complexidade do atual momento que vivemos e da necessidade de nos mantermos cautelosos, porém atentos às oportunidades.

                  Nas nossas carteiras continuamos a privilegiar ativos de renda fixa de crédito privado, premiados de um lado, mas com sólida estrutura de garantias ou protegidos por robusta subordinação do outro. Continuamos com o nosso portfólio de ações mais defensivo. Recentemente, iniciamos a elevação da nossa exposição em fundos multimercados, pois estes têm se provado mais aparelhados para rapidamente adequar suas posições à volatilidade dos mercados que certamente permanecerá em níveis elevados.

                  E muitos diziam, no fim do ano passado, que o nosso grande desafio seria navegar um ano de eleições majoritárias.

                  Ainda nem mencionamos os impactos sobre a economia global, caso se chegasse às vias de fato, o conflito entre Rússia e Ucrânia. 

                  Tempos estranhos esses…

                  Aproveite seu fim de semana!

                  Eduardo Castro

                  Eduardo Castro é CIO (Chief Investment Officer) na Portofino Multi Family Office.

                   ”Causa e Efeito” é um conteúdo exclusivo Portofino MFO que traz uma visão técnica sobre o que aconteceu no mundo, na semana e seus reflexos nos mercados financeiros globais.